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ticas da carga. Cabe ao gestor de logística compreender essas influências e tratar o objeto de transporte, segundo suas características, de tal forma, ...
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
UNIDADE
Professor Esp. Ezequiel Scopel
■ Entender as principais atividades da Gestão de Transporte. ■ Aprofundar o conhecimento em Gestão de Frota. ■ Descrever alguns KPI’s para mensurar desempenho. ■ Clarificar a importância do uso de TI aplicado no transporte. ■ Compreender os benefícios da melhoria contínua.
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Principais Atividades ■ Gestão de Frota ■ Indicadores Estratégicos ■ Tecnologia da Informação ■ Melhoria Contínua
Introdução
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), você chegou à segunda unidade deste livro. Agora que você já possui uma melhor interpretação acerca da logística e das constantes trans- formações impactadas pela globalização, é hora de aprofundar o conhecimento das práticas aplicadas à gestão de transporte. A gestão de transporte possibilita a realização de diversas atividades que, sincronizadas, permitem a redução dos custos logísticos e a maximização dos níveis de serviço, por meio de mecanismos, como a correta escolha do modal, a negociação com foco em ganha-ganha, o planejamento otimizado de rotas e a configuração das redes de distribuição, entre outras, que serão apresentadas nesta unidade. O dimensionamento da frota para atender às demandas dos clientes, a dis- ponibilidade de veículo e a redução das interferências causadas por quebras de veículo durante o trajeto são responsabilidades fundamentais da gestão de frota, que colaboram com o atendimento aos prazos e a redução dos custos. Realizar a gestão de transporte sem uma constante atualização de indicadores ou, pior ainda, sem a presença de indicadores estratégicos, é similar a um nave- gador em alto mar, sem uma bússola para orientar a direção norte e o caminho a ser seguido. Desta maneira, você verá que os indicadores online contribuem sig- nificativamente para a tomada de decisão com mais velocidade e assertividade. Por fim, será destacado que os investimentos em inovações tecnológicas por uma empresa de transporte possibilita a diferenciação no mercado. E ainda, quando a aplicação de métodos e ferramentas de qualidade está atrelada aos indi- cadores estratégicos, permite que as empresas realizem a correção de desvios, as inovações, a maximização da utilização dos recursos, ou seja, a melhoria contínua. Aproveite cada linha desta Unidade, escrita com muita dedicação para seu aprendizado.
Principais Atividades
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os custos de transporte, geralmente, apresentados na sequência de importân- cia, conforme Quadro 1:
Quadro 1- Fatores que impactam nos custos de transporte FATOR ECONÔMICO CARACTERÍSTICAS
Distância
É o fator de maior influência. Impacta diretamente nos custos vari- áveis, combustível e manutenção são exemplos. O custo fixo total se mantém, entretanto o custo variável total varia de acordo com a distância percorrida. Em outra visão, é possível afirmar que o custo fixo por km, milha ou nó será menor, pois o custo fixo unitário (de- preciação, por exemplo) é diluído com o aumento da distância.
Volume
Quanto mais ocupada a capacidade do equipamento de transpor- te, menor será o custo por unidade transportada, tendo em vista que o custo total entre origem e destino é pouco alterado. Quanto mais próximo de zero está a ociosidade, mais otimizado estará o custo de transporte.
Densidade
É a relação entre peso e espaço. Quanto maior a densidade, melhor será o aproveitamento do equipamento de transporte. Se a carga é leve e o veículo foi todo ocupado em volume, sem que tenha ocupado na capacidade em peso, terá ociosidade, acarretando no aumento do custo unitário por tonelada transportada. Casca de soja, fraldas e papel higiênico são exemplos de produtos com baixa densidade.
Facilidade de Acondicionamento
É a uniformidade de dimensões das unidades da carga. Se houver produtos de diferentes tamanhos e formas, dificulta a máxima ocupação volumétrica do equipamento de transporte. Bobinas de papel e barras de aço são exemplos comuns de itens desuniformes.
Facilidade de Manuseio
É a necessidade de utilizar equipamentos especiais para facilitar a carga ou descarga, por exemplo, mercadorias amarradas, paletiza- das, em bags.
Responsabilidade
Eventuais reclamações por não conformidades, como avarias, roubos, incêndio, entre outros danos entre a origem e destino, precisam ser ressarcidos. O seguro de carga é inevitável na maioria dos casos.
Mercado
São fatores como a sazonalidade de produtos (oferta x demanda), dificuldade de encontrar cargas de retorno (voltar vazio), falta de disponibilidade de opções de modais ou condições de tráfego em algumas regiões que podem afetar as tarifas de fretes. Fonte: adaptado de Bowersox e Closs (2004).
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O real efeito de cada fator apresentado pode variar de acordo com as caracterís- ticas da carga. Cabe ao gestor de logística compreender essas influências e tratar o objeto de transporte, segundo suas características, de tal forma, que o custo de transporte seja minimizado. Ao receber uma solicitação para realização de um transporte, a identifica- ção da natureza e as características da carga é outra principal atividade na gestão de transporte. Suponha que você receba uma demanda para transporte de um equipamento de colheita, com origem no Rio Grande do Sul e destino no Mato Grosso do Sul, mas não recebeu detalhes, como: tamanho (altura, largura, com- primento), peso, tipo de máquina, forma de carregamento, entre outros. Então, você, prontamente, programa um caminhão truck graneleiro e envia para o local de carregamento. Chegando ao local, o motorista depara-se com uma colhei- tadeira de grãos, de 20 toneladas, 4 metros de altura, 3 metros de largura e 10 metros de comprimento e acoplada uma plataforma de 12 metros de largura. E aí? Será que a escolha do caminhão foi correta? Certamente, não. O correto é uma carreta plataforma (prancha), com rampa de acesso, dimensão e licença especial para realizar o transporte com segurança. Mas e o custo do caminhão que foi até o local? Quem assumirá custo (prejuízo)? Então, começa a discussão. Onde ocorreu o erro? Foi quem solicitou e não passou detalhes ou quem pro- gramou o veículo e não verificou corretamente a demanda? Infelizmente, este é um exemplo simples, dos mais diversos que existem no dia a dia da gestão de transporte. Não importa onde e de quem foi o erro, é preciso que ambas as partes tenham uma boa comunicação ou, até mesmo, um padrão de soli- citação de transporte para maximizar o entendi- mento do objeto a ser transportado.
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Uma boa gestão de transporte deve ser capaz de realizar diferentes atividades, muitas delas, simultaneamente, tendo em vista que o transporte é o principal custo logístico e importante viabilizador do nível de serviço. Desta maneira, deve ser encarado como algo crítico e estratégico para todas as empresas, indepen- dentemente do porte, ramo de atuação, localização, entre outros. O aprimoramento das formas de planejamento e controle são fatores indispen- sáveis diante do aumento dos custos e da complexidade operacional, decorrentes de diversos fatores, como: restrições de circulação de veículos, redução de pro- dutividade em função de congestionamentos, aumento de itens comercializados e redução do tamanho dos pedidos, ampliação dos canais de distribuição, neces- sidade de agendamentos para cargas e descargas, aumento dos riscos de sinistros e assim por diante. Consequentemente, sobram obstáculos e desafios para o profissional de transportes transformar-se em um bombeiro que fica apagando incêndios diariamente, sem atuar na causa raiz dos problemas. Isso é um erro das empresas, pois a atuação de bombeiro custa caro e minimiza as possibilida- des de inovação e mudanças necessárias na gestão de transporte. Portanto, as empresas precisam ter gestores que dedicam mais tempo ao pensamento e à gestão estratégica antes de iniciar a operação, para determinar ações relacionadas ao dimensionamento e desenho da malha logística, planeja- mento da demanda por transporte, identificação dos parceiros de transportes, definição dos SLA (Service Level Agreement) ou acordo de nível de serviço, políticas tarifárias e tecnologias que serão empregadas para apoiar as ativida- des operacionais. Obviamente, a esfera operacional demandará a maior parte do tempo das equipes de gestão de transportes, mas não podem ser esqueci- das as atividades estratégicas. Baseado em Razzolini (2011) e em Bowersox e Closs (2004), serão destaca- das algumas atividades fundamentais de responsabilidade do Departamento de Transportes das empresas, como: ■ Escolha do modal: relacionada à escolha do modal ideal para atender as pequenas ou longas distâncias, desde transporte de pequenos volu- mes (encomendas) até os maiores e mais volumosos (commodities). As
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escolhas do modal de transporte são múltiplas e regidas de acordo com a característica do produto. O uso de sistemas como TMS contribui para maior assertividade na escolha das alternativas possíveis, embora, se a empresa não possuir sistema, caberá ao responsável pela contratação de transporte analisar dados, como tarifas, espaços, cubagem, frequência de atendimento, data do carregamento, data do descarregamento, disponi- bilidade, entre outras informações, para determinar qual o modal entre o rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário ou aeroviário será o mais adequado para atender à demanda.
A decisão da escolha de um ou outro modal de transporte, sem esquecer o aspecto custo, ou seja, o valor de frete cobrado, está diretamente ligada a alguns itens já descritos, bem como ao desempenho do sistema, de acordo com alguns fatores relevantes, descritos a seguir: ■ Valor dos bens transportados: se o produto transportado possui baixo valor agregado, como minérios, fertilizantes e grãos, o modal pode ser mais lento e barato (desde que não sejam perecíveis), mas, à medida que o valor agre- gado dos bens aumenta, eletrônicos, por exemplo, é possível optar por modais mais caros e rápidos. Recomenda-se o uso dos modais aquaviá- rio e ferroviário para o transporte de produtos com baixo valor agregado.
■ Perecibilidade dos bens: para o transporte de produtos perecíveis, é neces- sário utilizar modais que ofereçam mais velocidade. É o caso da exportação de flores, hortifrúti e iogurte com validade curta e dos órgãos para trans- plante. Assim, recomenda-se que sejam feitas pelo modal aéreo.
■ Velocidade: está relacionada ao atendimento urgente a uma demanda ou à perecibilidade dos produtos. Deve ser considerado o tempo disponível para realizar a entrega em relação à distância pela qual as mercadorias serão transportadas. O modal aéreo é o mais indicado, pela sua rapi- dez de deslocamento.
■ Confiabilidade: é a condição de o modal atender às entregas nos prazos acordados com o cliente, sem interferências. Essa situação afeta direta- mente as políticas de estoque, pois, quanto menor a confiabilidade do modal, maior será na necessidade de elevar estoque para evitar a ruptura nos setores produtivos. O modal aéreo é facilmente afetado pelas con- dições climáticas, e o rodoviário pelos congestionamentos. Já o modal dutoviário é o mais contínuo e confiável.
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■ Começar com um planejamento adequado, antecipadamente, definindo, de forma clara, os objetivos em termos de custo, nível de serviço, legislação e novas tecnologias que farão parte do edital. ■ Identificar os atuais e os potenciais participantes que atendam ao perfil dese- jado, registrando a eles uma carta-convite e um termo de confidencialidade. Quanto maior a base de prestadores de serviços logísticos, maior será a pro- babilidade de êxito no atingimento das metas estabelecidas. ■ Definidos os participantes, envie um questionário técnico para obter mais informações a respeito da empresa, incluindo questões abertas e fechadas, tais como: tamanho e tipo dos veículos da frota, tempo de atuação no mer- cado, carteira de clientes por segmento, faturamento da empresa, tecnologias utilizadas, certificações e licenças conquistadas. Ao receber de volta, elabore um ranking dos “Top Five”, ou seja, os cinco melhores. ■ Baseado na lista dos melhores, avalie a situação financeira e fiscal da empresa, se possível visite in-loco para auditar as informações fornecidas e se prepare para a negociação.
■ Negociação: compreende a busca pelas tarifas justas. Os negociadores devem procurar pelo custo adequado, dentro dos padrões de serviços preestabelecidos, sem afetar a qualidade dos serviços. Aqui, ressalto a importância de uma boa análise de trade-off, aprofundada na primeira unidade. Além do mais, o princípio da negociação efetiva com acordo “ganha-ganha”, garante maior longevidade e partilha de ganhos de pro- dutividade para todas as partes, sejam eles prestadores de serviços de transporte, fornecedores sejam clientes. Sobre este assunto, foi dedicado um tópico extra mais à frente, nessa unidade.
■ Roteirização: em paralelo ou após definido o modal, é necessário definir o melhor percurso, considerando a menor distância, menor tempo, menor custo ou a combinação deles, além de considerar as restrições existentes no percurso, como congestionamentos, horários de circulação, presença de pedágios,condições de tráfego, tamanho de veículos, riscos de sinistros, roubos e furtos, que impeçam, se houver, de executar a melhor sequência de paradas para entregas, de forma a minimizar o custo total da operação. Mesmo com o uso do TMS ou alguns aplicativos, como Google Maps e Waze, o conhecimento dos condutores e do gestor de transportes é impor- tante para a definição das melhores rotas.
■ Consolidação e compartilhamento de cargas: compreende a formação de grandes carregamentos com o agrupamento de outros menores, seja
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propriedade de uma única empresa ou diversas, sem comprometer a qualidade do nível de serviço, como atrasos de entregas ao cliente. O objetivo é montar cargas mais econômicas, para regiões onde existam poucas demandas, otimizando o veículo de transporte. No modal marí - timo, essa prática é comum principalmente nos navios porta-contêiner. No modal rodoviário, o compartilhamento de cargas, ainda é pouco explorado, mas será uma necessidade, diante das exigências dos clientes por maior fracionamento de itens e aumento da frequência de entregas. Outra função importante, como o veículo e seu condutor precisa voltar à origem, é preciso um esforço para a consolidação do transporte ini- cial com um transporte de retorno, evitando que o veículo volte vazio, ou seja, batendo lata. ■ Programação de embarque: a programação consiste no estabelecimento de prazos para a execução de tarefas dentro dos diferentes processos exis- tentes e da definição do equipamento de transporte. É possível programar, adequadamente, as janelas de coletas, entregas, tempo de percurso, para- das para alimentação e descanso, dentro dos roteiros estabelecidos, com o objetivo de garantir que os prazos sejam rigorosamente cumpridos. No transporte de passageiros, os prazos são primordiais para garantir as conexões com outras rotas, ou, ainda, o atendimento aos compromissos dos usuários, além organizar corretamente a chegada e saída dos veícu- los, sem que ocorram acidentes. A programação de equipamentos requer um cuidadoso planejamento para a máxima utilização do veículo, inde- pendentemente do uso de frota própria ou terceirizada, de forma que, o equipamento de transporte seja otimizado, atenda à demanda, constitui ele um transporte comum ou um transporte especializado. Um equipa- mento parado por longos períodos afeta as tarifas de fretes, pois o custo fixo é mantido, ou seja, quanto mais rodar, voar, navegar, melhor será a diluição dos custos fixos. ■ Dimensionamento de cargas e ocupação de veículo: compreende a otimi- zação do veículo de acordo com sua capacidade. Para identificar o custo de transporte em algumas empresas, é utilizada a cubagem, que é a relação entre o peso de uma carga e o volume. O fator de cubagem é padronizado e muda de acordo com a estrutura do modal de transporte. Por isso, é diferente para cada um deles, como podemos ver a seguir:
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Conheça as principais dimensões e pesos de veículos rodoviários, a partir de 01/01/2007, quando foram revogadas as Resoluções 12/98 e 163/04 pela Resolução 210/06 e as Resoluções 68/98, 164/04, 184/05 e 189/06 pela Re- solução 211/06 do CONTRAN, acessando o link disponível em: <http://www. guiadotrc.com.br/lei/qresumof.asp>. Fonte: o autor.
■ Rastreamento de embarque: compreende a localização das cargas, perdi- das, atrasadas ou em trânsito. O avanço tecnológico vem influenciando cada vez mais as atividades, nesse sentido, os clientes desejam, continuamente de mais de informações sobre os seus produtos, desde a compra até a entrega. O uso de recursos tecnológicos, como código de barras, radiotransmisso- res, computadores de bordo, comunicação via satélite, GPS, entre outros, possibilitam o acompanhamento em tempo real e online. A disponibiliza- ção de informações rastreadas poderá ser fornecida via portais corporativos ou por outros meios eletrônicos, pelo fornecedor ao cliente ou pelo presta- dor de serviço a ambos, mantendo a conectividade e a interatividade entre todos. Um exemplo clássico é dos Correios, que possuem diversos servi- ços, como: Sedex e Carta registrada, que permitem acompanhar o status do objeto desde o remetente até o destinatário. No e-commerce, o rastreamento é mais comum, sendo um grande diferencial deste canal de distribuição. Muitos frotistas de grande porte possuem um departamento especializado de rastreamento de veículos, todo informatizado, para auxiliar principal- mente no acompanhamento das cargas de alto valor agregado, que requerem um cuidado especial para mitigar os riscos de furtos ou roubos. ■ Processamento de reclamações: durante o transporte, podem surgir alguns defeitos, atrasos na entrega, perdas e avaria na carga, além de alterações no valor da tarifa para mais ou para menos, aliados à necessidade de percepção satisfatória do cliente, sendo assim, necessária a tratativa e a permanente atu- alização de informações relacionadas para os clientes. É recomendado possuir um responsável para tratar as reclamações e retornar ao cliente, manten- do-o informado sobre o desfecho da reclamação realizada para maximizar a
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satisfação do cliente. Normalmente, nas reclamações por perda e danos é exi- gido que a transportadora realize um reembolso, parcial ou integral, perdas decorrentes do mau desempenho ou transgressão das cláusulas contratuais. ■ Avaliação de desempenho: não é tarefa fácil, mas requer acompanhamento de perto e atenção aos pontos cruciais. Essa atividade é fundamental para mensurar o nível de serviço que a empresa oferece aos seus clientes e os custos incorridos para tal, possibilitando que sejam tomadas as ações pre- ventivas e corretivas, se necessário. Pode ser compreendida como uma técnica de aferição de resultados, comparando os critérios preestabelecidos versus os resultados obtidos. É importante definir os critérios previamente bem como checar o entendimento entre as partes, para que não tenham distorções da avaliação, durante a execução do transporte. Veremos mais sobre a avaliação de desempenho no tópico de indicadores estratégicos. ■ Auditoria: o objetivo da auditoria de conhecimento de fretes é assegurar a correção do faturamento, tendo em vista o crescimento significativo das taxas, impostos e necessidades de alterações de fretes, às vezes durante um mesmo dia, entre uma origem e um destino para atendimento de deman- das urgentes. A auditoria pode ser realizada antes do pagamento de fretes, por meio de sistemas de conferência entre o contratado e o faturado e, no caso de divergência, ser tratada antes de desembolsar o dinheiro pelo pagador, ou pode ser realizada após o pagamento de fretes, por interm[é- dio de auditores independentes ou externos ao processo, para que possam estar o mais isento possível, e de fato encontrar as fraudes. Por exemplo, uma empresa que possui um gasto anual com transportes de 500 milhões e possua um erro de pelo menos 2% nos pagamentos, estará assumindo um prejuízo de 10 milhões. Portanto, não adianta o gestor apenas focar em uma boa negociação e se esquecer de aferir o processo de pagamento, seja ele automático via sistema seja manual via colaborador.
Essa prática logística abrange o dimensionamento de instalações de armazena- gem, a localização dos estoques e a definição da política de transporte inbound e outbound, que serão utilizados de forma integrada para permitir o atendimento eficiente e eficaz das necessidades de um cliente interno ou externo à empresa.
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■ Cross-docking: essa prática iniciou-se nas operações dos modais aquaviá- rio e ferroviário, quando grandes navios eram atracados em portos e suas cargas eram diretamente direcionadas para pequenos, navios, barcos ou vagões ferroviários. Mais tarde, foi adotada pelos modais rodoviário e aéreo. Para alguns autores, essa prática é compreendida como um trans- bordo de carga, por outros é considerada como Transit Point. Mas o ponto chave é o foco na transferência da carga de um veículo maior, que per- corre uma longa distância, para um veículo menor, a fim de realizar uma pequena distância, sem que haja o uso de estruturas de armazenagem para acomodação do produto por longo período que, geralmente, é menos que dois dias. Existe o modelo de Cross-docking implantado em Centro de Distribuição (CD), conforme Figura 1, onde o CD recebe produtos em cargas consolidadas em veículos maiores, vindos de um único ou de diversos fornecedores de regiões distantes, realiza o processo de separa- ção, fracionando as cargas por cliente e despacha para um único ou para diversos clientes localizados em diversos pontos próximos ao CD, em veí- culo menor. Desta forma, o cliente receberá um único veículo com uma diversidade de produtos e de fornecedores diferentes, reduzindo a quan- tidade de veículos no seu pátio, a quantidade de manobras, otimizando o tempo das suas docas de descarga, entre outros benefícios.
Doca de entrada do fornecedor
SEPARAÇÃO
Doca de saída para o cliente
ARMAZENAGEM Figura 1- Ilustração do cross-docking Fonte: adaptada de Corrêa (2010).
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■ Estoque Avançado: é uma prática similar ao cross-docking, no entanto, neste caso, com o uso das estruturas de armazenagem para acomoda- ção dos produtos por um maior período. Geralmente, maior do que três dias. Com estoque avançado a resposta ao cliente será mais veloz, pois o produto estará mais próximo dele. Possivelmente, o custo dessa operação será maior quando comparado com o cross-docking, tendo em vista que estoque parado é custo e não agrega valor ao produto, apenas melhora o serviço ao cliente. Imagine uma indústria do Paraná que deseja aten- der clientes no Nordeste. Se não possui estoque avançado em um CD no Nordeste, o tempo de resposta aos pedidos realizados pelo cliente dire- tamente à indústria têm lead time de 12 dias para entrega, já os pedidos realizados via estoque avançado têm lead time de 02 dias. Notaram a dife- rença no tempo de resposta ao cliente?
Fornecedor ou Armazém Central Carga Consolidada Grandes Distâncias
Centro de Distribuição Estoque Avançado
Carga Fracionada Pequenas Distâncias Cliente 01
Cliente 02
Cliente 03
Figura 2 - Ilustração do estoque avançado Fonte: o autor.
Considerando que o Brasil não possui uma política de imposto padronizada para todos os estados, muitas empresas criam filiais para gestão do estoque avançado, em estados diferentes daquele em que está instalada a indústria, seja em um CD próprio ou de terceiros, beneficiando-se com a isenção de alguns impostos ou com a aplicação do imposto, obviamente menor, do estado em que estiver instalado. ■ Transit point: essa prática tem o objetivo de atender regiões distantes das fontes de abastecimento, das indústrias, por exemplo, ou locais de difí- cil acesso, como grandes centros com ruas de tráfego restrito, a partir do envio de cargas consolidadas, em um veículo maior, que serão transferi- das para veículos menores, em locais que possuem bem menos recursos de movimentação de materiais do que armazéns e CD’s, como pátio de
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empreendida, eficazmente, pelas indústrias automobilísticas, de maneira que seus fornecedores entregam os componentes diretamente na linha de produção, de acordo com a sequência do planejamento de produção, eli- minando a necessidade de estoque por parte da indústria.
■ Milk run: originária nos tradicionais sistemas de abastecimento das indús- trias pasteurizadoras e beneficiadoras de leite, compreende a organização lógica de um roteiro com horários e sequências definidas de coletas de mate- riais junto aos fornecedores. Muitas empresas têm utilizado esta prática para otimizar o fluxo dos veículos que realizam a distribuição aos clientes, opor- tunizando as coletas no caminho de retorno para minimizar os custos de fretes e aumentar a confiabilidade do processo de abastecimento de maté- ria-prima. É uma prática de consolidação, cujo único veículo percorre por diversos fornecedores coletando os produtos. Algumas indústrias automo- bilísticas desenvolveram um modelo em que seus principais fornecedores estejam perto de suas plantas, com uma distância de, aproximadamente, 15 a 20 km. Porém, não necessariamente, esse processo precisa ser assim; o modelo pode incluir fornecedores de outras áreas geográficas ou, como alternativa, podem manter um armazém perto do seu cliente.
Fornecedor 1
Fornecedor 2
Fornecedor 3
Fornecedor 4 Figura 4 - Ilustração do Milk Run Fonte: adaptada de Pires (2004). ■ Logística Reversa: essa prática consiste no gerenciamento do fluxo de produtos, de embalagens e de qualquer outro material agregado ao produto acabado, desde o local do consumidor final até o local inicial de origem. Seja para atender requisitos legais, reduzir os impactos no
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meio ambiente, otimizar custos seja atender o cliente, todas as organi- zações públicas e privadas têm se preocupado e difundido essa prática. Basicamente, cinco pilares tornaram a logística reversa um processo com maior grau de dedicação: os problemas ambientais, a lotação dos aterros sanitários, a legislação ambiental, a busca de economia de matérias-pri- mas e o consumidor mais exigente e criterioso. Além disso, é notório que os sistemas de logística reversa apresentaram um crescimento exponen- cial devido às devoluções. Nas compras online não é possível visualizar e sentir o produto fisicamente, de uma forma palpável. Dessa maneira, inúmeros pedidos são devolvidos por não corresponder às expectativas do cliente ou por arrependimento. Nas indústrias de produtos de varejo, muitas vezes, as mercadorias são colocadas sobre paletes, para facilitar o manuseio, a carga, o transporte e a descarga, assim, há uma necessi- dade de retornar o palete à origem para reaproveitamento, reduzindo-se os custos com aquisição deste item, a necessidade de corte de novas árvores para fabricação e o impacto no meio ambiente. É importante, no desenho da rede logística de distribuição, contemplar a necessidade de realizar a logística reversa, mapeando os pontos de coletas das mer- cadorias para otimização do fluxo de veículos e os custos incorridos. Vale ressaltar que nem sempre o produto, ao retornar à origem, apre- sentará as mesmas condições de uso de quando foi enviada ao cliente, resultando nas atividades comuns de reciclagem, reprocesso, vendas com desconto, consertos, reparos e até mesmo doações.
A atividade de negociação está presente em nossa vida em todos os momentos, tanto nas pequenas atividades do nosso cotidiano quanto nos grandes proces- sos empresariais. Se pensarmos na vida pessoal, podemos citar alguns exemplos, como negociar com nossos filhos os horários para diversão, estudos, viagens, negociar com membros da família a festa de final de ano, onde fazer o aniver- sário dos pais, quanto pagar nos docinhos da festa, quanto de bebidas comprar, quem convidar, ou ainda, negociar com nossos amigos, o dia e horário do fute- bol, quanto gastar e quem pagará o campo que será jogado. Enfim, inúmeros casos poderiam ser citados para exemplificar que sempre estamos negociando