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Este documento explora a teoria da comédia, baseada em textos aristotélicos, e os papéis dos sujeitos no humor, com referências a lacan, brumana e martínez. O texto também aborda a importância dos gêmeos de besouro negro e o papel dos guias em desbloquear 'bloqueios' humanos. Além disso, são discutidos os papéis específicos de marinheiros, baianos, exus e pombagiras no humor espirituoso.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Ciências; Área: Psicologia.
Aprovado em: ______________
Promessas são promessas, assim cumpria o Arcanjo a sua orientação de travessias sertanejas: portanto, dedico minhas andanças mais uma vez à minha avó Maria, por ter atribuído sentido ao que existe de mais nuclear em mim (minhas raízes, minhas histórias). Ao Antonio Henriques, que me permitiu ser parte de alguém, de algum lugar, ensinando que o amor pode ser, sim, contínuo e ininterrupto. À minha mãe, por ser sempre vermelha e vibrante: sem ela, eu não poderia “imprimir” esse trabalho, muito menos me imprimir nele. Ao Rafael, enfim, porque este Mestrado assim como a minha vida inteira (a partir de então) passaram a ser absolutamente permeados por ele e por seu amor presente (obrigada por ter aparecido em meu caminho).
por vezes geograficamente distante. Lígia Pagliuso, por sua escuta fina e pelas sensíveis contribuições ao meu trabalho (devo a ela muitas das minhas “considerações finais”, inclusive sobre as “raízes” deste texto). Raquel, pela sua firmeza (não mais somente cabocla), mas por sua firmeza feminina. Júlia, pela sua “encantada” participação em meus trabalhos sobre Alices e Jurubebas, porque ela anda tão presente neles que nem sequer se dá conta... Aos amigos: Ju (pelo seu carinho, sua presença e pelo “amparo técnico” no fim do percurso), Daniela (por toda a ajuda que tem me dado no “fechamento” do meu trabalho e de outras pontas soltas na vida), Marina Girardi, Arthur e Rodrigo. À Almerinda, a minha “mãe preta”, como ela gostava de dizer para mim, quando ficávamos noites e noites sozinhas na casa do Rio de Janeiro. Ao Circo Só Riso, onde é possível perder a pele, transmutar-se, ser dentro e fora, sem lona. Agradeço às serias, tigres e seres alados que lá conheci e que devem estar, neste momento, enquanto escrevo esse texto, metamorfoseando-se sem fim, porque é esse, de fato, o movimento mágico desse povo que lá habita. Meu carinho especial a Carmen Pott, Angélica e Iago. Agradeço imensamente ao Wilson Mestriner, por ter me proporcionado um retorno a terras misteriosamente minhas e por ter me dito as coisas mais pungentes que alguém pode ouvir (em torno da mesa de madeira xinguana). Um dia ele vai me levar de volta para que eu possa buscar o cheiro de índio perdido na beira do rio. À Lucila: quando eu puder, ela prometeu que me leva para voar, me empresta suas asas, me abriga em sua aldeia. À Michele Candiani: por me “permitir” escrever e me inscrever em palavras, revelando (ou trivelando?) a emergência de um ponto final, pois há sempre algo que simplesmente não se imprime. Agradeço seu modo próprio e diferente dos outros, sem ter nunca deixado de ser ela mesma. À Maria de Lurdes (muito além de uma professora de Francês), pelo seu carinho, suas palavras de alento, por ser um pouco de paz em meses e sábados tumultuados de escrita e leituras intensas. Aos amigos do COC, que tornam meu trabalho mais humano e mais vivo: Silvana, Ana Carolina, Thauana, Renata, Ludmila, Roselaine e Cláudia. Agradeço a Marina Caprio, que me ajudou (sem saber, mas sabendo de “alguma forma”) e veio (“desde lá”) abrindo meus caminhos. Agradeço a todo o terreiro de umbanda Oxalá e Yemanjá por ter me acolhido e me recebido em sua Casa, especialmente ao Toninho, Luís, Patrícia, a pequena Júlia, Silvinho, S. Altamiro (sangue do meu sangue baiano), Janaína, Cleide e Jairo (por tudo e principalmente pelas caronas cuidadosas de volta até a minha casa). Agradeço à minha banca: à Profa. Dra. Valéria Barbieri, em sua refinada sensibilidade na leitura e escuta dos dizeres que atravessam o meu trabalho (desde os meus tempos de graduação até o fechamento deste Mestrado); à Profa. Dra. Liana Trindade por trazer ao meu texto toda a sua experiência, suas ricas contribuições e um cuidadoso olhar em profundidade. Agradeço ao apoio financeiro da CAPES e FAPESP.
MACEDO, A. C. O Reverente Irreverente: a espirituosidade em rituais de umbanda. 2011. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
O humor revela-se frequentemente como uma característica marcante nos rituais umbandistas. Diante disso, este estudo propõe-se investigar, numa perspectiva etnopsicológica, se e em que medida as teses psicanalíticas (freudianas e lacanianas) sobre o chiste e o cômico podem ajudar a compreender o humor na umbanda. A pesquisa de campo foi realizada na Fraternidade de Umbanda Esotérica Caboclo Pena Branca, em Ribeirão Preto, cujos rituais se mostraram comumente bem humorados. Procedeu-se a uma escuta participante, que implica em uma escuta psicanalítica, na qual a participação é entendida e utilizada como instrumento de refinamento da audição. Nessa medida, a implicação do pesquisador em campo foi indispensável, pois o efeito de sentido é também produzido nele, que escuta e ri. Após a análise dos episódios espirituosos, foi possível constatar que a compreensão psicanalítica do humor é aplicável às suas ocorrências no ritual umbandista. Nas falas dos próprios adeptos do terreiro, o riso revela seu uso terapêutico, é parte de um “tratamento” que “quebra defesas”, o que se coaduna com a perspectiva freudiana de descarga de catexias. No entanto, segundo as teses psicanalíticas, frequentemente os chistes permitem a expressão de impulsos agressivos dirigidos ao ouvinte, enquanto na umbanda a função de ser objeto do riso é deslocada para personagens cômicos que representam o que poderia haver de repreensível no outro, deslocando a “censura” sobre os seus “filhos” para o enredo de uma comédia atuada por espíritos. Além disso, ao brincar com metáforas e sentidos novos, os espíritos dão eco à complexidade do sujeito humano, refletindo-a além de intelectualizações.
Palavras-Chave: etnopsicologia, humor, psicanálise, umbanda.
1. INTRODUÇÃO