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7682264 - Testemunhos - Para - Ministros - e-Obreiros - Evangelicos, Notas de estudo de Teologia

curso para ministro

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 20/10/2016

marcelo-panissola-11
marcelo-panissola-11 🇧🇷

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TESTEMUNHOS PARA MINISTROS E OBREIROS EVANGÉLICOS
Introdução Histórica
Segundo foi mencionado no Prefácio desta terceira edição, Testemunhos Para Ministros consiste de materiais extraídos de
várias fontes, principalmente de artigos de Ellen G. White que apareceram na Review and Herald e de folhetos contendo
testemunhos à igreja de Battle Creek e aos dirigentes da Causa. A maior parte do conteúdo deste volume foi escrita nos anos
1890-1898, com o acréscimo de alguns materiais anteriores e posteriores, para ampliar determinados aspectos de conselho. A
Seção 1: "A Igreja de Cristo", dá certeza da terna consideração que Deus tem por Sua Igreja, e contém claras promessas de
vitória da Igreja. Isto é seguido de advertências e conselhos a pastores e administradores.
A década de 1890 foi um período interessante, mas, em alguns aspectos, também um período aflitivo na experiência dos
adventistas do sétimo dia. A Igreja estava crescendo, e mais que dobrou o seu número de membros nesses dez anos. Os seus
obreiros penetravam rapidamente em novos países. Fundaram-se instituições na pátria e no estrangeiro. As providências
originais para a organização, tomadas na primeira assembléia da Associação Geral, em 1863, estavam se tornando escassas e
insuficientes. As instituições estabelecidas há mais tempo se expandiam, e passavam por um período de popularidade, tanto
entre os adventistas do sétimo dia como no mundo em geral. Esse crescimento esteve repleto de perigos, desde o liberalismo,
por um lado, até à consolidação e centralização, por outro lado. Então, no decorrer da experiência desse período, houve certos
elementos que refletiam o desfecho da assembléia da Associação Geral de 1888, realizada em Mineápolis, Minnesota, na qual
foram minuciosa e acaloradamente debatidas determinadas questões doutrinárias. Vários homens se identificaram com um
partido ou com o outro, sendo as suas decisões influenciadas não somente pelos argumentos doutrinários que tinham sido
apresentados, mas também moldadas pelas atitudes para com os conselhos do Espírito de Profecia. Nalguns casos, essas
atitudes não eram benéficas. Durante a maior parte desse período, a Sra. White esteve na Austrália, esforçando-se para
desenvolver a obra nesse território recém-penetrado e tomando a dianteira no estabelecimento de um colégio e de um hospital
nesse continente.
Este volume leva o título de Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos. Ele não é dedicado essencialmente a
instruções sobre a maneira pela qual deve ser realizada a obra do pastor, como é o caso de Obreiros Evangélicos. Este livro
contém mensagens que foram dadas para admoestar, advertir, repreender e aconselhar os pastores da Igreja, com especial
atenção aos perigos específicos de homens que se encontram em posições de responsabilidade. Algumas repreensões são
severas, mas é dada a certeza de que Deus, no Seu processo disciplinador, "só fere para poder curar, e não para fazer perecer".
Testemunhos Para Ministros, pág. 23.
As repreensões e os conselhos dirigidos aos pastores, e especialmente aos administradores, não foram publicados inicialmente
por Ellen G. White, mas pelo presidente da Associação Geral, e, mais tarde, pela Comissão da Associação Geral. Na maioria
dos casos, eram mensagens dirigidas originariamente ao presidente da Associação Geral, O. A. Olsen, e a seus auxiliares na
obra administrativa, principalmente em Battle Creek. Ele e sua comissão mandaram imprimi-las para que outros pastores e
administradores também pudessem tirar proveito das repreensões que indicavam os erros, e dos conselhos e do encorajamento
ligados à repreensão.
Resenha de Dados Históricos Significativos
Ao rever certas situações na história de nossa Igreja, que constituem o cenário para as mensagens da década de 1890,
descobrimos indícios que nos habilitam a compreender melhor essas mensagens. Tornemos a folhear as páginas da História e
consideremos alguns acontecimentos importantes.
Desde o começo, os adventistas que observavam o sábado se caracterizaram pelo ardente desejo de compreender a vontade de
Deus e andar no Seu caminho. Em sua experiência do advento, nos meados da década de 1840, eles tinham visto as estáveis
igrejas protestantes, com suas estacas doutrinárias firmemente fincadas, se afastarem das grandes verdades ensinadas na
Palavra de Deus. Muitos desses adventistas haviam sido expulsos dessas igrejas por causa de sua esperança no advento, a qual
promanou das Escrituras. Eles tinham visto seus antigos irmãos mover ativa oposição aos que defendiam e expunham as
verdades bíblicas. Isto fez com que tivessem receio da formalidade e da organização da igreja. Quando, porém, começou a
abrir-se o caminho para a proclamação da mensagem do terceiro anjo, aumentou a necessidade de organização, e, em janeiro
de 1850, foi mostrado a Ellen White que os adventistas observadores do sábado deviam pôr em ordem o seu trabalho, pois "no
Céu tudo estava em perfeita ordem". Manuscrito 11, 1850.
Esforços diligentes para efetuar a organização da Igreja assinalaram a década de 1850. Em 1860 eles culminaram na escolha do
nome "Adventistas do Sétimo Dia", e, em 1861, nos planos para a organização de igrejas locais e associações estaduais. Então
em 1863, as associações estaduais se coligaram na Associação Geral. Tomou-se muito cuidado para evitar o primeiro passo na
formação de um credo, pois era evidente que a Igreja não poderia ter as estacas firmemente fincadas nesse sentido, e ao mesmo
tempo estar livre para seguir as indicações providenciais reveladas pelo estudo da Palavra de Deus e pelas revelações do
Espírito de Profecia. Excelente declaração a respeito das providências divinas ao ser instituída a ordem da Igreja aparece nas
páginas 24-32.
Por ocasião da organização da Associação Geral em 1863, foi escolhida uma Comissão da Associação Geral composta de três
homens. Os principais interesses da Igreja consistiam das diversas associações estaduais e de uma casa publicadora situada em
Battle Creek, Michigan. No setor evangelístico, crescente sucesso adveio aos pastores adventistas do sétimo dia. Sua obra
consistia principalmente em pregar as verdades distintivas da mensagem evangélica, incluindo o sábado, o estado dos mortos,
o segundo advento e o santuário. Muitos desses homens foram induzidos a entrar em discussões e debates atinentes à lei de
Deus e a outras verdades bíblicas muito importantes. Imperceptivelmente, não poucos dos que se envolveram em tais
discussões tornaram-se confiantes em si mesmos, e em seus corações desenvolveu-se um espírito de falsa segurança, de auto-
suficiência e de pendor para debates ou discussões. Com o tempo isso produziu frutos nocivos.
Desenvolvimento Institucional
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TESTEMUNHOS PARA MINISTROS E OBREIROS EVANGÉLICOS

Introdução Histórica Segundo foi mencionado no Prefácio desta terceira edição, Testemunhos Para Ministros consiste de materiais extraídos de várias fontes, principalmente de artigos de Ellen G. White que apareceram na Review and Herald e de folhetos contendo testemunhos à igreja de Battle Creek e aos dirigentes da Causa. A maior parte do conteúdo deste volume foi escrita nos anos 1890-1898, com o acréscimo de alguns materiais anteriores e posteriores, para ampliar determinados aspectos de conselho. A Seção 1: "A Igreja de Cristo", dá certeza da terna consideração que Deus tem por Sua Igreja, e contém claras promessas de vitória da Igreja. Isto é seguido de advertências e conselhos a pastores e administradores. A década de 1890 foi um período interessante, mas, em alguns aspectos, também um período aflitivo na experiência dos adventistas do sétimo dia. A Igreja estava crescendo, e mais que dobrou o seu número de membros nesses dez anos. Os seus obreiros penetravam rapidamente em novos países. Fundaram-se instituições na pátria e no estrangeiro. As providências originais para a organização, tomadas na primeira assembléia da Associação Geral, em 1863, estavam se tornando escassas e insuficientes. As instituições estabelecidas há mais tempo se expandiam, e passavam por um período de popularidade, tanto entre os adventistas do sétimo dia como no mundo em geral. Esse crescimento esteve repleto de perigos, desde o liberalismo, por um lado, até à consolidação e centralização, por outro lado. Então, no decorrer da experiência desse período, houve certos elementos que refletiam o desfecho da assembléia da Associação Geral de 1888, realizada em Mineápolis, Minnesota, na qual foram minuciosa e acaloradamente debatidas determinadas questões doutrinárias. Vários homens se identificaram com um partido ou com o outro, sendo as suas decisões influenciadas não somente pelos argumentos doutrinários que tinham sido apresentados, mas também moldadas pelas atitudes para com os conselhos do Espírito de Profecia. Nalguns casos, essas atitudes não eram benéficas. Durante a maior parte desse período, a Sra. White esteve na Austrália, esforçando-se para desenvolver a obra nesse território recém-penetrado e tomando a dianteira no estabelecimento de um colégio e de um hospital nesse continente. Este volume leva o título de Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos. Ele não é dedicado essencialmente a instruções sobre a maneira pela qual deve ser realizada a obra do pastor, como é o caso de Obreiros Evangélicos. Este livro contém mensagens que foram dadas para admoestar, advertir, repreender e aconselhar os pastores da Igreja, com especial atenção aos perigos específicos de homens que se encontram em posições de responsabilidade. Algumas repreensões são severas, mas é dada a certeza de que Deus, no Seu processo disciplinador, "só fere para poder curar, e não para fazer perecer". Testemunhos Para Ministros, pág. 23. As repreensões e os conselhos dirigidos aos pastores, e especialmente aos administradores, não foram publicados inicialmente por Ellen G. White, mas pelo presidente da Associação Geral, e, mais tarde, pela Comissão da Associação Geral. Na maioria dos casos, eram mensagens dirigidas originariamente ao presidente da Associação Geral, O. A. Olsen, e a seus auxiliares na obra administrativa, principalmente em Battle Creek. Ele e sua comissão mandaram imprimi-las para que outros pastores e administradores também pudessem tirar proveito das repreensões que indicavam os erros, e dos conselhos e do encorajamento ligados à repreensão. Resenha de Dados Históricos Significativos Ao rever certas situações na história de nossa Igreja, que constituem o cenário para as mensagens da década de 1890, descobrimos indícios que nos habilitam a compreender melhor essas mensagens. Tornemos a folhear as páginas da História e consideremos alguns acontecimentos importantes. Desde o começo, os adventistas que observavam o sábado se caracterizaram pelo ardente desejo de compreender a vontade de Deus e andar no Seu caminho. Em sua experiência do advento, nos meados da década de 1840, eles tinham visto as estáveis igrejas protestantes, com suas estacas doutrinárias firmemente fincadas, se afastarem das grandes verdades ensinadas na Palavra de Deus. Muitos desses adventistas haviam sido expulsos dessas igrejas por causa de sua esperança no advento, a qual promanou das Escrituras. Eles tinham visto seus antigos irmãos mover ativa oposição aos que defendiam e expunham as verdades bíblicas. Isto fez com que tivessem receio da formalidade e da organização da igreja. Quando, porém, começou a abrir-se o caminho para a proclamação da mensagem do terceiro anjo, aumentou a necessidade de organização, e, em janeiro de 1850, foi mostrado a Ellen White que os adventistas observadores do sábado deviam pôr em ordem o seu trabalho, pois "no Céu tudo estava em perfeita ordem". Manuscrito 11, 1850. Esforços diligentes para efetuar a organização da Igreja assinalaram a década de 1850. Em 1860 eles culminaram na escolha do nome "Adventistas do Sétimo Dia", e, em 1861, nos planos para a organização de igrejas locais e associações estaduais. Então em 1863, as associações estaduais se coligaram na Associação Geral. Tomou-se muito cuidado para evitar o primeiro passo na formação de um credo, pois era evidente que a Igreja não poderia ter as estacas firmemente fincadas nesse sentido, e ao mesmo tempo estar livre para seguir as indicações providenciais reveladas pelo estudo da Palavra de Deus e pelas revelações do Espírito de Profecia. Excelente declaração a respeito das providências divinas ao ser instituída a ordem da Igreja aparece nas páginas 24-32. Por ocasião da organização da Associação Geral em 1863, foi escolhida uma Comissão da Associação Geral composta de três homens. Os principais interesses da Igreja consistiam das diversas associações estaduais e de uma casa publicadora situada em Battle Creek, Michigan. No setor evangelístico, crescente sucesso adveio aos pastores adventistas do sétimo dia. Sua obra consistia principalmente em pregar as verdades distintivas da mensagem evangélica, incluindo o sábado, o estado dos mortos, o segundo advento e o santuário. Muitos desses homens foram induzidos a entrar em discussões e debates atinentes à lei de Deus e a outras verdades bíblicas muito importantes. Imperceptivelmente, não poucos dos que se envolveram em tais discussões tornaram-se confiantes em si mesmos, e em seus corações desenvolveu-se um espírito de falsa segurança, de auto- suficiência e de pendor para debates ou discussões. Com o tempo isso produziu frutos nocivos. Desenvolvimento Institucional

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O desenvolvimento institucional seguiu rapidamente no encalço da organização da Associação Geral. Na visão dada a Ellen White em dezembro de 1865, foi requerida uma instituição médica, e, como resposta, em setembro de 1866 os dirigentes abriram um pequeno instituto de saúde em Battle Creek. Menos de uma década depois disso, nas mensagens procedentes da pena de Ellen White foi recomendada a fundação de uma escola. Em 1874 construiu-se o Colégio de Battle Creek. Assim houve três importantes desenvolvimentos institucionais em Battle Creek, atraindo cada vez maior número de adventistas do sétimo dia para um centro denominacional em rápido crescimento. Foram chamados homens de experiência em assuntos comerciais para cuidar dos interesses financeiros das instituições. À medida que os métodos se expandiram, desenvolveram e prosperaram, alguns desses homens passaram a confiar mais no seu tino comercial do que nas mensagens de orientação da parte de Deus. Para eles, negócios eram negócios. Antes que decorresse uma década, a denominação se defrontou com uma luta entre os interesses de um programa educacional baseado nos princípios do Espírito de Profecia, e o programa educacional do mundo, dirigido por homens saturados de conceitos e métodos mundanos. Os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em grande parte, eram homens que se fizeram por si mesmos. Eram pessoas consagradas, hábeis e competentes, segundo se pode ver pela leitura de seus escritos. Conhecendo, porém, as limitações de sua formação educacional, tendiam a sentir-se muito humildes. Portanto, no começo da década de 1880, quando apareceu no meio deles um educador com título universitário, não é de surpreender que ele fosse impelido a assumir a liderança na obra educacional. Tendo sido elevado rapidamente a uma posição muito importante numa ocasião em que conhecia bem pouco das doutrinas e da história dos adventistas do sétimo dia, ele demonstrou que não se achava preparado para as responsabilidades que lhe foram atribuídas. Com os dirigentes e os membros tomando partido, as questões se complicaram em Battle Creek. Alguns foram desencaminhados pela liderança de um educador graduado, ao passo que outros procuraram permanecer leais ao que fora apresentado nos conselhos do Espírito de Profecia. O resultado foi desastroso para o colégio e para a experiência das pessoas envolvidas. O Colégio de Battle Creek fechou-se durante um ano. As coisas tinham sido ditas e as posições assumidas deixaram o seu estigma na experiência de não poucos dirigentes e membros da Igreja. Nesse período foram publicados os artigos incluídos em Testimonies for the Church, vol. 5, págs. 9-98, primeiro num folheto intitulado "Testemunho Para a Igreja de Battle Creek". Esse folheto continha não somente o que mais tarde foi reeditado no volume 5, mas também alusões mais pessoais a indivíduos e situações em Battle Creek. Só é necessário ler os títulos para sentir a atmosfera desse tempo. O segundo capítulo: "Nosso Colégio", contém os subtítulos: "A Bíblia Como Livro de Ensino", "Objetivo do Colégio" e "Professores no Colégio". Os capítulos que vêm em seguida intitulam-se: "Preparo dos Pais", "Testemunho Importante", "Menosprezando os Testemunhos", "Obreiros em Nosso Colégio", "Reprovação à Inveja e à Crítica". Eram dias difíceis, e no ano seguinte, quando compareceu à assembléia da Associação Geral em Battle Creek, Ellen White foi divinamente induzida a proferir uma série de palestras matinais aos pastores adventistas do sétimo dia, dando conselhos sobre aspectos práticos. Significativamente, entre estas palestras, uma foi dedicada a "Cristo, Justiça Nossa". (Ver Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 350-354.) Estas circunstâncias históricas fazem parte dos antecedentes para os conselhos de E. G. White que se encontram neste volume. A Década de 1880, um Período de Notável Progresso Embora houvesse enviado J. N. Andrews à Europa em 1874, enquanto se empenhava na edificação do colégio, só na década de 1880 a Igreja ingressou num período de notável avanço missionário e desenvolvimento institucional. Em 1882 foram fundadas duas outras escolas: uma em Healdsburg, Califórnia; e a outra em South Lancaster, Massachusetts. Em 1885 a obra de publicações estabeleceu-se em Basiléia, Suíça, na recém-construída Casa Publicadora Central. Nesse mesmo ano, foram enviados obreiros à Austrália, e logo se estabeleceu a Companhia Publicadora Echo, em Melbourne. A presença pessoal de Ellen G. White na Europa, nos anos 1885-1887, trouxe força e encorajamento à obra nos países visitados por ela. Ao recapitularmos certos pontos no desenvolvimento da história denominacional, se intensifica em nós a percepção da realidade do conflito entre as forças da justiça e as forças do mal. A igreja que surgira era a Igreja remanescente da profecia, com a mensagem de Deus para o tempo atual. O grande adversário fez tudo que estava ao seu alcance para frustrar a obra. Circunstâncias Ligadas à Assembléia de Mineápolis, em 1888 Uma das medidas mais eficazes do inimigo consistiu em levar bons homens a tomar posições que acabaram sendo um empecilho para a obra que eles amavam. Isto foi visto no espírito que se desenvolveu no coração de homens que se envolveram em discussões e debates. Foi visto na experiência de homens de negócios ligados à Causa. Foi visto na experiência de missionários que se dirigiram a outros países, e que, tendo conceitos tacanhos da obra, acharam difícil avançar da maneira indicada por Deus. Foi visto na tendência, manifestada por alguns, de recorrer aos líderes em Battle Creek para obter orientação nas mínimas questões da extensa obra missionária. E foi visto também no modo como dirigentes em Battle Creek, sobrecarregados com a obra educacional, procuravam dar minuciosa orientação ao trabalho em regiões distantes, das quais eles tinham bem pouco conhecimento. Quando chegou ao fim do ano 1887, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tinha um total de 25.841 membros no mundo todo, com vinte e seis associações locais e uma missão na América do Norte, e quatro associações locais e seis missões além-mar. A Comissão da Associação Geral consistia de sete homens, e tinha sido cautelosamente ampliada de três membros para cinco em 1882, e de cinco para sete em 1886. Para cuidar das questões legais da Causa, formara-se uma associação dentro da própria Associação Geral, com uma comissão de cinco depositários. Vários ramos da obra se haviam transformado numa espécie de organizações autônomas, como a "Associação Internacional da Escola Sabatina", a "Associação de Saúde e Temperança" e a "Associação Internacional de Tratados (Folhetos) e Missionários".

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difíceis os problemas provenientes do rápido desenvolvimento das instituições e da ampliação da obra em Battle Creek, com prejuízo da obra em outros lugares. A Consolidação e os Problemas Relacionados Na assembléia da Associação Geral de 1889, foram considerados os problemas provenientes da atuação de duas grandes casas publicadoras: uma em Battle Creek e a outra no litoral do Pacífico. Nomeou-se uma comissão de vinte e uma pessoas para estudar a consolidação dos interesses referentes às publicações da denominação. O voto também requeria que fosse considerada a formação de uma organização similar, "com a finalidade de controlar todos os nossos interesses educacionais e a posse de propriedades, colocando-os assim sob uma administração geral; e uma outra para controlar nossas instituições de saúde" General Conference Bulletin, 6 de novembro de 1889, pág. 149. Essa comissão apresentou o seu relatório à assembléia de 1891. A proposta era que a Associação Geral, como a corporação formada para representar os interesses legais da Igreja, comandasse todos os interesses da obra de publicações e dirigisse as casas publicadoras de um centro de comando. Reconheceu-se que, com a ampliação dos interesses que seriam colocados nas mãos dessa associação legal, o número de membros devia ser aumentado para vinte e um. Essas propostas foram aceitas pela assembléia. Relatórios posteriores demonstram que foram tomadas providências para consolidar as atividades mundiais da Igreja, que tinham estado sob a orientação de várias comissões, e colocá-las sob o controle da Associação Geral, com sua comissão de vinte e um membros. Os principais oficiais da Comissão da Associação Geral também eram os principais oficiais dessa outra associação. Como, porém, os membros das duas comissões geralmente se achavam espalhados pelo mundo todo, as questões rotineiras, em grande parte, estavam a cargo de uns poucos homens em Battle Creek, alguns dos quais se achavam profundamente envolvidos nos interesses comerciais das instituições situadas nessa localidade. Nem tudo que fora abrangido pelo voto que requeria a consolidação chegou a efetivar-se, mas concretizou-se o suficiente para iniciar uma série de movimentos em prol da consolidação e para sobrecarregar a Associação Geral com as obrigações financeiras das casas publicadoras, das sociedades de publicações, das instituições educacionais e dos hospitais ao redor do mundo. Como a reunião completa da comissão só ocorria raras vezes, era inevitável que as decisões rotineiras que afetavam os interesses da Causa no mundo todo fossem tomadas por um pequeno número de homens em Battle Creek -- que freqüentemente não eram mais de quatro, cinco ou seis. Em suas comunicações, Ellen G. White protestou contra as medidas em prol da consolidação, e contra outras medidas que não tinham a aprovação de Deus. (Ver Life Sketches, páginas 319-330; capítulo: "O Perigo de Adotar Métodos Mundanos na Obra de Deus.") A situação em Battle Creek, que envolvia tanto as instituições como a Associação Geral, parece ser bem sintetizada no artigo: "Não Terás Outros Deuses Diante de Mim", escrito em setembro de 1895 e que aparece nas páginas 359-364 deste livro. Seria bom que o leitor o estudasse com atenção. As comunicações de Ellen G. White ao Pastor Olsen, presidente da Associação Geral, continham muitas mensagens de repreensão aos que desejavam assumir a responsabilidade de tomar decisões intimamente relacionadas com o trabalho da denominação ao redor do mundo. Grande parte dessas instruções enviadas ao Pastor Olsen se encontra em Testemunhos Para Ministros. Como já foi mencionado, ele mandou imprimir essas mensagens, para que as instruções e advertências pudessem ser transmitidas a outras pessoas. Problemas de Longo Alcance nas Casas Publicadoras Infelizmente, a medida de conveniência, tomada nos primeiros anos de nossa obra de publicações e que levou as casas publicadoras a aceitarem trabalhos comerciais, envolveu essas instituições profundamente na mera atividade de imprimir. Por vezes, isso chegou a tal ponto que 70 por cento do trabalho de impressão era comercial, e 30 por cento denominacional. Aqueles que eram responsáveis pelos interesses financeiros das casas publicadoras encaravam a obra aos seus cuidados como a de simples impressores, e isso fez com que aceitassem para publicação manuscritos de tal índole que nunca deviam ter sido impressos nos prelos da Igreja. (Ver Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 161-168, capítulo: "Trabalho Comercial"; e Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 350 e 351, "O Perigo da Hipnose".) Ao mesmo tempo, alguns homens em posições de responsabilidade na obra de publicações se afastaram de importantes princípios básicos que haviam governado nossas instituições na remuneração de seus empregados. Alegou-se que a obra atingira a situação de prosperidade atual em virtude das habilidades especiais e dos talentos daqueles que labutavam nos setores administrativos; esses homens deviam ser, portanto, agraciados com uma remuneração especial que estivesse mais de acordo com as suas posições administrativas. Como resultado, certos homens em posições importantes passaram a receber o dobro da remuneração de hábeis operários. O mesmo espírito induziu a administração da casa publicadora em Battle Creek a tomar todas as medidas que estavam ao seu alcance para obter o controle dos trabalhos literários manejados por ela, e isto resultou no cerceamento dos direitos autorais dos escritores dos livros publicados nessa casa editora. Assim foi aumentada a renda da casa publicadora. Alegou-se que aqueles que ocupavam posições administrativas na casa publicadora estavam em melhores condições para compreender as necessidades da Causa e saber como utilizar os lucros oriundos da literatura, do que os autores individuais. Eles achavam que esses autores talvez não fossem corretos na devida mordomia de seus direitos autorais. Escrevendo para os que ocupavam posições administrativas, em diversas mensagens Ellen White salientou que esses planos tinham sido motivados pelo egoísmo. Os conselhos a esse respeito se encontram em Testimonies, vol. 7, págs. 176-180. O Presidente da Associação Geral Publica Testemunhos A influência de métodos egoístas e gananciosos, e o uso de poder despótico, ou "régio poder", segundo o denominou Ellen White, foram contagiantes. O Pastor Olsen, presidente da Associação Geral, na esperança de deter o mal causado por essas influências, tornou acessíveis aos pastores da Igreja muitas das mensagens de conselho enviadas a ele e a outros líderes em

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Battle Creek durante esse período crítico. Essas mensagens, publicadas em forma de folheto, foram expedidas como instruções especiais a pastores e obreiros. Muitas vezes eram prefaciadas por uma vigorosa declaração assinada pelo presidente ou pela Comissão da Associação Geral. Na introdução do Pastor Olsen ao segundo desses folhetos numerados, escrita em 1892, ele declarou: "Achamos que é nosso dever enviar-vos novamente algumas seleções de recentes escritos da irmã E. G. White que ainda não tinham sido impressos, e também chamar a atenção para alguns trechos muito importantes de escritos já publicados. Fazemos isso para trazer-vos à mente, de maneira bem nítida, as verdades ali contidas. Elas merecem a mais atenta consideração... "Por três anos o Espírito de Deus tem apelado de modo especial para que o nosso povo e o pastorado ponha de lado sua capa de justiça própria e busque a justiça que é de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Mas, oh! como temos sido vagarosos e hesitantes! ... O testemunho e as fervorosas instâncias do Espírito de Deus não têm encontrado em nosso coração a resposta desejada pelo Senhor. Em algumas ocasiões, até nos temos sentido livres para criticar os testemunhos e as advertências que Deus enviou para o nosso bem. Isto é muito grave. Qual é o resultado? - Frieza de coração e aridez de alma que realmente são alarmantes. "Não é tempo de fazer ouvir uma voz de advertência? Não é tempo para que cada pessoa se compenetre dessas coisas e pergunte: 'Acaso sou eu?'... "Neste testemunho, os nossos perigos são novamente indicados de tal modo que não podem ser mal interpretados. A questão é: Atenderemos ao conselho de Deus e O buscaremos de todo o coração, ou trataremos essas advertências com o desprezo e a indiferença que muitas vezes lhes dispensamos no passado? Deus não está brincando conosco, e não devemos ser morosos em fazer o que Ele quer." Em 22 de novembro de 1896, o Pastor Olsen escreveu estas palavras introdutórias para o sexto desses folhetos: "Durante os últimos meses, recebi diversas comunicações da irmã E. G. White, que contêm valiosíssimas instruções para mim mesmo e para todos os nossos obreiros; e, sabendo que todos os obreiros ligados à causa da verdade presente seriam pessoalmente beneficiados e ajudados em seu trabalho pela posse dessas instruções, coligi este material e mandei imprimi-lo neste opúsculo, para proveito deles. Não é necessário que eu solicite que lhe seja dado minucioso estudo, feito com oração, pois sei que o receberá." Não foi fácil para Ellen White redigir essas comoventes mensagens de censura e repreensão, nem foi fácil para os que as receberam aceitar que elas se aplicavam a sua experiência pessoal, e então começar a fazer as correções necessárias. Elas foram publicadas como folhetos, na década de 1890, pelo presidente e pela Comissão da Associação Geral, para que todos os pastores pudessem ser advertidos. Depois, em 1923, esses assuntos foram reeditados no livro Testemunhos Para Ministros, para que todo pastor e administrador adventista do sétimo dia se lembre dos perigos que podem militar contra os interesses da obra de Deus. Ellen White não incluiu todos os pastores e administradores na mensagem de repreensão. "Como meu coração se regozija - escreveu ela - pelos que andam em humildade de espírito, que amam e temem a Deus! Estes possuem um poder muito mais valioso do que o saber ou a eloqüência." - Pág. 161. Aqui e ali, nos artigos deste volume, ela fala de "alguns" que tomaram o rumo errado, de "alguns" que têm sido insensíveis às mensagens enviadas por Deus. As advertências contra o uso de autoridade e "poder despótico", e os conselhos de que o homem não deve volver-se para os seus semelhantes em busca de orientação em todos os pormenores da obra, são cuidadosamente equilibrados com conselhos a respeito da independência de espírito e ação, segundo consta nas páginas 314-316. É recomendado insistentemente que se tenha confiança nos presidentes de associação, e que lhes seja dado apoio, segundo consta nas páginas 327 e 328. São estes os antecedentes da década de 1890 e das mensagens que se encontram no livro Testemunhos Para Ministros. Este é o quadro das condições que pioravam de mês a mês, de ano a ano, à medida que a Igreja Adventista do Sétimo Dia, prosseguindo num programa evangelístico, institucional e missionário que se ampliava cada vez mais, se aproximava da virada do século. A Assembléia da Associação Geral em 1901 Ellen White, de volta aos Estados Unidos depois de permanecer nove anos na Austrália, foi convidada a assistir à Assembléia da Associação Geral de 1901, realizada em Battle Creek. Era a primeira assembléia a que ela assistia num período de dez anos. O presidente da Associação Geral, G. A. Irwin, proferiu a mensagem de abertura. Então Ellen White dirigiu-se à frente da congregação, desejosa de dizer algo. Ela falou fervorosamente à assembléia, salientando a maneira pela qual a obra de Deus tinha sido restringida porque alguns homens em Battle Creek arcavam com a responsabilidade de uma obra que estava muito além do seu alcance. Declarou que esses homens e a Causa foram prejudicados ao incentivarem os outros a se volverem para eles em busca de orientação em todos os aspectos da obra. Ela realçou que alguns homens, em posições de responsabilidade, tinham perdido o espírito de consagração, tão essencial a sua obra. E exclamou nessa reunião: "O que necessitamos agora é de reorganização. Precisamos começar pelos alicerces e edificar sobre um princípio diferente." General Conference Bulletin, 3 de abril de 1901. O que ocorreu nas três semanas seguintes é um relato emocionante. A mensagem foi atendida. Cuidadosamente, os irmãos puseram mãos à obra. Formaram-se uniões-associações, ligando as associações locais em unidades menores, com as responsabilidades colocadas sobre homens nesse setor. As diversas associações que representavam as ramificações da atividade geral da Igreja, como a obra da Escola Sabatina e a ação missionária, tomaram providências para se tornarem departamentos da Associação Geral. A Comissão da Associação Geral, que consistia de treze homens, foi ampliada para vinte e cinco. Em 1903, a referida comissão ampliou-se ainda mais para incluir aqueles que se achavam ligados aos recém- organizados departamentos da Associação Geral. Dentro de alguns anos, quinhentos homens estavam arcando com as responsabilidades que antes da assembléia de 1901 tinham sido exercidas por bem poucos homens. Por meio dessa reorganização, tomaram-se providências para que aqueles que se encontravam nos campos locais decidissem o que dizia respeito à obra em andamento. Os fundamentos lançados eram tão sólidos que, quando o contínuo crescimento tornou isso aconselhável, a denominação estava em condições de promover, sem grandes problemas, o desenvolvimento de

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  • 10 Como Examinaremos as Escrituras? /
  • 11 Estudo dos Livros de Daniel e Apocalipse /
  • 12 Cavai Mais Fundo /
  • 13 A Verdadeira Educação em Nossas Igrejas / IV. A Norma Elevada de Deus
  • 14 A Observância do Sábado o Sinal de Lealdade /
  • 15 Apelo Para uma Norma Mais Elevada / V. Um Solene Apelo a Ministros
  • 16 Razões da Insuficiência, e o Remédio / VI. As Necessidades Humanas e a Provisão Divina
  • 17 A Necessidade de Poder e Sabedoria Divinos /
  • 18 Volta ao Primeiro Amor /
  • 19 O Poder do Espírito Santo Espera Nosso Pedido e Recepção /
  • 20 A Ser Praticada em Todas as Coisas / VII. Economia
  • 21 Melhora do Trabalho /
  • 22 A Ociosidade /
  • 23 O Espírito de Jesus /
  • 24 O Senhor Logo Virá /
  • 25 Amor e Confiança Entre os Irmãos / VIII. Coobreiros de Deus
  • 26 Recebendo Dádivas /
  • 27 Tempos Solenes /
  • 28 Atividade em Nossas Igrejas /
  • 29 Dependência Direta de Deus /
  • 30 Deus, o Obreiro Mestre / IX. Obreiros sob a Direção de Deus
  • 31 Humildade /
  • 32 Calma e Consideração /
  • 33 Rondando as Igrejas /
  • 34 Educação Apropriada / X. Métodos, Princípios e Motivos Corretos
  • 35 Menos do Próprio Eu /
  • 36 Conselho Mútuo /
  • 37 O Mal dos Sermões Longos /
  • 38 Conhecer a Deus /
  • 39 A Necessidade de Discernimento Espiritual /
  • 40 Ligados à Obra de Deus / XI. Aos Irmãos que Estão em Posições de Responsabilidade
  • 41 A Necessidade de Direção Divina /
  • 42 O Uso do Julgamento Individual /
  • 43 Um Dízimo Fiel / XII. Meios e Métodos
  • 44 Instrução Prática no Trabalho /
  • 45 Conselho e Orientação / XIII. Oficiais da Associação
  • 46 Presidentes de Associações /
  • 47 Advertência Contra Envolvimentos /
  • 48 Oficiais de Associação /
  • 49 Todos vós Sois Irmãos / XIV. Apelo Pela Verdade e Lealdade
  • 50 "Não Terás Outros Deuses Diante de Mim" /

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51 Sob que Bandeira? / 364 52 O Senhor Tem uma Controvérsia com Seu Povo / 374 53 A Preciosidade de Cristo Para Seus Seguidores / 387

XV. Aos Obreiros de Deus 54 Uma Reprovação ao Egoísmo / 392 55 Zelo por Cristo / 400 56 Mensageiros de Deus / 404 57 Nossa Mensagem / 415 58 De Deus Deve-se Indagar / 417 59 Dá-Me teu Coração / 418 60 Semear Sobre Todas as Águas / 423

XVI. Elevai as Normas 61 Limpos de Mãos e Puros de Coração / 426 62 Purificai-vos / 444 63 Tudo é do Senhor / 456

XVII. Apelo e Advertência 64 A Necessidade do Mundo / 457 65 O Perigo de Adotar a Política Mundana na Obra de Deus / 460 66 As Ciladas de Satanás / 472 67 Deixai que os Céus Guiem / 475

XVIII. Princípios Vitais nas Relações 68 Jeová é Nosso Rei / 477 69 A Responsabilidade Individual e a Unidade Cristã / 485 70 Orai Pela Chuva Serôdia / 506 71 Palavras de Saudação / 513 72 A Vida Vitoriosa / 516 I. Igreja de Cristo 1 O Objeto de Seu Supremo Cuidado Pág. 15 Melbourne, Austrália, 23 de dezembro de 1892

Queridos Irmãos da Associação Geral:

Testifico aos meus irmãos e irmãs que a Igreja de Cristo, por débil e defeituosa que seja, é o único objeto sobre a Terra a que Ele confere Sua suprema atenção. Enquanto a todos dirige o convite para irem a Ele e serem salvos, comissiona Seus anjos, para prestar divino auxílio a toda alma que a Ele se achega com arrependimento e contrição; e, pessoalmente, por meio de Seu Espírito Santo, está no meio de Sua Igreja. "Se Tu, Senhor, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá? Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. Aguardo o Senhor; a minha alma O aguarda, e espero na Sua Palavra. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã." Sal. 130:3-6. "Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nEle há abundante redenção. E Ele remirá a Israel de todas as suas iniqüidades." Sal. 130: 7 e 8. Ó pastores e toda a Igreja, sejam estas as expressões que, brotando do coração, correspondam à grande bondade e amor de Deus para conosco, como um povo e a cada um de nós individualmente. "Espere Israel no Senhor" (Sal. 130:7), "desde agora e para sempre". Sal. 115:18. "Vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus, louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao Seu nome, porque é agradável. Porque o Senhor escolheu para Si a Jacó e a Israel para Seu tesouro peculiar. Porque eu conheço que Pág. 16 o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses." Sal. 135:2-5. Considerai, meus irmãos e irmãs, que o Senhor tem um povo, um povo escolhido - a Sua Igreja - para ser Sua propriedad,. Sua própria fortaleza, que Ele mambém num mundo contaminado pelo pecado, e rebelde; e determinou que nenhuma autoridade nela se conhecesse, lei alguma fosse por ela reconhecida, a não serem as Suas. Satanás tem uma grande confederação, que é sua igreja. Cristo a denomina sinagoga de Satanás, porque seus membros são filhos do pecado. Os membros da igreja de Satanás têm estado sempre a trabalhar para inutilizar a lei divina e estabelecer confusão entre o bem e o mal. Satanás trabalha com grande poder nos filhos da desobediência, e por meio deles, a fim de exaltar a traição e a apostasia como se fossem verdade e lealdade. E, na presente época, o poder de sua inspiração satânica está movimentando as forças vivas para promover a grande rebelião contra Deus, iniciada no Céu. Distinções Claras e Determinadas Na época atual, a Igreja precisa vestir suas belas vestes - "Cristo, justiça nossa". Há distinções claras e precisas a serem restauradas e expostas ao mundo, exaltando-se acima de tudo os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. A beleza da santidade

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Deus tem uma igreja, um povo escolhido; e pudessem todos ver como eu tenho visto, quão intimamente Cristo Se identifica com Seu povo, não se ouviria uma mensagem como essa que denuncia a igreja como Babilônia. Deus tem um povo que é Seu coobreiro e este tem avançado direito, tendo em vista a Sua glória. Ouvi a oração de nosso representante nos Céus: "Pai, aqueles que Me deste, quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a Minha glória." João 17:24. Oh, como o Líder divino almejava ter Sua igreja consigo! Com Ele haviam comungado em seus sofrimentos e humilhação, e é a Sua Pág. 21 mais elevada alegria tê-los consigo, para serem participantes de Sua glória. Cristo reivindica o privilégio de ter Sua igreja consigo. "Quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo." João 17:24. Tê-los consigo, está de acordo com o concerto da promessa e o pacto feito com Seu Pai. Reverentemente, apresenta Ele, no trono da graça, a consumada redenção para Seu povo. O arco da promessa circunda nosso Substituto e Penhor ao lançar Sua amorável petição: "Pai, aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a Minha glória." João 17:24. Contemplaremos o Rei em Sua beleza e a igreja será glorificada. Como Davi, podemos agora orar: "Já é tempo de operares, ó Senhor, pois eles têm quebrantado a Tua lei." Sal. 119:126. Têm os homens prosseguido na desobediência à lei de Deus, até alcançarem um grau de insolência sem paralelo. Os homens estão se educando na desobediência e apressadamente se aproximam do limite da paciência e do amor de Deus, e Deus certamente intervirá. Certamente Ele vindicará Sua honra e reprimirá a iniqüidade prevalecente. Será o povo que guarda o mandamento de Deus arrastado na iniqüidade dominante? Por ser a lei de Deus alvo de escárnio universal, serão tentados a pensar menos nessa lei que é o fundamento de Seu governo, tanto no Céu como na Terra? - Não. Para Sua igreja, Sua lei se torna mais preciosa, santa e digna de honra ao lançarem os homens sobre ela escárnio e desprezo. Como Davi, podem dizer: "Eles têm quebrantado a Tua lei. Pelo que amo os Teus mandamentos mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino. Por isso, tenho, em tudo, como retos todos os Teus preceitos e aborreço toda a falsa vereda." Sal. 119:126-128. A igreja militante não é agora a igreja triunfante; mas Deus a Pág. 22 ama, e descreve pelo profeta como Ele Se opõe e resiste a Satanás, que veste os filhos de Deus nos trajes mais negros e corruptos, e pleiteia o privilégio de destruí-los. Os anjos de Deus protegiam-nos dos assaltos do inimigo. Diz o profeta: "E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se Lhe opor, mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo? Ora Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo. Então, falando, ordenou aos que estavam diante dEle, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a ele lhe disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de vestes novas. E disse Eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e o vestiram de vestes; e o anjo do Senhor estava ali. E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos Meus caminhos, e se observares as Minhas ordenanças, também tu julgarás a Minha casa e também guardarás os Meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui." Zac. 3:1-7. Mestres que Devem Ser Evitados Quando homens se levantam, pretendendo ter uma mensagem de Deus, mas em vez de combaterem contra os principados e potestades, e os príncipes das trevas deste mundo, eles formam um falso esquadrão, virando as armas de guerra contra a igreja militante, tende medo deles. Não possuem as credenciais divinas. Deus não lhes Pág. 23 deu tal responsabilidade no trabalho. Eles desejam derrubar aquilo que Deus deseja restaurar pela mensagem de Laodicéia. Ele só fere para poder curar e não para fazer perecer. O Senhor não confere a nenhum homem uma mensagem que desanimará e desalentará a igreja. Ele reprova, censura, castiga; mas é apenas para poder restaurar e aprovar afinal. Quanto se alegrou meu coração com o relatório da Associação Geral de que muitos corações foram abrandados e conquistados, que muitos fizeram humildes confissões, e removeram da porta do coração o entulho que conserva fora o Salvador! Que alegria tive ao saber que muitos deram as boas-vindas a Jesus como hóspede permanente! Como é que estes folhetos que denunciam a Igreja Adventista do Sétimo Dia como Babilônia se espalharam por toda a parte, no mesmo tempo em que a igreja estava recebendo o derramamento do Espírito de Deus? Como é que os homens podem ser tão enganados que imaginem consistir o alto clamor em retirar o povo de Deus da comunhão de uma igreja que está desfrutando um período de refrigério? Oh, que essas pessoas enganadas entrem na corrente, e recebam a bênção e sejam dotadas do poder do Alto! Todo professor deve ser um discípulo, a fim de que os seus olhos possam ser ungidos para ver as evidências do avanço da verdade de Deus. Se quiser comunicar luz aos outros, devem os raios do Sol da Justiça brilhar em seu coração. Review and Herald, 18 de fevereiro de 1890. 3 Organização e Desenvolvimento Pág. 24 Faz já quarenta anos que foi introduzida a organização entre nós, como um povo. Fiz parte daqueles que tiveram experiência ao estabelecê-la desde o princípio. Conheço as dificuldades que tiveram de ser enfrentadas, os males que ela se destina a corrigir, e tenho notado sua influência em relação com o crescimento da causa. Na fase inicial da obra, Deus nos deu luz especial sobre este ponto, e esta luz, juntamente com as lições que a experiência nos ensinou, deveria ser tida em cuidadosa consideração. Desde o início, nossa obra teve caráter empreendedor. Reduzido era o nosso número, e em sua maior parte procedente das classes pobres. Nossas idéias eram quase desconhecidas do mundo. Não tínhamos casas de culto, possuíamos poucas

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publicações, e reduzidíssimos recursos para levar avante a nossa obra. As ovelhas estavam esparsas pelas estradas e caminhos, nas cidades, aldeias e matas. Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus eram a nossa mensagem. Unidade de Fé e de Doutrina Meu esposo, juntamente com os Pastores José Bates, Stephen Pierce, Hiram Edson, e outros que eram fervorosos, nobres e fiéis, estava entre os que, depois da passagem do tempo em 1844, buscaram a verdade como a um tesouro escondido. Reuníamo-nos sentindo angústia de alma, a fim de orar para que fôssemos um na fé e doutrina; pois sabíamos que Cristo não está dividido. Cada vez tomávamos um ponto para assunto de nossa pesquisa. Abriam-se as Escrituras com sentimento de temor. Jejuávamos freqüentemente, a fim de pôr-nos em melhor disposição para compreender a verdade. Pág. 25 Se depois de fervorosa oração, não compreendíamos algum ponto, o discutíamos, e cada qual exprimia livremente sua opinião. De novo então nos curvávamos em oração, e ardentes súplicas ascendiam ao Céu para que Deus nos ajudasse a ver de uma mesma maneira, para que fôssemos um, como Cristo e o Pai são um. Muitas lágrimas eram derramadas. Assim passávamos muitas horas. Algumas vezes passávamos a noite toda em solene busca das Escrituras, para compreender a verdade para o nosso tempo. Em algumas ocasiões o Espírito de Deus descia sobre mim, e porções difíceis eram esclarecidas pelo modo indicado por Deus, e havia então perfeita harmonia. Éramos todos de um mesmo pensamento e espírito. Procurávamos muito ansiosamente que as Escrituras não fossem torcidas para adaptarem-se às opiniões de qualquer pessoa. Procurávamos fazer com que nossas divergências de opiniões fossem tão pequenas quanto possível, não insistindo nós sobre pontos que eram de menos importância, a respeito dos quais havia opiniões divergentes. A preocupação de toda alma, porém, era promover entre os irmãos uma condição que correspondesse à oração de Cristo para que Seus discípulos pudessem ser um, assim como o são Ele e o Pai. Algumas vezes um ou dois irmãos obstinadamente se punham à opinião apresentada, e agiam de acordo com os sentimentos naturais do coração; quando, porém, essa disposição aparecia, suspendíamos nossas pesquisas e adiávamos a reunião, para que cada um tivesse a oportunidade de buscar a Deus em oração, e sem consulta com outrem estudasse o ponto de divergência, rogando luz do Céu. Com expressões de amizade nos despedíamos, para de novo reunirmo-nos tão breve quanto possível, para mais pesquisas. Por vezes o poder de Deus descia sobre nós de uma maneira assinalada, e, quando a clara luz revelava os pontos da verdade, chorávamos e Pág. 26 regozijávamo-nos juntamente. Amávamos a Jesus, e amávamo-nos uns aos outros. O nosso número aumentava gradualmente. A semente lançada era regada por Deus, que a fazia crescer. A princípio reuníamo- nos para o culto e apresentávamos a verdade àqueles que vinham para ouvir, em casas particulares, em celeiros, bosques e edifícios escolares; não demorou muito tempo, porém, e pudemos construir humildes casas de oração. A Adoção da Ordem Eclesiástica Aumentando o nosso número, tornou-se evidente que sem alguma forma de organização, haveria grande confusão, e a obra não seria levada avante com êxito. A organização era indispensável para prover a manutenção dos pastores, para levar a obra a novos campos, para proteger dos membros indignos tanto as igrejas como os pastores, para a conservação das propriedades da igreja, para a publicação da verdade pela imprensa, e para muitos outros fins. Havia, no entanto, entre nosso povo um forte sentimento contrário à organização. Os adventistas do primeiro dia opunham-se à organização, e a maior parte dos adventistas do sétimo dia entretinham as mesmas idéias. Buscamos o Senhor em oração fervorosa para que pudéssemos compreender Sua vontade; e Seu Espírito nos iluminou, mostrando-nos que deveria haver ordem e perfeita disciplina na igreja, e era essencial a organização. Método e ordem manifestam-se em todas as obras de Deus, em todo o Universo. A ordem é a lei do Céu, e deveria ser a lei do povo de Deus sobre a Terra. Tivemos uma árdua luta para estabelecer a organização. Apesar de o Senhor dar testemunho após testemunho a esse respeito, a oposição era forte, e teve de ser enfrentada repetidas vezes. Pág. 27 Sabíamos, porém, que o Senhor Deus de Israel nos estava dirigindo e guiando pela Sua providência. Empenhamo-nos na obra da organização, e uma evidente prosperidade acompanhou esse movimento progressista. Como o desenvolvimento da obra nos impelisse a novos empreendimentos, dispusemo-nos a começá-los. O Senhor nos dirigiu o espírito para a importância da obra educativa. Vimos a necessidade de escolas, para que nossos filhos pudessem receber instrução isenta dos erros da falsa filosofia, e sua educação estivesse em harmonia com os princípios da Palavra de Deus. A necessidade de instituições de saúde fora-nos encarecida, para auxílio e instrução de nosso próprio povo, e como meio de beneficiar e esclarecer a outros. Este empreendimento foi também levado avante. Tudo isto era obra missionária da mais elevada espécie. Os Resultados do Esforço Conjunto Nossa obra não era mantida por grandes donativos ou legados; pois poucos homens abastados tínhamos entre nós. Qual é o segredo de nossa prosperidade? Temo-nos movido sob as ordens do Príncipe de nossa salvação. Deus nos tem abençoado os esforços unidos. A verdade tem-se espalhado e florescido. Têm-se multiplicado as instituições. A semente de mostarda cresceu até tornar-se uma grande árvore. O sistema da organização alcançou êxito grandioso. Foi adotada a contribuição sistemática segundo o plano bíblico. O corpo foi "ligado pelo auxílio de todas as juntas". Efés. 4:16. Na medida do avanço feito, ficou provado ser eficiente o nosso sistema de organização. Ninguém acaricie o pensamento de que podemos dispensar a organização. A construção dessa estrutura custou-nos muito estudo e orações, em que rogávamos, sabedoria e as quais sabemos que Deus ouviu. Foi edificada sob Sua Pág. 28

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devedores a Deus por todas as regalias que Ele nos confiou para embelezarmos a verdade com a santidade de nosso caráter, e comunicarmos a mensagem de exortação, consolo, esperança e amor, àqueles que estão nas trevas do erro e pecado. Graças a Deus pelo que já tem sido feito no sentido de prover aos nossos jovens recursos para a educação religiosa e intelectual. Muitos têm sido instruídos para desempenhar uma parte nos vários ramos da obra, não somente Pág. 32 na América do Norte mas nos campos estrangeiros. O prelo tem fornecido a literatura que difunde extensamente o conhecimento da verdade. Todos os donativos que, quais regatos, têm avolumado ao afluxo das contribuições, devem ser para nós justo motivo de gratidão a Deus. Temos hoje um exército de jovens que, se for convenientemente dirigido e animado, muito poderá fazer. Necessitamos de que nossos filhos creiam a verdade. Desejamos que sejam abençoados por Deus. Queremos que desempenhem uma parte em bem organizados planos para auxiliarem outros jovens. Sejam eles de tal maneira preparados que possam corretamente representar a verdade, dando a razão da esperança que neles há, e honrando a Deus em qualquer ramo da obra para que estiverem habilitados! ... Como discípulos de Cristo, temos o dever de difundir a luz que sabemos faltar ao mundo. Que o povo de Deus "enriqueça em boas obras, reparta de boa mente, e seja comunicável; que entesoure para si mesmo um bom fundamento para o futuro, para que possa alcançar a vida eterna". I Tim. 6:18 e 19.

A Igreja Remanescente não é Babilônia Muito me entristeci ao ler o folheto publicado pelo irmão S. e pelos que com ele se associam na obra que está fazendo. Sem meu consentimento, têm eles feito seleções dos Testemunhos e as inseriram no folheto que publicaram, para dar a aparência de que meus escritos apóiam e aprovam a posição que advogam. Ao fazê-lo, fazem o que nem é justo nem Pág. 33 correto. Ao tomarem desautorizadas liberdades, apresentam ao povo uma teoria que engana e destrói. Em tempos passados, muitos outros fizeram a mesma coisa, e deram a parecer que os Testemunhos apoiavam posições que eram insustentáveis e falsas. Tenho recebido luz no sentido de que a posição assumida pelo irmão S. e seus simpatizantes não é verdadeira, mas um dos "eis aqui" e "eis ali" que caracterizam os dias em que vivemos. Como exemplo da maneira em que o irmão S. compilou este folheto, relatarei o seguinte incidente: Escrevi uma carta particular a um de nossos pastores, e de maneira bondosa, pensando que isso seria um auxílio ao irmão S., esse irmão lhe enviou uma cópia dela, mas em vez de a considerar como uma questão para o seu auxílio pessoal, ele imprime porções dela num panfleto, como Testemunho não publicado, para apoiar a posição que ele assumira. É isso honroso? Nada há no Testemunho para apoiar a posição mantida pelo irmão S.; mas ele faz mau uso disto, como muitos fazem com as Escrituras, para prejuízo de sua própria alma e da dos outros. Deus julgará os que tomam desautorizada liberdade fazendo uso de meios desonrosos com o fim de dar caráter e influência àquilo que eles consideram como sendo uma verdade. Usando uma carta particular enviada a outra pessoa, abusa o irmão S. dos bondosos esforços envidados por alguém que o desejava ajudar. As facções que publicaram o folheto sobre o Alto Clamor, e a queda de todas as igrejas, evidenciam que o Espírito Santo de Deus não está atuando com eles. "Por seus frutos os conhecereis." Mat. 7:16. Os que recebem os folhetos que advogam essa falsa posição, terão a impressão de que eu a apóio, e de que estou unida com esses obreiros na proclamação daquilo que eles chamam a "nova luz". Sei que sua mensagem está misturada com a verdade, mas a verdade Pág. 34 é mal aplicada e torcida pela sua ligação com o erro. Quero dizer ao irmão que enviou a esses homens a cópia da carta que eu lhe escrevi, que nenhum pensamento tenho de censurá-lo, e ninguém deve fazer-lhe a mínima censura quanto a este assunto. Se eu fizesse um mau juízo e o censurasse, quando seus motivos e intenções eram bons, incorreria no desagrado de Deus. Se o irmão que ele desejou ajudar tomou liberdades, e traiu a sua confiança, não censure a si mesmo, nem se aflija pelos resultados da infidelidade dele. Instrução aos Discípulos Questões há nos Testemunhos escritos que não são para o mundo em geral, mas para os filhos de Deus crentes, e não é próprio tornar públicos para o mundo instruções, advertências, reprovações ou conselhos dessa espécie. O Redentor do mundo, o Enviado de Deus, o maior Mestre que os filhos dos homens já conheceram, apresentou algumas questões instrutivas, não para o mundo, mas somente para os Seus discípulos. Embora tivesse mensagens destinadas às grandes multidões que O acompanhavam, também tinha alguma luz e instrução especial a comunicar aos Seus seguidores, as quais não comunicava à grande congregação, visto que elas nem seriam por ela compreendidas nem apreciadas. Enviou Seus discípulos a pregar, e ao voltarem de seu primeiro trabalho missionário, e terem várias experiências a relatar quanto a seu êxito na pregação do evangelho do reino de Deus, Ele lhes disse: "Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco." Mar. 6:31. Num lugar de reclusão comunicou Jesus a Seus discípulos as instruções, conselhos, avisos e correções que Ele viu serem necessários na sua espécie de trabalho; mas a instrução que então lhes deu não devia ser lançada Pág. 35 a esmo ao grupo promíscuo, pois Suas palavras se destinavam apenas aos Seus discípulos. Em várias ocasiões em que o Senhor realizara obras de cura, ordenou Ele àqueles a quem abençoara que a ninguém contassem o que fizera. Devem eles ter ouvido Suas exortações e reconhecido que Cristo não exigira levianamente silêncio de sua parte, mas tinha uma razão para Sua ordem, e de modo algum deviam ter desrespeitado o Seu expresso desejo. Deveria ter-lhes sido

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suficiente saber que Ele desejava que observassem o seu conselho, e que tinha boas razões para Seu premente pedido. Sabia o Senhor que ao curar o enfermo, ao realizar milagres para restaurar a vista dos cegos, e para a purificação do leproso, punha em perigo Sua própria vida, pois se os sacerdotes e príncipes não aceitassem as evidências de Sua missão divina que Ele lhes deu, haveriam de interpretar mal, dizer falsidades e contra Ele fazer acusações. É verdade que Ele fez abertamente muitos milagres, contudo, em muitos casos, pediu que aqueles a quem abençoara a ninguém contassem o que por eles fizera. Ao se levantar o preconceito, ao serem alimentados a inveja e o ciúme, e Seu caminho embargado, abandonou as cidades e foi à procura dos que ouviriam a verdade que Ele veio transmitir e a apreciariam. Achou o Senhor Jesus necessário esclarecer muitas coisas aos discípulos, coisas essas que Ele não revelou às multidões. Tornou-lhes claramente manifestas as razões do ódio demonstrado para com eles pelos escribas, fariseus e sacerdotes, e lhes falou de Seu sofrimento, traição e morte. Mas para o mundo não tornou tão claras essas questões. Tinha advertências a dar a Seus seguidores, e diante deles desdobrou os tristes acontecimentos que haviam de ocorrer, e o que eles deviam Pág. 36 esperar. Deu a Seus seguidores preciosa instrução que até nem mesmo eles compreenderam senão depois de Sua morte, ressurreição e ascensão. Ao ser o Espírito Santo derramado sobre eles, foram-lhes todas essas coisas trazidas à lembrança, tudo o que Ele lhes dissera. Traição da Confiança Era uma traição da sagrada confiança tomar aquilo que Jesus determinara que fosse conservado em segredo e publicá-lo aos outros, trazendo sobre a causa da verdade desonra e prejuízo. O Senhor deu a Seu povo apropriadas mensagens de advertência, repreensão, conselho e instrução, mas não é próprio tirar essas mensagens de sua conexão, e pô-las onde pareçam reforçar mensagens do erro. No folheto publicado pelo irmão S. e seus companheiros, ele acusa a igreja de Deus de ser Babilônia, e insiste em que haja uma separação da igreja. Esta é uma obra que não é honrosa nem justa. Compondo aquele folheto, serviram-se de meu nome e de meus escritos para apoio do que eu desaprovo e denuncio como erro. O povo a quem esse folheto chegar às mãos, acusar-me-á a mim da responsabilidade dessa falsa atitude, quando ela é completamente contrária aos ensinos de meus escritos e da luz que Deus me deu. Não hesito em dizer que os que insistem nessa obra estão muito enganados. Uma Falsa Mensagem Desde anos tenho apresentado meu testemunho dizendo que, em surgindo quaisquer pessoas pretendendo possuir grande luz e não obstante advogando a demolição daquilo que o Senhor por Seus agentes humanos tem estado a edificar, acham-se eles muito enganados, e não trabalham em Pág. 37 cooperação com Cristo. Aqueles que afirmam que as igrejas adventistas do sétimo dia constituem Babilônia, ou qualquer parte de Babilônia, deveriam antes ficar em casa. Que eles se detenham e considerem qual é a mensagem que deve ser pregada presentemente. Em vez de trabalhar com meios divinos para preparar um povo que subsista no dia do Senhor, eles se puseram ao lado daquele que é um acusador dos irmãos, que os acusa dia e noite perante Deus. Agentes satânicos têm vindo das profundezas, inspirando os homens a unir-se numa confederação do mal, para perturbarem e atormentarem o povo de Deus, causando-lhe grande aflição. O mundo todo há de ser instigado à inimizade contra os adventistas do sétimo dia, porque eles não rendem homenagem ao papado, honrando o domingo, instituição desse poder anticristão. É desígnio de Satanás fazer com que eles sejam exterminados da Terra, a fim de que não seja contestada sua supremacia no mundo. As Acusações de Satanás Ao profeta foi apresentada a cena da acusação feita por Satanás. Diz ele: "E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se Lhe opor." Zac. 3:1. Jesus é o nosso grande Sumo Sacerdote no Céu. E que faz Ele? - Faz intercessão e expiação por Seu povo que nEle crê. Pela Sua justiça imputada, são aceitos por Deus, como sendo aqueles que estão manifestando ao mundo que reconhecem a fidelidade a Deus, observando todos os Seus mandamentos. Satanás está cheio de maligno ódio contra eles, e para com eles manifesta o mesmo espírito que manifestou para com Jesus Cristo quando Este estava na Terra. Quando Jesus estava perante Pilatos, o governador romano procurou soltá-Lo, e desejou que o povo Pág. 38 escolhesse libertar Jesus da prova pela qual estava prestes a passar. Apresentou à multidão que clamava o Filho de Deus e o criminoso Barrabás, e perguntou: "Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?" Mat. 27:17. "E eles disseram: Barrabás. Disse-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado." Mat. 27:21 e 22. O mundo foi instigado pela inimizade de Satanás, e quando lhe pediram que escolhesse entre o Filho de Deus e o criminoso Barrabás, escolheram um ladrão em vez de a Jesus. As multidões ignorantes foram levadas pelo raciocínio enganoso dos que estavam em posição elevada, a rejeitar o Filho de Deus e a escolher em Seu lugar um ladrão e assassino. Lembremo-nos todos de que ainda estamos num mundo em que Jesus, o Filho de Deus, foi rejeitado e crucificado, em que ainda repousa a culpa de desprezar a Cristo e preferir um ladrão ao imaculado Filho de Deus. A menos que individualmente nos arrependamos diante de Deus devido à transgressão de Sua lei, e exerçamos fé em nosso Senhor Jesus Cristo, a quem o mundo tem rejeitado, estaremos sob a absoluta condenação que o ato de escolher a Barrabás em vez de a Cristo merece. Todo o mundo está hoje sob a acusação de deliberada rejeição e assassínio do Filho de Deus. A Palavra de Deus registra que judeus e gentios, reis, governadores, ministros, sacerdotes, e o povo - todas as classes e seitas que revelam o mesmo espírito de inveja, ódio, preconceito e descrença manifestados pelos que levaram à morte o Filho de Deus - caso lhes fosse concedida a oportunidade, desempenhariam a mesma parte desempenhada pelos judeus e pelo povo do tempo de Cristo. Participariam do mesmo espírito que exigiu a morte do Filho de Deus.

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que ensinam. Pretender que a Igreja Adventista do Sétimo Dia seja Babilônia, é fazer a mesma declaração que faz Satanás, que é um acusador dos irmãos, acusando-os dia e noite perante Deus. Por esse mau emprego dos Testemunhos, almas são levadas à perplexidade, porque não podem compreender a relação dos Pág. 43 Testemunhos para com a atitude assumida pelos que se acham no erro; pois Deus deseja que os Testemunhos estejam sempre emoldurados na verdade. Os que advogam o erro dirão: "O Senhor diz"', "quando o Senhor não falou." Testificam em favor da falsidade, e não da verdade. Se os que têm proclamado a mensagem de ser a igreja Babilônia tivessem empregado o dinheiro gasto na publicação e circulação desse erro, em edificar, em vez de demolir, teriam tornado evidente serem eles o povo que Deus está guiando. Há uma grande obra a ser feita no mundo, uma grande obra a ser feita nos campos estrangeiros. Têm de ser estabelecidas escolas para que a juventude, as crianças e os de idade madura, possam ser educados o mais rápido possível para entrar nos campos missionários. Há necessidade, não só de pastores para campos estrangeiros, mas de sábios, judiciosos obreiros de todas as espécies. De todas as partes do mundo soa o clamor macedônico: "Passa, e ajuda-nos!" Atos 16:9. Recaindo sobre nós, como recai, toda a responsabilidade de ir e pregar o evangelho a toda a criatura, grande é a necessidade de homens e recursos, e Satanás atua de todos os modos concebíveis para deter os meios e impedir os homens de se empenharem na obra que deveriam estar a fazer. O dinheiro que deveria ser empregado em fazer a boa obra de construir casas de adoração, e estabelecer escolas com o fim de educar obreiros para o campo missionário, preparar rapazes e moças, habilitando-os a sair e trabalhar pacientemente, inteligentemente e com toda a perseverança a fim de que sejam agentes por meio dos quais possa ser preparado um povo que subsista no grande dia de Deus, esse dinheiro é desviado de seu curso de utilidade e bênção, para um curso de dano e maldição. Pág. 44 O grande dia de Deus está prestes a nos sobrevir e se apressa muito, e há uma grande obra a fazer e esta deve ser feita com rapidez. Mas vemos que em meio ao trabalho que deve ser feito, há os que professando crer na verdade presente, não sabem como gastar os meios que lhes são confiados, e devido à falta de um coração manso e humilde não vêem quão grande é a obra a fazer. Todos os que aprendem de Jesus serão cooperadores de Deus, mas os que saem a proclamar erros, despendendo tempo e dinheiro num trabalho vão, colocam sobre os verdadeiros obreiros que estão em novos campos crescente responsabilidade, pois em vez de dedicarem seu tempo a advogar a verdade, são obrigados a anular a obra daqueles que estão proclamando falsidades e pretendendo ter a mensagem do Céu. Se os que têm feito esta espécie de trabalho tivessem sentido a necessidade de atender à oração que Cristo fez a Seu Pai justamente antes de Sua crucifixão - que os discípulos de Cristo fossem um como Ele e o Pai eram um, não estariam desperdiçando os meios que lhes foram confiados e que são tão necessários ao avanço da verdade. Não estariam gastando precioso tempo e habilidade na disseminação do erro, necessitando assim de que o tempo do obreiro seja dedicado à anulação e extinção de sua influência. Trabalho dessa espécie não tem a inspiração de cima, mas de baixo. "Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus. Todos vós que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo e entre as faíscas que acendestes; isso vos vem da Minha mão, e Pág. 45 em tormentos jazereis." Isa. 50:10 e 11. A mensagem dada por aqueles que proclamam que a igreja é Babilônia tem dado a impressão de que Deus não tem uma igreja na Terra. Uma Igreja Viva Não tem Deus uma igreja viva? Ele tem uma igreja, mas esta é a igreja militante, e não a igreja triunfante. Entristecemo-nos de que haja membros defeituosos, de que haja joio no meio do trigo. Jesus disse: "O reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou- se. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? Porém ele lhes disse: não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro." Mat. 13:24 e 25, 27-30. Na parábola do trigo e do joio, vemos a razão de o joio não ser arrancado; era para que o trigo não fosse desarraigado também com o joio. A opinião e o juízo humanos ocasionariam graves erros. Mas para que não se cometesse um erro e uma simples haste de trigo fosse desarraigada, diz o Mestre: "Deixai crescer ambos juntos até a ceifa" (Mat. 13:30); então os anjos arrancarão o joio, que será destinado à destruição. Conquanto em nossas igrejas, que pretendem crer em verdades avançadas, haja pessoas em faltas e erros, como o joio em meio do trigo, Deus é longânimo e paciente. Pág. 46 Ele reprova e adverte o errante, mas não destrói os que são vagarosos em aprender a lição que lhes quer ensinar; Ele não desarraiga o joio do meio do trigo. O joio e o trigo devem crescer juntos até a ceifa; quando o trigo chegar ao seu completo desenvolvimento, e pelo caráter que apresentar quando amadurecido, ele se distinguirá perfeitamente do joio. A igreja de Cristo na Terra será imperfeita, mas Deus não destrói Sua igreja por causa de sua imperfeição. Tem havido e haverá os que se acham possuídos de zelo mas não com entendimento, os quais desejam purificar a igreja e desarraigar o joio do meio do trigo. Mas Cristo proveu luz especial quanto à maneira de tratar os que erram, e os inconversos na igreja. Não devem os membros da igreja tomar alguma resolução espasmódica, zelosa, precipitada, ao excluir os que eles porventura considerem de caráter defeituoso. O joio aparecerá entre o trigo; mas causaria maior dano extirpá-lo - a menos que fosse do modo designado por Deus - do que deixá-lo crescer. Ao mesmo tempo que o Senhor traz para a igreja os verdadeiramente

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convertidos, Satanás traz para sua comunhão pessoas não convertidas. Enquanto Cristo semeia a boa semente, Satanás semeia o joio. Duas influências oponentes se exercem continuamente sobre os membros da igreja. Uma influência atua a favor da purificação da igreja, e a outra a favor da corrupção do povo de Deus. A Judas Foram Dadas Oportunidades Jesus sabia que Judas tinha defeitos de caráter, mas não obstante Ele o aceitou como discípulo e proporcionou-lhe os mesmos privilégios e oportunidades que proporcionara aos outros, Pág. 47 que escolhera. Judas ficou sem desculpa para a má conduta que depois seguiu. Ele poderia ter-se tornado um praticante da Palavra, como foram depois Pedro, Tiago e João, e os outros discípulos. Jesus ministrou preciosas lições de instrução, de modo que os que com Ele se associavam poderiam ter-se convertido, não tendo necessidade de apegar-se aos defeitos que lhes manchavam o caráter. A Igreja Não é Perfeita Algumas pessoas parecem pensar que ao entrar na igreja ser-lhes-ão cumpridas as expectativas, e só encontrarão os que são puros e perfeitos. São zelosas na fé, e ao verem faltas nos membros da igreja, dizem: "Abandonamos o mundo para não nos associarmos com pessoas de mau caráter, mas aqui também está o mal"; e perguntam, como os servos da parábola: "Por que tem, então joio?" Mat. 13:27. Mas não precisamos ficar assim desapontados, pois o Senhor não nos autorizou a chegar à conclusão de que a igreja é perfeita; e todo o nosso zelo não terá êxito em tornar a igreja militante tão pura como a igreja triunfante. O Senhor nos proíbe proceder de qualquer maneira violenta contra aqueles que julgamos estarem em erro, e não devemos espalhar excomunhões e denúncias contra os que estão em falta. O homem finito é propenso a julgar mal o caráter, mas Deus não deixou a obra de julgar e de fazer pronunciamentos sobre o caráter com aqueles que para isto não estão preparados. Não devemos dizer o que constitui o trigo e o que constitui o joio. O tempo da colheita determinará completamente o caráter das duas classes especificadas sob a figura de joio e de trigo. A obra de separação é dada aos anjos de Deus, e não entregue nas mãos de qualquer homem. A falsa doutrina é uma das influências satânicas que Pág. 48 atua na igreja, e para ela traz aqueles cujo coração não está convertido. Os homens não obedecem às palavras de Jesus Cristo, buscando assim a unidade na fé, no espírito e na doutrina. Não pelejam pela unidade do espírito pela qual Cristo orou e que tornaria o testemunho dos discípulos de Cristo eficiente em convencer o mundo de que Deus enviara Seu Filho ao mundo, "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. Se entre os filhos de Deus houvesse a união por que Cristo orou, dariam eles um testemunho vivo, e irradiariam resplendente luz que brilhasse entre as trevas morais do mundo. A Satanás é Permitido Tentar Em vez da unidade que devia existir entre os crentes, há desunião; pois a Satanás é permitido entrar e pelos seus enganos e ilusões leva ele, os que de Cristo não estão aprendendo a mansidão e humildade de coração, a seguir um rumo diferente da igreja, e, se possível, a quebrar-lhes a união. Levantam-se homens que falam coisas perversas para atrair discípulos para si. Pretendem que Deus lhes deu grande luz, mas como agem sob sua influência? Seguem eles a atitude assumida pelos dois discípulos na viagem para Emaús? Ao receberem a luz, voltaram e foram ao encontro daqueles a quem Deus guiara e ainda estava guiando, e lhes contaram como haviam visto a Jesus e com Ele tinham falado. Têm os homens que pretendem ter luz quanto à igreja, assumido tal atitude? Têm-se eles dirigido aos escolhidos de Deus para dar um testemunho vivo, e dar-lhes evidências de que esta luz melhor os habilitaria a preparar um povo para subsistir Pág. 49 no grande dia de Deus? Têm eles buscado conselho dos que deram e ainda estão dando a verdade, transmitindo ao mundo a última mensagem de advertência? Têm-se eles aconselhado com os que têm tido profunda experiência nas coisas de Deus? Por que esses homens, tão cheios de zelo pela causa, não estiveram presentes na reunião da Associação Geral realizada em Battle Creek, como os devotos homens estiveram em Jerusalém por ocasião do derramamento do Espírito Santo? No grande coração da obra homens abriram seus tesouros de luz; e enquanto o Senhor derramava Seu Espírito sobre o povo receberam esses homens a unção celestial? Enquanto se manifestavam entre o povo profundos toques do Espírito de Deus e almas eram convertidas e corações endurecidos quebrantados, havia os que davam ouvidos às sugestões de Satanás, e estes eram inspirados com zelo que vem de baixo, para saírem proclamando que o próprio povo que estava recebendo o Espírito Santo, e que devia receber a chuva serôdia e a glória que deve iluminar todo o mundo, era Babilônia. Deu o Senhor a esses mensageiros sua mensagem? - Não; pois essa não era uma mensagem verdadeira. A Igreja é a Luz do Mundo Embora existam males na igreja, e tenham de existir até ao fim do mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e desmoralizado pelo pecado. A igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração. O mundo é uma oficina em que pela cooperação de agentes humanos e divinos, Jesus está, por Sua graça e divina misericórdia, fazendo experiências em corações humanos. Pág. 50 Os anjos ficam admirados ao ver a transformação de caráter efetuada nos que se entregam a Deus, e exprimem sua alegria em cânticos de arrebatado louvor a Deus e ao Cordeiro. Eles vêem os que por natureza são filhos da ira, convertidos, e tornando-se cooperadores de Cristo na obra de atrair almas para Deus. Vêem os que estavam em trevas tornando-se luzes a brilhar em meio da noite moral desta geração ímpia e perversa. Vêem-nos preparar-se por uma experiência semelhante à de Cristo, a fim de sofrer com seu Senhor, e ser depois participantes com Ele das glórias do Céu.

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Deus fala por meio dos agentes por Ele designados, e que nenhum homem, nem grupo de homens, insultem o Espírito de Deus recusando-se a ouvir a mensagem da Palavra divina dos lábios de Seus mensageiros escolhidos. Recusando-se a ouvir a mensagem de Deus, fecham-se os homens num aposento de trevas. Excluem sua própria alma das grandes bênçãos e roubam a Cristo da glória que Lhe deveria ser dada, mostrando desrespeito para com os agentes que designou. Acautelar-se Contra os Falsos Mestres Deus não é autor de confusão, mas de paz. Mas Satanás é inimigo vigilante, que não dorme, sempre a trabalhar sobre mentes humanas, procurando solo para semear seu joio. Se encontra alguém a quem possa empurrar para o seu serviço, sugere-lhe idéias e teorias falsas, tornando-o zeloso em advogar o erro. A verdade não só converte, mas também realiza a purificação de quem a recebe. Jesus nos advertiu contra os falsos mestres. Desde o princípio de nossa obra, têm de quando em quando, surgido homens a advogarem teorias novas e sensacionais. Mas se os que alegam crer na verdade se dirigissem aos que têm experiência e se aproximassem da Palavra de Deus num espírito dócil e humilde, examinando suas teorias à luz da verdade e com o auxílio dos irmãos que têm sido diligentes estudantes das Escrituras, e ao mesmo tempo suplicassem a Deus, perguntando: É este o caminho do Senhor, ou é um caminho falso, para o qual Satanás quer me levar? Pág. 55 então receberiam luz e escapariam do laço do passarinheiro. Precavenham-se todos os nossos irmãos e irmãs de qualquer que marque tempo para o Senhor cumprir Sua palavra a respeito de Sua vinda, ou acerca de qualquer outra promessa de especial importância, por Ele feita. "Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder." Atos 1:7. Falsos mestres podem parecer muito zelosos da obra de Deus, e podem despender meios para apresentar ao mundo e à igreja as suas teorias; mas como misturam o erro com a verdade, sua mensagem é de engano, e levará pessoas para caminhos falsos. Deve-se-lhes fazer oposição, não porque sejam homens maus, mas porque são mestres de falsidades e procuram colocar sobre a falsidade o sinete da verdade. Que lástima, darem-se homens a tais trabalhos para descobrir alguma teoria errônea, quando existe abundância de preciosas gemas da verdade, pelas quais o povo pode ser enriquecido da mais santa fé. Em vez de ensinar a verdade, deixam a imaginação demorar-se naquilo que é novo e estranho, e lançam-se em desarmonia com aqueles que Deus usa para levar Seu povo para a plataforma da verdade. Lançam de lado tudo que já foi dito acerca da unidade de sentimento e pensamento, e pisam sobre a oração de Cristo como se a unidade em favor da qual orou não fosse essencial, e não houvesse necessidade de serem os Seus seguidores um, como Ele é um com o Pai. Escapam pela tangente e, como Jeú, convidam seus irmãos a seguirem seu exemplo de zelo pelo Senhor. Se seu zelo os levasse a trabalhar no mesmo rumo em que trabalham os seus irmãos, que têm suportado o calor e fadiga do dia, se fossem tão perseverantes como eles Pág. 56 para vencer desânimos e obstáculos, bem poderiam então ser imitados, e Deus os aceitaria. Mas merecem ser condenados os homens que iniciam uma proclamação de possuírem maravilhosa luz, e ao mesmo tempo puxam em sentido contrário aos agentes guiados por Deus. Foi este o procedimento de Coré, Datã e Abirã, e sua conduta se acha registrada como advertência a todos os outros. Não devemos fazer o que eles fizeram - acusar e condenar aqueles sobre os quais Deus colocou o peso da obra. Os que têm proclamado ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Babilônia, têm feito uso dos Testemunhos para dar à sua atitude um aparente apoio; mas por que é que não apresentaram aquilo que por anos tem sido a preocupação de minha mensagem - unidade da igreja? Por que não citaram as palavras do anjo: "Uni-vos, uni-vos, uni-vos"? Por que não repetiram a advertência nem declararam o princípio de que "na união há força, na divisão há fraqueza"? São mensagens como as que esses homens têm proclamado, que dividem a igreja e trazem sobre nós opróbrio perante os inimigos da verdade; e nessas mensagens se revela claramente a astuta atuação do grande enganador, que quer impedir a igreja de alcançar a perfeição na unidade. Esses mestres seguem as labaredas de seu fogo, agem segundo seu juízo independente, e embaraçam a verdade com falsas noções e teorias. Rejeitam o conselho de seus irmãos, e avançam em seu caminho até se tornarem justamente o que Satanás deseja - de espírito desequilibrado. Advirto meus irmãos a que se guardem contra a atuação de Satanás em todas as formas. O grande adversário de Deus e do homem exulta hoje por ter tido êxito em iludir almas, e em desviar seus meios e habilidade para condutos danosos. Seu dinheiro poderia ter sido Pág. 57 empregado em promover a verdade presente, mas em vez disso foi expendido em apresentar noções que não têm base na verdade. Outro Exemplo Em 1845 um homem chamado Curtis, fez obra semelhante no Estado de Massachusetts. Apresentou uma falsa doutrina, entretecendo em suas teorias sentenças e trechos dos Testemunhos, e publicou-as no Day Star e em folhetos. Durante anos essas produções trouxeram seus frutos daninhos, acarretando opróbrio sobre os Testemunhos, que, como um todo, de modo algum apoiavam sua obra. Meu marido escreveu-lhe, perguntando-lhe o que intencionava, apresentando os Testemunhos entretecidos com suas próprias palavras, em apoio daquilo a que nos opúnhamos, e solicitou-lhe que corrigisse a impressão que seu trabalho causara. Ele se recusou terminantemente a fazê-lo, dizendo que suas teorias eram verdades, e que as visões deviam ter confirmado seus pontos de vista, e que elas virtualmente as apoiavam, mas que eu me esquecera de escrever os assuntos que explanavam suas teorias. Sempre, desde o princípio da obra, têm surgido um após outro para efetuar essa espécie de trabalho, e eu tenho tido de dar-me ao incômodo, e incorrer nas despesas de contradizer essas falsidades. Eles têm publicado suas teorias, e iludido muitas almas, mas que Deus guarde as ovelhas do Seu pasto!

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Insto com os que professam crer na verdade, que andem em união com os irmãos. Não procureis dar ao mundo ocasião de dizer que somos extremistas, que somos desunidos, que um ensina uma coisa e outro, outra. Evitai a dissensão. Esteja cada qual em guarda, e seja cuidadoso a fim de que seja encontrado na brecha, para restaurar a ruptura, em vez de se colocar junto do muro Pág. 58 a procurar fazer uma brecha. Sejam todos cuidadosos para não clamarem contra o único povo que está cumprindo a descrição dada do povo remanescente, que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus, e que exalta a norma de justiça nestes últimos dias.

Deus tem um povo distinto, uma igreja na Terra, inferior a nenhuma outra, mas a todas superior em seus recursos para ensinar a verdade, para vindicar a Lei de Deus. Tem Deus agentes divinamente designados - homens a quem Ele está guiando, que suportaram o calor e a fadiga do dia, que cooperam com os instrumentos celestiais para promoverem o reino de Cristo em nosso mundo. Unam-se todos a esses agentes escolhidos, e sejam afinal encontrados entre os que têm a paciência dos santos, guardam os mandamentos de Deus, e têm a fé de Jesus. ... A Carta O que segue é a carta enviada ao irmão S.: "Napier, Nova Zelândia, 23 de março de 1893

"Prezado irmão S.:

"Dirijo-vos algumas linhas. Não estou em harmonia com a posição que o irmão adotou, pois me foi mostrado pelo Senhor que justamente tal posição assumirão os que laboram em erro. Paulo nos deu advertências a esse respeito: 'Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.' "Meu irmão, soube que estais assumindo a posição de que a igreja adventista do sétimo dia é Babilônia e de que todos os que se querem salvar devem sair dela. Não sois o único homem que o diabo tem enganado nessa questão. Durante os últimos quarenta anos, um homem após Pág. 59 outro tem-se levantado, alegando que o Senhor o enviou com a mesma mensagem; mas permiti-me dizer-vos, como a eles tenho dito, que essa mensagem que proclamais é um dos enganos satânicos destinados a criar confusão entre as igrejas. "Meu irmão, certamente estais fora do caminho. A mensagem do segundo anjo devia ir a babilônia [às igrejas] proclamando sua queda e convidando o povo a sair dela. Essa mesma mensagem deve ser proclamada pela segunda vez. 'E depois destas coisas vi descer do Céu outro anjo, que tinha grande poder, e a Terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios e coito de todo o espírito imundo, e coito de toda a ave imunda e aborrecível. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da Terra se prostituíram com ela; e os mercadores da Terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. E ouvi outra voz do Céu, que dizia: Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até ao Céu, e Deus Se lembrou das iniqüidades dela.' "Meu irmão, se estais ensinando que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é Babilônia, estais errado. Deus não vos deu nenhuma mensagem assim para proclamar. Satanás usará toda pessoa a que possa ter acesso, inspirando homens a criar falsas teorias, ou a se desviar por qualquer tangente errada, para dar origem a um falso reavivamento, e assim desviar as pessoas do verdadeiro assunto para este tempo. Presumo que algumas pessoas poderão ser enganadas por vossa mensagem, porque estão cheias de curiosidade e do desejo de alguma coisa nova. Pág. 60 "Entristece-me verdadeiramente serdes enganado de qualquer maneira pelas sugestões do inimigo, pois sei que a teoria que advogais não é a verdade. Apresentando as idéias que apresentais, causareis grande prejuízo tanto a vós mesmo como aos outros. Não procureis interpretar mal, torcer e perverter os Testemunhos para justificar qualquer mensagem de erro. Muitos já têm passado por esse terreno, e têm causado grande mal. Ao saírem outros precipitadamente, cheios de zelo, para proclamar essa mensagem, vez após vez, foi-me mostrado não ser ela a verdade. "Compreendo que também estais proclamando que não devemos dar o dízimo. Meu irmão, tirai o sapato de vossos pés, pois o lugar em que estais é terra santa. O Senhor falou com relação a dar os dízimos. Ele disse: 'Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e depois fazei prova de Mim, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu vos não abrir as janelas do Céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.' Mas ao mesmo tempo em que pronuncia uma bênção sobre todos os que trazem seus dízimos, pronuncia uma maldição sobre os que os retêm. Muito recentemente tive luz direta do Senhor sobre essa questão, a de que muitos adventistas do sétimo dia estavam roubando a Deus nos dízimos e ofertas, e me foi claramente revelado que Malaquias apresentou o caso como ele realmente é. Como ousa então o homem até mesmo pensar em seu coração que uma sugestão para reter os dízimos e ofertas vem do Senhor? Onde, meu irmão, vos desviastes do caminho? Oh, ponde os vossos pés de novo no caminho reto! "Estamos perto do fim, mas se vós ou qualquer outro homem fordes seduzidos pelo inimigo e levados a estabelecer o Pág. 61 tempo para a vinda de Cristo, estareis fazendo o mesmo mau trabalho que causou a ruína da alma dos que isto fizeram no passado.