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Guias e Dicas
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Análise de Rótulos e Embalagens de Cachaça Pernambucana: Importância Econômica e Cultural, Slides de Design

Um estudo sobre a recorrência de elementos nos rótulos e embalagens de cachaça fabricadas e comercializadas atualmente em pernambuco. O texto aborda o redesign de rótulos e embalagens, a importância da ilustração nos rótulos, a história e métodos de impressão de rótulos, e a análise de rótulos atuais que utilizam criatividade para interagir com o produto. O projeto ressalta a importância econômica e cultural da cachaça para o brasil, além da importância do design de rótulos e embalagens para a diferenciação do produto.

O que você vai aprender

  • Qual é a importância da ilustração nos rótulos de cachaça?
  • Quais são algumas figuras recorrentes em rótulos de cachaça?
  • Como os rótulos de cachaça serviram para desmistificar o produto e conquistar consumidores de fora do Brasil?
  • Quais elementos são analisados no estudo sobre rótulos e embalagens de cachaça?
  • Qual é a importância do design de rótulos e embalagens para a diferenciação de produtos?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

4.5

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

ÉDERSON RAFAEL RODRIGUES ALVES

A IDENTIDADE GRÁFICA DOS RÓTULOS DE CACHAÇA

PERNAMBUCANOS

CARUARU

Catalogação na fonte: Bibliotecária - Simone Xavier CRB/4-

A474i Alves, Éderson Rafael Rodrigues. A identidade gráfica dos rótulos de cachaça pernambucanos. / Éderson Rafael Rodrigues Alves. - 2015. 131f. il. ; 30 cm. Orientadora: Verônica Emília Campos Freire Pernambuco, CAA, Design, 2015.^ Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso)^ –^ Universidade Federal de Inclui referências bibliográficas Emília Campos (Orientadora). II. Título^ 1.^ Rótulos.^ 2. Cachaça. 3. Artes gráficas. 4. Identidade visual. I. Freire, Verônica 740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2015-292)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

PARECER DE COMISSÃO EXAMINADORA

DE DEFESA DE PROJETO DE

GRADUAÇÃO EM DESIGN

ÉDERSON RAFAEL RODRIGUES ALVES

“A Identidade Gráfica dos Rótulos de Cachaça Pernambucanos”

A comissão examinadora, composta pelos membros abaixo, sob a presidência do primeiro, considera o aluno EDERSON RAFAEL RODRIGUES ALVES APROVADO

Caruaru, 22 de julho de 2015.

Professora VERÔNICA EMÍLIA CAMPOS FREIRE

Professora RENATA GARCIA WANDERLEY

Professora PAULA VIVANA DE REZENDE E VALADARES

AGRADECIMENTOS

Registro minha gratidão a todos (as) que, de alguma forma, acreditaram e me apoiaram nessa jornada. À minha orientadora, Verônica Freire, por sua paciência e por ter abraçado tão gentilmente esta pesquisa, fazendo com que ela criasse vida e com que eu revisse meus objetivos e, finalmente, encontrasse o rumo ideal.

Aos professores pelos quais passei durante os anos de curso, desde meu ingresso na Universidade, por sua contribuição em minha formação. Em especial à professora Glenda Cabral, que tanto fez e faz por mim e meus colegas de curso.

A meus colegas de curso – que, por ter durado tanto tempo, foram muitos – com quem eu dividi o sonho da graduação e que tanto me ensinaram e inspiraram a ser alguém melhor. Aqui, eu gostaria de destacar minha amiga Camila Joselyn, pela parceria e pelas tantas vezes que me salvou quando eu me senti perdido.

A todos os meus amigos de fora da faculdade, mas que me assistiram percorrer este caminho, como Fernando Rockeiro e Natália Alves, que me acompanharam na visita ao Museu da Cachaça em Lagoa do Carro.

À APAR – Associação Pernambucana dos Produtores de Aguardente e Rapadura, e aos produtores de cachaça que, de forma prestativa, cederam os rótulos para esta pesquisa.

À minha família, que torceu por mim desde o primeiro momento, minhas tias e tios, primas e primos. Ao meu irmão, Jobson Rodrigues, minha cunhada Aldinéia Freitas e aos meus pais ( In Memoriam ) Marluce e Eliezer, que sempre estiveram ao meu lado e torceram por mim a cada semestre. À minha avó Maria ( In Memoriam ), que parecia não entender o que eu fazia, mas mesmo assim, me ouvia interessada quando eu lhe falava sobre o curso. E, finalmente, à Flavia Araújo, por todo o apoio, estímulo e companhia - mesmo nos momentos difíceis - e por não aceitar que eu desistisse. Se esta pesquisa foi finalizada, saiba que seu incentivo foi fundamental para isso.

RESUMO

O design de rótulos é, sem dúvida, um grande elemento diferenciador dos produtos que envolvem. Quando se trata de cachaça, essa relação vai além da diferenciação. Pois, os rótulos de cachaça durante sua história dialogaram sobre temas sociais e históricos. Assim como a própria aguardente de cana, seus rótulos se destacam como um importante pedaço da cultura Brasileira. Na contramão da diferenciação proposta pelas marcas, esta pesquisa vem investigar a existência de uma identidade gráfica dos rótulos do estado de Pernambuco, o primeiro do país a receber mudas da cana-de-açúcar e um dos grandes produtores dessa bebida genuinamente brasileira. O estudo se propõe a analisar os rótulos de 8 marcas fabricantes de cachaça em Pernambuco, através de uma metodologia que permite desde quantificar as recorrências do uso de elementos em cada rótulo e verificar as propriedades destas imagens, até analisar cada uma destas partes de acordo com a semiótica, no intuito de revelar uma forma geral com que os rótulos locais se apresentam. Palavras-Chave:

Rótulos. Cachaça. Análise. Identidade gráfica.

SUMÁRIO

PARTE II – Análise

Considerações Finais.......................................................................................................

  • Introdução p.1
  • Objetivos........................................................................................................................... p.1
  • Justificativa........................................................................................................................ p.1
  • Metodologia..................................................................................................................... p.1
  • Capítulo 1 - Cachaça p.1 PARTE I – Fundamentação Teórica
  • 1.1 História e importância Social p.1
  • 2.1 Rótulos e Embalagens.............................................................................................. p.3 Capítulo 2 - Rótulos
  • 2.2 Ilustração em Rótulos................................................................................................. p.
  • 2.3 Rótulos de Cachaça: Mais um Pouco de História.....................................................................p.4
  • 3.1 Materiais, Tipos de Impressão e Rótulos de Cachaça.............................................................p. Capítulo 3 – Bases Teóricas para a Realização da Análise
  • 3.2 Elementos da Identidade Visual do Rótulo.......................................................................p.5
  • 3.2.1 Cor............................................................................................................................ p.5
  • 3.2.2 Imagem..................................................................................................................... p.5
  • 3.2.3 Logotipo.................................................................................................................... p.
  • 3.2.4 Tipografia................................................................................................................. p.6
  • 3.2.5 Plano de Fundo.................................................................................................................p.
  • 3.2.6 Elementos de Apoio.................................................................................................................p.7
  • 3.2.7 Diagramação.................................................................................................................p.7
  • 3.3 Propriedades da Imagem.......................................................................................... p.7
  • 3.3.1 Cor......................................................................................................................... p.7
  • 3.3.2 Valor....................................................................................................................... p.7
  • 3.3.3 Forma...................................................................................................................... p.7
  • 3.3.4 Orientação................................................................................................................. p.
  • 3.3.5 Textura................................................................................................................... p.8
  • 3.3.6 Tamanho................................................................................................................. p.8
  • 3.3.7 Localização.................................................................................................................p.8
  • 3.4 Semiótica.................................................................................................................. p.8
  • 3.4.1 Fenomenologia ...........................................................................................................p.8
  • 3.4.2 Classes de Signos................................................................................................. p.8
  • 4.1 Escolha das Marcas para Análise.........................................................................................p.8 Capítulo 4 – Análise
  • 4.2 Metodologia da Análise.............................................................................................. p.8
  • 4.3 Roteiro da Análise..................................................................................................... p.
  • e Propriedades da Imagem.....................................................................................................p.9 4.4 Análise dos Rótulos Segundo os Elementos de Identidade Visual
  • 4.5.1 Carvalheira............................................................................................................. p.9
  • 4.5.2 Engenho Água Doce....................................................................................................p.9
  • 4.5.3 Pé de Serra................................................................................................................ p.9
  • 4.5.4 Pitú..............................................................................................................................p.
  • 4.5.5 Sanhaçu.................................................................................................................. p.10
  • 4.5.6 Serra Grande............................................................................................................. p.10
  • 4.5.7 Serrote..................................................................................................................... p.10
  • 4.5.8 Triumpho.................................................................................................................... p.1
  • 4.6 Análise Comparativa e Semiótica..................................................................................p.11
  • 4.6.1 Tabela dos Elementos da Identidade Visual dos Rótulos.......................................................p.
  • 4.6.2 Tabela dos Fundamentos da Imagem..................................................................... p.11
  • 4.6.3 Resultados da Análise Comparativa / Análise Semiótica.............................................................p.11
  • 4.6.3.1 Cores.......................................................................................................................p.11
  • 4.6.3.2 Imagem / Ilustração..................................................................................................p.11
  • 4.6.3.3 Logotipo....................................................................................................................p.11
  • 4.6.3.4 Tipografia.................................................................................................................p.11
  • 4.6.3.5 Plano de Fundo.......................................................................................................p.11
  • 4.6.3. 6 Elementos de Apoio.................................................................................................p.
  • 4.6.3.7 Peça Chave..............................................................................................................p.
  • 4.6.3.8 Valor....................................................................................................................... p.11
  • 4.6.3. 9 Forma..................................................................................................................... p.
  • 4.6.3.10 Orientação........................................................................................................... p.
  • 4.6.3. 11 Textura............................................................................................................... p.
  • 4.6.3.12 Tamanho............................................................................................................. p.11
  • 4.6.3.13 Localização.......................................................................................................... p.11
  • 5.1 Discussão dos Resultados......................................................................................... p.11 Capítulo 5 – Conclusão
  • 5.2 Cânones Gráficos........................................................................................................ p.11
  • 5.3 Layout Demonstrativo................................................................................................. p.1
  • 5.4 Conclusão da Análise Semiótioca................................................................................ p.12
  • p. Referências......................................................................................................................
  • p.12

neste último grupo que o presente estudo se concentrará, buscando investigar uma recorrência de elementos nos rótulos das cachaças fabricadas e comercializadas, atualmente, em Pernambuco.

Essa pesquisa é dividida em duas partes, sendo a primeira parte a fundamentação teórica, e a segunda a análise. O referente estudo também está dividido em cinco capítulos, a saber:

O Capítulo 1, que fala sobre a história e a importância social da bebida, contando, desde o início do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil e sua relevância econômica durante séculos, passando pelo início da produção da aguardente de cana pelos escravos, as proibições de comercialização e revoltas da cachaça, chegando aos dias atuais, onde ela se tornou parte do cotidiano do brasileiro e consegue cada vez mais ares de sofisticação, além de ser valorizada internacionalmente.

O Capítulo 2 aborda o rótulo de forma geral, explicando suas funções, desde a identificação ao apelo comercial. Esse capítulo também trata de como se dá a relação do produto com a embalagem e a importância de ambos na existência do produto, falando, inclusive, de quando estes se tornam o produto desejado, em vez daquilo que armazenam ou envolvem. Ainda no segundo capítulo é abordado o redesign de rótulos e embalagens, como forma de sobrevivência do produto e a presença constante da ilustração nos rótulos. Por último, o capítulo trata dos rótulos de cachaça, abordando desde a história, passando pelos métodos de impressão e chegando a rótulos atuais, que se utilizam da criatividade para criar novas formas de interação com o produto.

No Capítulo 3 entramos na parte que dá suporte à análise. No início, tratamos dos diferentes materiais utilizados nos rótulos e embalagens de cachaça. Em seguida, são abordados os elementos visuais que compõem os rótulos em geral. Depois, falamos das propriedades contidas nas imagens. Por último, o terceiro capítulo trata de semiótica, explicando sobre fenomenologia e classes de signos.

No Capítulo 4 é feita a análise dos rótulos, das marcas que são designadas logo em seu início. A metodologia de análise é apresentada após as marcas e ela se dá da seguinte forma: Primeiro, os rótulos são analisados

de acordo com os elementos que os compõem e pelas propriedades da imagem que os mesmos apresentam. Em seguida, através de tabelas, são quantificadas as recorrências apresentadas visualmente nos rótulos, os cânones. Por último, é feita uma análise semiótica, juntamente com a apresentação dos resultados da análise comparativa dos rótulos.

O Capítulo 5 é a conclusão do estudo, começando pela discussão dos resultados obtidos na análise. Em seguida são apresentados os cânones gráficos encontrados através das recorrências presentes nos rótulos com o auxílio de um layout demonstrativo.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Comprovar a existência de uma identidade pernambucana de rótulos de cachaça, por meio da recorrência na utilização de elementos.

Objetivo específicos:

 Identificar o conteúdo informacional e gráfico dos rótulos;

 Listar os elementos visuais mais recorrentes nos rótulos analisados;

 Identificar os conceitos e significados mais recorrentes nos rótulos.

METODOLOGIA

Esta se trata de uma pesquisa analítica, com método de abordagem indutivo, utilizando uma pequena amostragem, focada nos principais rótulos de cachaça comercializados atualmente no estado de Pernambuco, reunida por meio de visitas a pontos de venda e contato direto com produtores. Além disso, o projeto passa por uma pesquisa bibliográfica a fim de melhor contextualizar o estudo através de uma introdução com bases históricas e teóricas a respeito dos rótulos e da cachaça. O modelo escolhido para análise dos rótulos é próprio, tratando-se de um hibrido de uma análise de embalagem segundo os elementos descritos por Mestriner (2007), de uma análise da imagem segundo os elementos apresentados por Bertin (1967) e da análise semiótica proposta por Santaella (2002), classificando aspectos dos rótulos como forma, cor e orientação e analisando-os semioticamente de maneira isolada, bem como no contexto em que estão inseridos.

conhecido no Brasil por uma grande quantidade de nomes, mais de 500, segundo um relatório do SEBRAE, que vão muito além dos formais e bem conhecidos “aguardente” e “cachaça”. A seguir, podemos constatar uma significativa amostra de toda essa gama de nomenclaturas de origem popular:

“Abençoada; abrideira; acaba-festa; adorada; alpista; aninha; apreciada; arrebenta-peito; branca; branquinha; brasa; braseira; brasileira; bichinha-boa; acorda-o-velho; afamada; afiada; água-benta; água-bruta; água-de-briga; água-de-cana; aguada; água-forte; água-que-passarinho- não-bebe; água-que-gato-não-bebe; alertadeira; alma-de- gato; amansa-sogra; amansa-corno; amargosa; antibiótico; apetitosa; arranja-briga; a-que-matou-o- guarda; arranca-bofe; atitude; azarenta; bichinha; bicho- bom; bigorna; birinaite; birusca; bribada; briosa; cabo; catuca; caideira; calafrio; calorenta; cambirimba; cambraia; canavieira; canforada; canilina; capilé; catuta; catinguenta; chamegada; chamarisco; cipoada; cheirosinha; carinhosa; carraspana; caxaramba; caxiri; caxirim; chibatada; choraminga; chorumela; cobreira; corta-bainha; cotréia; cumbe; cumulaia; criminosa; curandeira; da boa; danadinha; desperta paixão; distinta; depurativo; douradinha; encantada; enrola-chifre; ensina- estrada; gabriela; garapa; girgolina; goró; gororoba; jeribita; jurubita; lapada; limpa; lindinha; lisa; mandureba; mamãe-sacode; marafo; maria-branca; mata-bicho; mata- o-velho; mel; merol; meu-consolo; não-sei-quê; papôco; papudinha; precipício; piadeira; pifão; pinga; pisca-pisca; pura; purinha; queimante; quero-mais; reiada; saideira; sacudidela; salve-ela; samaritana; sapeca; sedutora; seleta; sopapo; sossega-leão; sputinik; renitente; suadeira; sururu; tacada; talagada; tagarela; tiririca; tiúba; tijolo-quente; tira-frio; tira-prosa; tira-teima; tentação; treco; tremedeira; trombada; turbulenta; uma...; uma-da- boa; uma-daquelas; valentona; veneno; venenosa; virgem-afamada; vexadinha; vuco-vuco; xaropada; xixi- de-anjo; zombeteira; zinabre; zuninga”. (FEIJÓ; MACIEL, 2002 p.14 )

A cachaça é alvo de várias pesquisas e, dessa maneira, se tem descoberto uma grande quantidade de histórias sobre o líquido. Inclusive as variadas versões para a origem de seu nome. Dentre as que são mais aceitas pelos pesquisadores, estão as que encontramos nas obras de Sandre (2004) e Moreira (2011). A versão de que se tratava de um líquido obtido a partir da parte que era descartada do melaço da cana que, posteriormente, se tornaria açúcar. Esta parcela que se jogava fora formava uma espuma que, ao

fermentar, criara um forte odor, que lembraria um porco. Daí o nome feminino do cachaço, apelido dado a porcos maiores.

A outra versão é a de que o mesmo líquido era dado aos animais (porcos) em seu coxo, misturado à sua comida. Há ainda a versão de que o nome deriva da palavra “cagassa”, sendo que esta faz alusão ao aroma desagradável gerado pela tal espuma até então de aparência também nada bonita, mas quanto ao consumo do líquido - que ainda não podia se chamar de bebida - parece haver um consenso de quanto ao que teria acontecido. O fato tido com maior aceitação quando se fala da origem do ato de beber essa espuma fermentada, aparentemente, ainda longe da branquinha como a conhecemos nos dias atuais é que, ao observar a estranha reação e comportamento dos bichos após consumir esse líquido, os escravos que trabalhavam nos engenhos resolveram experimentá-lo.

Há também uma versão mais poética, contada no Museu do Homem do Nordeste, localizado em Recife e citado por Moreira (2011), que explicaria dois dos apelidos da cachaça. Essa explicação relata que, na época para se obter o melaço da cana que, posteriormente, seria transformado no açúcar, os escravos tinham que mexer de forma constante o caldo fervente em um tacho, até que ele ganhasse sua consistência e coloração típicas, e não podiam parar de mexer até que esse ponto fosse alcançado.

Certo dia, contudo, cansados de trabalhar, os escravos pararam de mexer o tacho e, como era de se esperar, o melado desandou. Nesse momento, eles decidiram separar o melado estragado e guardá-lo para que o feitor não tomasse ciência do acontecido. No outro dia, os escravos se depararam com o melado fermentado. Foi então que resolveram misturar o melado “azedo” ao que seria levado ao fogo, naquele dia. O azedume do melado do dia anterior era proveniente do álcool que estava a se formar a partir da fermentação. Assim, uma vez levado ao fogo, começara a evaporar, formando goteiras no teto devido à condensação desse vapor.

Esse vapor condensado era a cachaça, que pingava do teto nas costas dos escravos que trabalhavam mexendo o caldo. Daí surgiu o nome “pinga”.