A CAPOEIRA COMO MÉTODO TERAPÊUTICO NA SÍNDROME DE DOWN., Teses (TCC) de Fisioterapia

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INSTITUTO ITAPETININGANO DE ENSINO SUPERIOR

ELIEL SODRE DOMINGUES

A CAPOEIRA COMO MÉTODO TERAPÊUTICO NA SÍNDROME DE DOWN.

ITAPETININGA

ELIEL SODRE DOMINGUES

A CAPOEIRA COMO MÉTODO TERAPÊUTICO NA SÍNDROME DE DOWN.

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia. apresentado à Faculdade: Instituto Itapetiningano de Ensino superior Orientadora: Professora Doutoranda Daniela Carrogi Vianna ITAPETININGA

AGRADECIMENTOS

À minha família e minha companheira, que foram a escola da minha formação como ser humano e os alicerces da construção do meu caráter. À meu Mestre Carijó (Nelci de Almeida), que me iniciou no mundo da capoeira. À meu grande amigo Dal (José Adalberto), que foi figura inspiradora em minha formação profissional. À meus amigos e alunos da capoeira, que são os combustíveis da vida. À meus amigos e colegas do curso, que caminharam comigo ao longo dessa jornada. À professora Daniela Carrogi Viana, que aceitou ser minha conselheira, mentora e orientadora na produção desse trabalho. À coordenação e aos docentes do curso, que com muita dedicação, dividiram seus conhecimentos e experiências contribuindo de forma relevante para minha formação. À Todos que direta ou inderetamente fizeram parte de minha formação, deixo aqui minhas palavras de gratidão.

RESUMO

Introdução: A Síndrome de Down (SD) caracteriza-se pela presença de um cromossomo 21 extra (havendo exceções). A SD é uma das causas mais frequentes de deficiência mental, estudos mostram que a maioria dos Down possuem um desempenho na faixa de retardo mental entre leve e moderado, e que se bem estimulada, tende a se aproximar do que é tipicamente esperado. A capoeira se apresenta como uma excelente ferramenta para auxiliar no tratamento dos Down. Objetivo: O objetivo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre prática da capoeira por pessoas com SD, verificar quais os resultados e benefícios alcançados. Metodologia: Com o intuito de identificar estudos que citavam o tema abordado acima, foram realizadas pesquisas em duas bases de dados eletrônicos (Google Acadêmico e Lilacs). As pesquisas foram realizadas através das palavras chaves: síndrome de down, capoeira e terapia por exercício. Sendo realizadas de fevereiro a setembro de 2021. Resultados: Foram encontrados 27 artigos com potenciais de inclusão, dos quais 19 foram exluídos após leitura na íntegra e 8 artigos foram utilizados na revisão. Conclusão: Concluiu-se que a capoeira associada a fisioterapia é um excelente método terapêutico para pacientes com síndrome de down. Palavras-chaves: síndrome de down; capoeira; terapia por exercício.

SUMÁRIO

Sumário

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 6

2. METODOLOGIA.................................................................................................... 10

3. RESULTADOS...................................................................................................... 11

FLUXOGRAMA....................................................................................................... 11 TABELA DE RESULTADOS...................................................................................... 12

**4. DISCUSSÃO......................................................................................................... 14

5. CONCLUSÃO........................................................................................................ 15
6. REFERENCIAS..................................................................................................... 16** 1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Down (SD) foi patenteada em nome do médico e pediatra inglês, John Langdon Down, o primeiro estudioso a descrevê-la, ele o fez há mais de um século; ele descreveu cuidadosamente suas condições clínicas, porém falhou severamente quando relacionou a ela associações de características físicas e étnicas ao povo da Mongólia (algo característico da época), a chamando de “Idiotia Mongolóide”1 e 2. A denominação Síndrome de Down foi oficialmente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir do ano de 1965, após Jerôme Lejeune, em 1959, ter descoberto sua causa genética, contribuindo para o conhecimento científico da doença3 e 4. Caracterizada por um erro na distribuição dos cromossomos das células, a SD apresenta um cromossomo extra no par 21 na grande maioria dos casos. No entanto, em casos mais raros, ela pode ser causada por mosaicismo somático (disfunção genética) ou simplesmente pela translocação deste cromossomo2, 3 e 5. A síndrome genética de maior incidência é a SD, constitui uma das causas mais frequentes de deficiência mental, mas como em qualquer outra criança não conseguimos prever o desenvolvimento de seu cognitivo, porém a limitação de experiências físicas pode dificultar a exploração de objetos e do ambiente, interferindo no desenvolvimento cognitivo do down5,7 e 13. Compreendendo cerca de 18% do total de deficientes mentais em instituições especializadas, em nascidos vivos sua incidência é de 1 para cada 700 nascimentos, tendo uma média de 8.000 novos casos por ano no Brasil. De acordo com os dados levantados pelo IBGE, com base no Censo de 2010, existem 300 mil portadores da síndrome no país, estando presente em todas as classes sociais, raças e nacionalidades2,5 e 7. Em relação ao prognóstico da SD, o avanço tecnológico na área da saúde e educacional traz benefícios no desempenho social e desenvolvimento do portador, interferindo ativamente na perspectiva de vida. Estudos contemporâneos mostram que a maioria dos Down possuem um desempenho na faixa de retardo mental entre leve e moderado, deixando claro que historicamente o potencial dos portadores foi subestimado e desestimulado, as crianças com deficiência mental apresentam semelhança no desenvolvimento cognitivo, percorrendo as mesmas etapas que uma

ser uma cultura periférica e passa a ocupar espaços como escolas, estúdios de danças, espaços culturais e academias, se mostrando como uma excelente ferramenta multiprofissional. Nesse contexto, o trabalho tem como proposta a comprovação dos benefícios da capoeira, quando prescrita e acompanhado por um terapeuta. O objetivo desse presente estudo foi através de uma revisão bibliográfica encontrar estudos que propuseram a prática da capoeira por pessoas com SD, verificar quais os resultados alcançados e benefícios que a capoeira traz ao portador da síndrome, e por fim, tê-lo como base fidedigna para propor a capoeira como um método terapêutico no atendimento de pacientes com a Síndrome de Down.

2. METODOLOGIA

O presente estudo é uma revisão literária, com buscas no período de fevereiro há setembro de 2021, sendo feitas buscas de artigos nas seguintes bases de dados GOOGLE ACADÊMICO e LILACS. Para estratégia de busca foram utilizados os termos: Síndrome de Down; Capoeira e Terapia por Exercício, não se prendendo a data de publicação ou língua. Sendo feita a última busca no mês de setembro de 2021. Os critérios de inclusão foram os artigos que propuseram o uso da capoeira como ferramenta reabilitacional aos pacientes com SD. Os critérios de exclusão foram artigos que não estivessem disponíveis na integra, estudos que não relacionaram capoeira e síndrome de down, ou incluíram pacientes com outras patologias. As seleções dos artigos foram realizadas através da literatura inicial do título, em seguida do resumo e após a seleção dos artigos a leitura na integra.

TABELA DE RESULTADOS

Tabela 1 – Artigos científicos pesquisados e incluídos nesse trabalho. Autor Tipo de Estudo Objetivos Conclusão Teixeira B e Mota C.^9

Revisão Bibliográfica. Encontrar estudos que propuseram a prática da capoeira por pessoas com SD, e verificar quais os resultados alcançados. Contribuição no bem estar, inclusão social e autonomia dos portadores da síndrome. Reis A e Schuller J.^10

Experimental. Analisar a influência do treinamento de capoeira na coordenação motora, explorando as valências da motricidade fina, motricidade global e equilíbrio, para as pessoas com SD. Melhora na marcha, equilíbrio e coordenação motora fina. Brito A.^19

Experimental. Avaliar os efeitos de um programa de capoeira na coordenação motora de indivíduos com SD. Contribuição para melhoria dos niveis de coordenação motora dos indivíduos com SD. Castro MV e Viana FC.^20

Revisão Bibliográfica. Descrever os benefícios da capoeira para melhora do desenvolvimento psicomotor de indivíduos com síndrome de Down. Benefícios na fala, no rendimento e comportamento escolar, postura, marcha, além do convívio interpessoal. Rosa LC.^21

Experimental. Aplicar a metodologia da capoeira, enquanto atividade física e pedagógica para alunos com Síndrome de Down. Melhora aspectos afetivo, emocional, motor, social, desenvolvimento motor.

Neto JC.^22

Revisão Bibliográfica. Compreender a Capoeira e seus benefícios psicomotores para a pessoa com síndrome de Down. Melhora no aspecto psicomotor, equilíbrio, lateralidade, ritmo e consciência corporal. Monteiro EN e Pacheco LF.^23

Experimental. Conhecer os benefícios que a capoeira traz para individuos portadores da síndrome de Down. Melhora da fala, deglutição, aprendizagem, comportamento, marcha, relacionamento interpessoal, autonomia. Nascimento et al.^24

Transversal. Verificar os benefícios da capoeira nos aspectos físicos, sociais e psicológicos nos portadores de Down. Melhora do domínio motor, social, afetivo, psicológico.

trabalha não só o corpo, mas musicalidade, ritmo e a socialização^9. Castro e Viana (2018) realizaram também uma revisão da literatura, e ressaltam as características da capoeira, a mistura de prática corporal com música e dança, aliando movimentos que envolvem condicionamento aeróbio, força, coordenação motora, destreza, dentre outros e que influenciam positivamente no desenvolvimento dos indivíduos com Síndrome de Down^20. Para Reis e Schuller (2010) a capoeira apresenta dentro das suas característas as ferramentas necessárias para o aprimoramento das habilidades motoras, Brito (2008) verificou também que o manuseio dos instrumentos da capoeira contribuiram na obtenção de melhorias na coordenação motora10 e 19. Atravéz do estudo, observou-se também melhorias do cognitivo e da autoestima dos participantes, além das melhorias na habilidade da marcha, autonomia e atividades diárias que foram observadas por Rosa (2010) e Monteiro e Pacheco (2010)21 e 23. Nascimento et al (2012) avaliou ganho significativo de força, resistência, flexibilidade e agilidades dos participantes^24. Nas revisôes bibliográficas de Teixeira e Mota (2018) e Castro e Viana (2018) concluiu-se a contribuição da capoeira na postura, marcha, fala e autonomia do paciente, além dos benefícios como bem estar, inclusão social e destreza das atividades diárias9 e 20. E Neto (2010) comenta que a prática da capoeira possibilita o estimulo de diferentes capacidades físicas, ressaltando o equilíbrio e marcha22.

5. CONCLUSÃO

A intervenção fisioterapêutica é reconhecida como de fundamental importância no desenvolvimento e na manutenção de saúde do portador da síndrome de down. Perante o estudo realizado, concluiu-se que a capoeira quando relacionada a fisioterapia é um excelente método terapêutico para melhora do desenvolvimento motor, equilíbrio postural, coordenação motora, aptidão física, agilidade, força, resistência muscular, flexibilidade, consciência corporal, aspectos emocionais, melhoras no convívio social e familiar, aprendizagem e autonomia, e quando iniciada na infância, possibilita melhor interação das funções motoras, psíquicas e percepção do próprio corpo nos portadores da síndrome de down.

6. REFERENCIAS

PROTOCOLO DE ESTIMULAÇÃO MOTORA À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

DOS 4 AOS 17 ANOS DE IDADE DO AMBULATÓRIO DE CUIDADO À PESSOA

COM SÍNDROME DE DOWN. Acta Fisiact. 2014 Apr:205-209.

12. Brennecke A, Amadio A, Serrão J. PARÂMETROS DINÂMICOS DE MOVIMENTOS SELECIONADOS DA CAPOEIRA. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. 2005 May:153-159.
13. Lucisano R, Pfeifer L, Pinto M, Santos J, Anhão P. INTERAÇÕES SOCIAIS DE CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES COM SÍNDROME DE DOWN DURANTE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES. Revista Brasileira de Enfermagem. 2013 Jan-Feb :116-122.
14. Campos H. CAPOEIRA NA UNIVERSIDADE: uma trajetória de resistência. Bahia: Editora da Universidade Federal da Bahia; 2001. 184 p.
15. Adorno K. A ARTE DA CAPOEIRA. Goiânia: 2001.
16. Campos H. CAPOEIRA NA ESCOLA.: Editora da Universidade Federal da Bahia; 2001. 153 p.
17. Campos H. CAPOEIRA REGIONAL: A ESCOLA DE MESTRE BIMBA. Bahia: Editora da Universidade Federal da Bahia; 2009. 305 p.
18. Fontoura A, Guimarães A. HISTÓRIA DA CAPOEIRA. Revista da Educação Física/UEM. 2021:141-150.
19. Brito A. CAPOEIRA, UM CONTRIBUTO PARA A MELHORIA DA COORDENAÇÃO MOTORA EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN [Dissertação de mestrado]. Porto: Faculdade de desporto Universidade do porto;
21. Castro MV, Viana FC. A CONTRIBUICAO DA CAPOEIRA NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR PARA INDIVIDUOS COM SINDROME DE DOWN. Psicologia e Saúde em Debate. 2018 Sep: 33.
22. Rosa LC. CAPOEIRA: ATIVIDADE FÍSICO-PEDAGÓGICA, APLICADA A ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN. XIII Congresso Estadual das APAEs. 2010 Mar: 1-4.
23. Neto JC. DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR PROPORCIONADO PELA CAPOEIRA AO SÍNDROME DE DOWN [Monografia apresentada como requisitos para a obtenção de Grau em Bacharel em Educação Física]. Faculdade Maurício de Nassau; 2010
24. Monteiro EN, Pacheco LF. OS BENEFÍCIOS DA CAPOEIRA EM

PORTADORES DA SÍNDROME DE DOWN SOB O OLHAR DOS PAIS. Rev Digital.

2011. Nascimento LA, Nascimento LA, Oliveira RF, Costa LT. A PRÁTICA DA CAPOEIRA NA INCLUSÃO DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Rev Digital. 2012.