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Dimensionamento de Vigas em Concreto Armado: Flexão, Notas de aula de Cálculo

Este documento aborda o cálculo e dimensionamento de vigas em concreto armado sob a ação de flexão. O texto explica os tipos de ruptura na flexão, as hipóteses de cálculo, os diagramas de tensão-deformação no concreto, e fornece equações para determinar a seção necessária para resistir a um momento fletor. Além disso, são discutidas as armaduras utilizadas e as regras para alojá-las.

O que você vai aprender

  • Qual é a ruptura frágil por esmagamento do concreto comprimido?
  • Qual é a ruptura dúctil com escoamento da armadura?
  • Quais são as hipóteses de cálculo utilizadas no dimensionamento de vigas em concreto armado?
  • Como determinar a seção necessária para resistir a um momento fletor em uma viga de concreto armado?
  • Qual é a ruptura frágil por tração no concreto?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amanda_90
Amanda_90 🇧🇷

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Vigas: Dimensionamento à Flexão
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6 Vigas: Solicitações de Flexão
Introdução
Dando seqüência ao cálculo de elementos estruturais de concreto armado, partiremos
agora para o cálculo e dimensionamento das vigas à flexão.
Ações
As ações geram solicitações nas estruturas. Estas solicitações são determinadas através
de teorias de cálculo estrutural. No caso geral, tem-se:
F = Fk Fd = f Fk Sd
ou, em estruturas de comportamento linear,
F = Fk Sk Sd = f Sk .
No caso da flexão simples, tem-se: Fd Md.
Resistências
As resistências são determinadas através de teorias apropriadas, a partir dos dados da
seção transversal e das características mecânicas dos materiais.
No caso da flexão simples tem-se, como dados:
fck (resistência do concreto);
fyk (resistência da armadura); e
dimensões relativas da seção transversal (concreto e armadura).
Através de teoria apropriada determina-se o momento resistente último, Mu
Verificações de Segurança
Existe segurança adequada quando é verificada a condição: Md Mu. Por razões de
economia, faz-se Md = Mu.
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6 – Vigas: Solicitações de Flexão

Introdução

Dando seqüência ao cálculo de elementos estruturais de concreto armado, partiremos agora para o cálculo e dimensionamento das vigas à flexão.

Ações

As ações geram solicitações nas estruturas. Estas solicitações são determinadas através de teorias de cálculo estrutural. No caso geral, tem-se:

F = Fk  Fd = f Fk  Sd

ou, em estruturas de comportamento linear,

F = Fk  Sk  Sd = f Sk.

No caso da flexão simples, tem-se: Fd  Md.

Resistências

As resistências são determinadas através de teorias apropriadas, a partir dos dados da seção transversal e das características mecânicas dos materiais.

No caso da flexão simples tem-se, como dados:

fck (resistência do concreto); fyk (resistência da armadura); e dimensões relativas da seção transversal (concreto e armadura).

Através de teoria apropriada determina-se o momento resistente último, Mu

Verificações de Segurança

Existe segurança adequada quando é verificada a condição: Md  Mu. Por razões de economia, faz-se Md = Mu.

Tipos de Ruptura na Flexão

Em geral, tem-se o seguinte tipo de ruptura:

 se As = 0, ou muito pequena  ruptura frágil (brusca) por tração no concreto;  se As for muito grande (pequena deformação s) ruptura frágil (brusca) por esmagamento do concreto comprimido; e  se As for “adequada”  ruptura dúctil (com aviso), com escoamento da armadura e acompanhada de intensa fissuração da zona tracionada

3.6 Hipóteses de Cálculo na Flexão

Para o dimensionamento usual das vigas em concreto armado, deve-se respeitar as seguintes hipóteses de cálculo:

a) Manutenção da seção plana ;

As seções A e B passam para A’ e B’, quando fletidas, permanecendo planas conforme a figura a seguir:

b) Aderência perfeita entre concreto e armadura;

Inexiste qualquer escorregamento entre os materiais, em outras palavras, a deformação da armadura s é admitida igual à deformação da fibra de concreto c , junto a esta armadura.

c) Tensão no concreto nula na região da seção transversal sujeita a deformação de alongamento;

d) Diagramas tensão-deformação (de cálculo) no aço

 aço de dureza natural: este aço apresenta patamar de escoamento conforme a figura d1.

 diagrama retangular simplificado

Figura e.

x = altura da zona comprimida, medida a partir da borda comprimida k = 0,85 , quando a largura da zona comprimida não diminui em direção à borda comprimida (seção retangular); em caso contrário usar 0,80.

f) Domínios de Deformação,

O estado limite último convencional ocorre quando o diagrama de deformação passa por um dos dois pontos, A ou B, na fig. f1).

Figura f.

Sendo:

d = altura útil da seção = distância do CG da armadura à borda comprimida x = altura da zona comprimida (medida a partir da borda comprimida)

Diz-se que o diagrama de deformação do tipo 2 está no domínio de deformação 2 quando a altura da zona comprimida obedece à condição:

x  x 23 = 0,0035 d / (0,0035 + 0,010) = 0,259 d

Por sua vez, o diagrama de deformação encontra-se no domínio 3 de deformação quando a altura da zona comprimida obedece à condição:

x 23  x  x 34 = 0,0035 d / (0,0035 + yd)

Analogamente, o diagrama de deformação está no domínio 4 quando:

x 34  x  d.

As

Mud x

k fcd

0,8x

deformação de estado limite último (u)

h

d

As

0,

yd 0,

A

B

x 34

x 23

D 4

D 3

D 2

4 3

2 Mud

A seção que atinge o ELUlt. nos domínios D 2 e D 3 é dita sub-armada ou normalmente armada. Quando o ELUlt. é atingido no D 4 , a seção é dita superarmada. Trata-se de situação antieconômica, pois a armadura não é explorada na sua plenitude. Procura-se evitar o dimensionamento neste domínio.

3.7 Dimensionamento à Flexão

3.7.1 Seção Retangular à Flexão

A seção retangular com armadura simples é caracterizada da seguinte forma:

 a zona comprimida da seção sujeita a flexão tem forma retangular;  a barras que constituem a armadura está agrupada junto à borda tracionada e pode ser imaginada concentrada no seu centro de gravidade

 Resultantes das tensões:

no concreto: Rcd = 0,85fcdb0,8x = 0,68bxfcd na armadura: Rsd = Assd

 Equações de equilíbrio:

Força: Rcd = Rsd ou 0,68bxfcd = Assd (1) Momento: Mud = Rcd  (d-0,4x) ou Mud = Rsd  (d - 0,4x)

Substituindo o valor das resultantes de tensão, vem:

Mud = 0,68bxfcd(d - 0,4x) (2) Ou Mud = Assd(d - 0,4x) (3)

Nos casos usuais de dimensionamento, tem-se b, fcd e faz-se Mud = Md (momento fletor solicitante em valor de cálculo). Normalmente, pode-se adotar d  0,9 h. Dessa forma, a equação (2) nos fornece o valor de x:

h

d

b

x 0,8x

0,85fcd Rc d

Rsd

0, x d - 0,4x

Mud

As^ u sd

b /

a/

8 h (6h paralajeembalanco) b 2

f f 1

onde

0,6 emvaointernodeviga contínua

0,75 emvaoextremodevigacontínua

emvigaisostatica a 

sendo l o vão correspondente da viga.

Se a altura comprimida (0,8 x) for menor ou igual à espessura da laje (hf), tem-se uma seção retangular com armadura simples, já vista. Quando x for maior do que hf, a forma da zona comprimida (sujeita à tensão 0,85fcd) tem a forma de um “T”. A análise da seção pode ser feita como se indica a seguir.

Figura 3.3.2.

O problema pode ser equacionado subdividindo a zona comprimida em retângulos (1 e 2). As resultantes de tensão sobre as partes 1 e 2 valem:

Resultante do concreto na aba colaborante: Rcfd = 0,85 fcd (bf - bw) hf (1) Resultante do concreto na alma: Rcwd = 0,85 fcd bw (0,8 x) (2)

A equação de equilíbrio de momento fornece:

Mud = Md = Mcfd + Mcwd = Rcfd (d - hf / 2) + Mcwd

ou

Mcwd = Md - Rcfd (d - hf / 2)

Este momento deve ser resistido pela parte 2 que é uma seção retangular bw por d. Portanto

cd

2 w

cwd 0 , 425 b d f

M

x 1 , 25 d 1 1

bf

bw

Rsd

d

hf Mud

1 2 1 x 0,8x

0,85fcd (^) Rcfd

Rcwd

u As

Com a posição da linha neutra, obtém-se a resultante do concreto na alma, Rcwd, através de (2).

A equação de equilíbrio de força permite escrever:

Rsd = As fyd = Rcfd + Rcwd

De onde se obtém a área de aço, As, necessária para resistir ao esforço solicitante.

Seção Retangular com Armadura Dupla

Quando se tem, além da armadura de tração As , outra A’s posicionada junto à borda oposta comprimida, diz-se que se tem seção com armadura dupla. Normalmente, ela é empregada para se conseguir uma seção sub-armada sem alterar as dimensões da seção transversal. A armadura comprimida A’s introduz uma parcela adicional na resultante de compressão permitindo, assim, aumentar a resistência da seção.

Seja o esquema de cálculo mostrado a seguir:

Figura 3.3.3.

Equilíbrio de força: Rsd = Rcd + R’sd As sd = 0,68 b x fcd + A’sd ’sd (a)

Equilíbrio de momento: Md = Rcd (d - 0,4 x) + R’sd (d - d’) Md = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x) + A’sd ’sd (d - d’) (b)

Tem-se duas equações, (a) e (b) e três incógnitas: x, As e A’s (pois, as tensões nas armaduras dependem de x). Costuma-se adotar um valor de x (naturalmente, menor ou igual a x 34 ), por exemplo, x = d/2.

Dessa forma, podem ser determinadas as armaduras As e A’s como se indica a seguir. As equações (a) e (b) sugerem a decomposição mostrada na figura seguinte.

h d

d’

A’s

As

b

x ’s

c

0, x

d’ Rcd^ R’sd

Rsd

Md

que permite obter ’sd (no diagrama  x  da armadura).

Finalmente:

A’s = R’sd / ’sd e As = As1 + As2.

Alojamento das Armaduras

A área As da armadura necessária para resistir a um momento fletor M, numa dada seção

de viga, é conseguida agrupando-se barras conforme as bitolas comerciais disponíveis. Geralmente, adotam-se barras de mesmo diâmetro . Uma das hipóteses básicas do dimensionamento de peças submetidas a solicitações normais é a da aderência perfeita. Para a garantia desta aderência é fundamental que as barras sejam perfeitamente envolvidas pelo concreto; por outro lado, a armadura deve ser protegida contra a sua corrosão; para isso adota-se um cobrimento mínimo de concreto para estas armaduras. A figura 3.7.2.1. mostra a disposição usual com armaduras isoladas entre si. Eventualmente, pode-se adotar armadura formada por feixes de 2 ou 3 barras.

Figura 3.7.2. A tabela 3.7.2.1 apresenta as bitolas usuais de armaduras de concreto armado.

Tabela 3.7.2.

 (mm) 3,2 4 5 6,3 8 10 12,5 16 20 25 32 As1(cm^2 ) 0,08 0,125 0,2 0,315 0,5 0,8 1,25 2,0 3,15 5,0 8,

As (^3) a camada 2 a camada 1 a camada

estribo

armaduras de pele

porta estribos

c t

eh

ev

c

c = cobrimento mínimo da armadura

 = diâmetro nominal (mm)

As1 = área nominal da seção transversal de uma barra em cm

Os valores de cobrimento mínimo recomendado pela NBR-6118 devem ser seguidos segundo o descrito no Módulo 02.

Para alojamento das armaduras, sem emendas, deve-se procurar proceder conforme indicado abaixo:

e (^) h cm agr

; e (^) v cm agr

onde  = diâmetro da barra agr = diâmetro máximo do agregado

Figura 3.7.2.

Na ocasião de emendas, deve-se procurar alojar as armaduras como mostrado na figura abaixo (figura 3.7.2.3):

Figura 3.7.2.

bw

c t (^) bs t c 

ev eh

c

2 

  (^) > 2 

Nota: prever espaço para passagem do vibrador.

b) armadura junto à borda com abas tracionadas (figura 3.7.2.6)

Recomenda-se distribuir parte da armadura de tração nas abas tracionadas devidamente ligadas à alma da viga através de armaduras de costura.

Figura 3.7.2.

c) vigas altas (h > 60 cm)

Posicionar as armaduras de pele (Asl) conforme indicado na figura 3.7.2.7.

Figura 3.7.2.

3.8 Armaduras Mínimas de Máximas

As armaduras mínimas em vigas podem ser determinadas segundo o mesmo processo usado em lajes de concreto armado.

As armaduras longitudinais máximas (soma de As e A’s) não podem ultrapassar 4%.Ac.

d / 3  30 cm

entre 6 e 20 cm

Asl = 0,05% bw h (de cada lado)

vib + 1 cm

Asw

Asf2 ,f2  hf /

As = Asw + Asf1 + Asf

Asf1 ,f1  hf /