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Este texto discute a importância da educação ambiental na formação de pessoas conscientes do meio ambiente e da necessidade de abordar as complexas relações entre os diversos elementos da natureza. O autor relata sua experiência em um projeto de educação ambiental em escolas públicas de rio de janeiro, onde enfatiza a necessidade de abordar os problemas sociais e ambientais em sua multidimensionalidade. Além disso, ele discute a importância da educação ambiental como parte vital de toda formação e a necessidade de novas pesquisas para redefinir e contextualizar sua proposta.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
A preocupação com a preservação do Meio Ambiente e a melhoria da qualidade de vida tornou-se algo cotidiano e a Educação Ambiental se apresenta como um campo de estudo preocupado com a formação de pessoas conscientes do planeta em que vivem. Quando trabalhamos a Educação Ambiental, não falamos apenas de Meio Ambiente, mas abordamos as complexas relações de interdependência entre os diversos elementos da natureza, da qual fazemos parte e somos capazes de conhecer e transformar. Nós não nos relacionamos com a natureza apenas como indivíduos, mas, principalmente, por meio do trabalho e de outras práticas sociais e, portanto, as relações de todos nós com a natureza possuem dimensões econômicas, políticas e éticas. Desta forma, atualmente, quando trabalhamos temas do Meio Ambiente, significa que precisamos tratar de questões sociais complexas como, por exemplo, baixos índices de desenvolvimento, pobreza e a falta saneamento básico. Ao longo de nossa história humana, nós temos expressado uma admiração pela natureza que nos rodeia e nas últimas décadas uma crescente preocupação em protegê-la. Observamos que atualmente uma série de questões relacionadas com as diversas formas de degradação do Meio Ambiente, vem motivando e despertando boas parcelas da população a um estado de alerta, no que diz respeito à problemática ambiental. A práxis em Educação Ambiental resulta em uma unidade teórica e prática do processo o qual se desenvolverá como uma educação ativa por partir de uma prática social do meio vivenciado, retornado ao final do processo a essa prática social com uma compreensão e com uma atuação qualitativamente alteradas. (Guimarães, 1995, p. 47)
Assim, preocupado principalmente com o processo de formação de seres conscientes do planeta que habitam, busquei desenvolver nesta dissertação, uma visão dos valores socioambientais, baseado em uma experiência em Educação Ambiental, com o objetivo de contribuir para a formação dos alunos nele envolvidos, já que, de acordo com minha prática docente, pude vislumbrar uma grande carência quanto à necessidade de as crianças observarem e indagarem seu Meio Ambiente local e mundial. Observei que ela nos dão mensagens esteriotipadas como, “temos que salvar a ecologia”, o que indica que não possuem conhecimentos necessários para refletir e buscar soluções para os problemas ambientais.
Quando iniciamos nosso Projeto de Educação Ambiental, com alunos do ensino fundamental de escolas públicas do bairro da Gávea, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, alunos esses moradores em sua grande maioria de comunidades carentes, como a Favela da Rocinha, Favela do Vidigal, Favela do Parque da Cidade e Conjunto Habitacional São Sebastião, percebemos que esses alunos, não tinham a oportunidade de compreender a Educação Ambiental em suas múltiplas manifestações. Moradores de um ambiente físico associado à marginalização, à violência urbana, residindo em moradias insalubres, locais com valas negras, lixo espalhado em local inadequado, com proliferação de ratos e insetos, riscos de desabamento de encostas, em resumo, um quadro de precárias condições de sobrevivência e de respeito à vida. Adotamos como metodologia, trabalhar a Educação Ambiental em uma proposta de compreender esses problemas e a multidimensionalidade do ambiente. Trabalhamos a Educação Ambiental com a necessidade de se pensar o espaço local e as relações ético-socioambientais onde se vive. A práxis ecológica quando é corretamente articulada entre o ambiental e o social, dificilmente se dilui na singularidade do regional, mas, ao contrário, atinge objetivos éticos mais amplos, chegando mesmo a alcançar metas imensuráveis. (Siqueira, 2002, p.
Sabemos que a educação é o meio mais eficaz que a sociedade possui para enfrentar as provas do futuro e, de fato, a educação moldará o mundo de amanhã. A educação deve ser parte vital de todos os esforços que se façam para imaginar e criar novas relações entre as pessoas e promover um maior respeito pelas necessidades do Meio Ambiente. Por isso trabalhamos a Educação Ambiental em seu aspecto não formal, pois a educação não deve ser relacionada apenas com a escolaridade ou o ensino formal, porque também compreende modos de instrução não-formais, incluindo o aprendizado tradicional que se adquire no lar, no seu ambiente. E através da educação transmitimos um maior grau de consciência e sensibilidade, explorando novas visões e conceitos e inventando novas técnicas e instrumentos. Percebemos que a Educação Ambiental, para se consolidar, precisa de ações práticas e teóricas que comprovem a viabilidade de sua proposta em todos os níveis sociais, como um processo crítico de formação, que faça com que as futuras gerações tenham capacidade de exercer sua cidadania. A perspectiva da Educação Ambiental representa uma mudança paradigmática na educação, uma vez que reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social,
paliativa e momentânea, mas sim um trabalho que envolva a população na necessidade de lutar não apenas pela melhoria de sua sobrevivência, mas por uma qualidade de vida que lhes garanta o acesso a uma vida digna. Por isso acredito que devemos incluir em nosso cotidiano profissional programas e projetos que visem uma intervenção profissional também preocupada com as questões ambientais. Uma intervenção que envolva a população a preocupar-se com seu espaço ambiental, educando esta população para preservar o ambiente através de questões simples do dia a dia, como não jogar lixo nas ruas e rios, separar o lixo seletivamente para que seja reciclado, respeitar o próximo, bem como a fauna e a flora. Através do atendimento a essas questões simples é que se começa a ter uma qualidade melhor de vida e o Assistente Social tem, em sua bagagem, instrumental para trabalhar questões ambientais. É preciso que o Assistente Social reflita sobre o assunto e atue em sua prática profissional a Educação Ambiental. Pesquisadores do meio ambiente enfatizam a importância e a necessidade da participação das ciências sociais na educação ambiental, alguns afirmam ser a questão ambiental, uma questão social; o que não deixa de ser verdade, a partir do momento que envolve pobreza, saúde, inserção no mercado de trabalho, educação, melhoria de qualidade de vida e redistribuição eqüitativa da riqueza nacional e mundial. As questões ambientais, embora venham sendo tratadas com profundidade no âmbito de cada disciplina em particular, carecem da articulação de conceitos originalmente formulados nessas e para as diferentes áreas de conhecimento. Isso significa que elas têm de ser tratadas como já abordamos anteriormente em uma base transdisciplinar. Isso significa que as diversas áreas do conhecimento precisam estar articuladas, se sintonizarem com o mesmo propósito, formar uma nova sociedade que seja auto-sustentável. O Serviço Social possui um papel de importância fundamental na formação desta nova sociedade, cabendo-lhe, no meu entendimento, entre outras atividades, a de ser o facilitador da análise e reflexão junto com os demais sujeitos onde exerce sua intervenção profissional, provocar processos que impliquem na autodeterminação, no livre desenvolvimento de cada cidadão e na co-participação consciente. Construir esta nova sociedade, é necessário, para que o cidadão resgate e re-qualifique o seu viver de forma mais integrada com o ecossistema onde está inserido. Para que em futuro próximo, as novas gerações tenham condições de exercer sua cidadania.
Nesta perspectiva, o Serviço Social poderá ser um meio para que se legitime uma ação junto à comunidade, que leve à percepção da necessidade de melhor qualidade de vida, de um pensamento diferente ao da racionalidade instrumental capaz de perceber a realidade de forma não fragmentada, mas ao contrário, que considere a interpretação dos problemas de nosso tempo e que aponte, urgentemente, para uma nova ética onde seja contemplado, em sua essência, a solidariedade, a cooperação, a visão planetária e humanista. As relações sociais não são perceptíveis a olho nu; bem ao contrário, elas são mais ou menos encobertas por uma ordem estabelecida e por uma estrutura de dominação, é preciso então recorrer antes de mais nada, ao que está dominado e submetido à ordem, ao que protesta e ao que está marginalizado. Não para privilegiar estas condutas ou ideologias que a sustentam, mas para fazer emergir a parte reprimida, escondida das relações sociais de modo que estas possam aparecer, em sua inteireza e totalidade. (Loureiro, 1992, p. 20) Finalizando, estou convicto da amplitude e da gravidade dos problemas ambientais e sociais, como de outros problemas da humanidade, como as injustiças sociais e o despreparo da escola pública. O que busquei com a minha participação no Projeto de Educação Ambiental com crianças de Escolas Públicas, projeto este, inspirador desta dissertação na área do Serviço Social, foi jogar sementes que um dia aparecerão sob a forma de mentes conscientes do seu papel na sociedade em relação ao Meio Ambiente e a própria vida, transformando-os e tornando-os cidadãos que exerçam com dignidade sua futura cidadania.
O valor de cada ser da natureza não é visto unicamente pela sua biologia e relação com o meio, mas também pelo sentido existencial e transcendente que cada ser da natureza tem em si mesmo (...) Quanto mais se respeita a pessoa humana, mas se respeita a Deus e a natureza. (Siqueira, 2002, p. 83-84)
6. Resultados do Projeto Percebemos que ao se trabalhar a Educação Ambiental com as Escolas Públicas, houve uma maior sensibilidade pelas atividades de Educação Ambiental. Porque cada escola possuía uma característica própria, assim, algumas passaram a tratar da questão do lixo, usando-o em projetos de reciclagem e promovendo concursos como a sala de aula mais limpa da escola. Outras trabalharam com hortas, plantando diferentes hortaliças e plantas medicinais para o uso de sua comunidade. Outras desenvolveram peças teatrais tratando das questões ambientais e promovendo concursos de poesias e