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A História e Processo de Fabricação do Pão: Da Antiguidade à Idade Média, Notas de estudo de Química

Este documento narra a história do pão, desde sua criação no egito antigo, passando pelas melhores técnicas de fabricação adquiridas dos egípcios por hebreus, a chegada do pão na europa e no brasil, e a produção caseira durante a idade média. Além disso, aborda o processo de fermentação do pão, a diferença entre fermento natural e industrializado, e as vantagens de se usar fermentação natural.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 03/12/2022

josane-souza
josane-souza 🇧🇷

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Fermentação – A história do pão
O pão levedado foi produzido pela primeira vez no Egito, onde, cerca de 6000
anos(existe uma grande divergência de datas), seria descoberta a fermentação, segredo
do alimento.
O ar contém uma quantidade enorme de microrganismos (Saccharomyces
cerevisiae), que encontram nas massas de pão as condições adequadas para se
alimentar do amido da farinha. Em consequência da ação desses microrganismos, o
amido dividese em CO2 e álcool. As bolhas do gás carbônico não conseguem escapar
através da superfície e fazem inchar (crescer) a massa, tornando-a fofa. Durante a
cozedura, gás carbônico e álcool conseguem escapar, mas o seu efeito fica na
porosidade, sabor e aroma do pão.
O Pão no Antigo Egito O pão fermentado, semelhante ao que comemos hoje, já era
consumido pelos egípcios por volta de 4000 anos a.C. No Antigo Egito, o pão pagava
salários e os camponeses ganhavam três pães e dois cântaros de cerveja por dia de
trabalho.
O sistema de fabricação dos egípcios era muito simples: pedras moíam o trigo que,
adicionado à água, formava uma massa mole, que era assada. Este sistema encontra-se
ilustrado em pinturas encontradas sobre tumbas de reis que viveram por volta de 2500
a.C. Em Israel As primeiras padarias surgiram em Jerusalém, após o contato com os
egípcios, com quem os hebreus aprenderam melhores técnicas de fabricação e obtiveram
a receita. Pouco tempo depois, já existia na cidade uma famosa rua de padeiros.
O pão na Europa e no Brasil
Com as trocas comerciais entre egípcios e gregos, o pão acabou chegando na
Europa em 250 a.C. Não demorou muito para ele se tornar também o principal alimento
da Roma Antiga, sendo preparado em padarias públicas. Com a expansão do Império
Romano, o hábito de consumir pão foi difundido por grande parte da Europa.
Com o início da Idade Média, por volta de 476 depois de Cristo, as padarias
acabaram, e a produção de pão voltou a ser caseira. O retrocesso nessa época foi tanto,
que as pessoas voltaram a comer pão sem fermento!
Foi somente a partir do século XII que as coisas começaram a melhorar na França.
No século 17, o país se destacou como centro mundial de fabricação de pães,
desenvolvendo técnicas aprimoradas de panificação.
No Brasil, o consumo de pão se popularizou depois do século 19. Até então, o
brasileiro consumia, em grandes quantidades, a farinha de mandioca e o biju, apesar de
já conhecer o pão de trigo desde a chegada dos colonizadores portugueses. Com a vinda
dos italianos para o Brasil, no início do século 20, a atividade de panificação se expandiu,
e o produto passou a ser essencial na mesa do brasileiro.
Curiosidades:
Na Europa, passou a ser costume as mães darem para as filhas que se casavam
um pouco de sua massa de pão, por achar que, assim, elas fariam um pão tão gostoso
quanto o delas!
Ao longo da história, a posição social de uma pessoa podia ser discernida pela cor
do pão que ela consumia. Pão escuro representava baixa posição social, enquanto pão
branco, alta posição social. É porque o processo de refino da farinha branca era muito
mais caro. Atualmente, ocorre o contrário: os pães escuros são mais caros e, por vezes,
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Fermentação – A história do pão O pão levedado foi produzido pela primeira vez no Egito, onde, há cerca de 6000 anos(existe uma grande divergência de datas), seria descoberta a fermentação, segredo do alimento. O ar contém uma quantidade enorme de microrganismos (Saccharomyces cerevisiae), que encontram nas massas de pão as condições adequadas para se alimentar do amido da farinha. Em consequência da ação desses microrganismos, o amido dividese em CO2 e álcool. As bolhas do gás carbônico não conseguem escapar através da superfície e fazem inchar (crescer) a massa, tornando-a fofa. Durante a cozedura, gás carbônico e álcool conseguem escapar, mas o seu efeito fica na porosidade, sabor e aroma do pão. O Pão no Antigo Egito O pão fermentado, semelhante ao que comemos hoje, já era consumido pelos egípcios por volta de 4000 anos a.C. No Antigo Egito, o pão pagava salários e os camponeses ganhavam três pães e dois cântaros de cerveja por dia de trabalho. O sistema de fabricação dos egípcios era muito simples: pedras moíam o trigo que, adicionado à água, formava uma massa mole, que era assada. Este sistema encontra-se ilustrado em pinturas encontradas sobre tumbas de reis que viveram por volta de 2500 a.C. Em Israel As primeiras padarias surgiram em Jerusalém, após o contato com os egípcios, com quem os hebreus aprenderam melhores técnicas de fabricação e obtiveram a receita. Pouco tempo depois, já existia na cidade uma famosa rua de padeiros. O pão na Europa e no Brasil Com as trocas comerciais entre egípcios e gregos, o pão acabou chegando na Europa em 250 a.C. Não demorou muito para ele se tornar também o principal alimento da Roma Antiga, sendo preparado em padarias públicas. Com a expansão do Império Romano, o hábito de consumir pão foi difundido por grande parte da Europa. Com o início da Idade Média, por volta de 476 depois de Cristo, as padarias acabaram, e a produção de pão voltou a ser caseira. O retrocesso nessa época foi tanto, que as pessoas voltaram a comer pão sem fermento! Foi somente a partir do século XII que as coisas começaram a melhorar na França. No século 17, o país se destacou como centro mundial de fabricação de pães, desenvolvendo técnicas aprimoradas de panificação. No Brasil, o consumo de pão só se popularizou depois do século 19. Até então, o brasileiro consumia, em grandes quantidades, a farinha de mandioca e o biju, apesar de já conhecer o pão de trigo desde a chegada dos colonizadores portugueses. Com a vinda dos italianos para o Brasil, no início do século 20, a atividade de panificação se expandiu, e o produto passou a ser essencial na mesa do brasileiro. Curiosidades: Na Europa, passou a ser costume as mães darem para as filhas que se casavam um pouco de sua massa de pão, por achar que, assim, elas fariam um pão tão gostoso quanto o delas! Ao longo da história, a posição social de uma pessoa podia ser discernida pela cor do pão que ela consumia. Pão escuro representava baixa posição social, enquanto pão branco, alta posição social. É porque o processo de refino da farinha branca era muito mais caro. Atualmente, ocorre o contrário: os pães escuros são mais caros e, por vezes,

mais apreciados por causa de seu valor nutritivo. O que é fermento natural ou fermentação natural? Fermento natural é uma cultura de bactérias e leveduras em uma mistura defarinha e água. É conhecido por diversos nomes: levain (fermento natural em francês,), sourdough (fermento natural em inglês), lievito madre (fermento natural em italiano), masa madre (fermento natural em espanhol), massa mãe (fermento natural em Portugal) e por assim vai. São todos basicamente a mesma coisa: uma mistura de farinha e água que foi “contaminada” por micro-organismos (fungos e bactérias) dispersos no ambiente que encontraram nessa mistura um ótimo meio de crescimento. As principais bactérias presentes no fermento natural são os lactobacilos. As leveduras (fungos) variam de região para região e esse é um dos fatores pelos quais os pães feitos em San Francisco tem sutis diferenças dos pães feitos em São Paulo ou Londres, mesmo usando a mesma receita. Qual a diferença do fermento natural e do fermento industrializado? Do ponto de vista biológico os dois são muito parecidos. A diferença é que o fermento natural surge das bactérias e leveduras contidas no ar e o fermento industrial foi feito em laboratório, domesticando tais organismos. Fermento biológico industrializado É formado por leveduras micro-orgânicas cientificamente conhecidas como Saccharomyces cerevisiae. Pode ser encontrado em distintas formas: em grãos, em tablete ou em pó. É divido em 2 categorias definidas pelo teor de umidade:

1. Fermento biológico fresco Encontrado em tabletes, é o tradicional “fermento da padaria”. Possui aroma específico que é passado para o produto final. Sua umidade é alta (cerca de 70%) e por isso deve ser conservado coberto e refrigerado por no máximo 15 dias. Ele é ativado entre 30°C e 36°C, mas é facilmente destruído se chegar aos 55°C. 2. Fermento biológico seco instantâneo Geralmente encontrado em saquinhos de 10, 25, 50 ou 100 gramas, esse fermento possui uma forma de pó mais granulado e é criado por meio da secagem do biológico fresco. Ele possui um emulsificante em sua composição, o monoestearato de sorbitana, além das leveduras. Sua umidade varia de 7% a 9% e, por isso, sua durabilidade é maior, chegando até 6 meses se conservado fora da geladeira, em um ambiente arejado. Possui maior teor de agentes fermentadores, assim, sua utilização deve ser em uma proporção de ⅔ da quantidade do fresco. Para utilizá-lo, basta misturar diretamente à farinha. Em outros casos, faz-se uma reidratação na água por aproximadamente 15 minutos. Também pode ser utilizado na fermentaçao indireta, como pré-fermento, misturado a farinha e água. Nesse caso, dependendo da hidrataçao, proporçao de fermento/farinha ou tempo de preparo, recebe nomes diferentes, tais como esponja, poolish e biga.

Sabor, aroma e textura O pão feito com fermento biológico tem um sabor e aroma caraterístico, bem mais simples. Os pães de fermentação natural tem sabores muito mais complexos e aromas ácidos incríveis. Além disso, a textura de um pão de fermentação natural é completamente diferente. Ele desenvolve uma casca mais grossa, muito crocante e miolo úmido. Referência bibliográfica: [1] CORAÇÃO, Sagrado (org.). Fermentação : a história do pão. A história do pão. Disponível em: https://www.redesagrado.com/sagrado-coracao-sao- paulo/_upload/files/Fermenta%C3%A7ao.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022. [2] RAMOS, Maria. Conheça a história do pão. 2016. In vivo - Fiocruz. Disponível em: https://memoria.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2016/01/conheca-historia-do-pao. Acesso em: 07 jan. 2022.