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Acesso em: 3/10/2018. Atividade 1 – Levantamento dos conhecimentos prévios (20 minutos). Inicie a aula fazendo perguntas que levem os alunos a compreender o que ...
Tipologia: Exercícios
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Conhecer e legitimar algumas regras de concordância verbal do português falado no Brasil, especialmente as regras da variedade que os alunos utilizam no dia a dia, permite a eles desenvolver mais segurança e autonomia em relação à forma como usam a língua. Além disso, comparar esses usos com as regras da norma-padrão, a fim de discutir sua adequação, contribui para afastar os alunos de uma postura dogmática ou preconceituosa, desenvolvendo neles uma atitude mais reflexiva sobre os usos da língua.
Objeto de conhecimento Habilidades Variação linguística (EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma- padrão e o de preconceito linguístico. (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.
Duração: cerca de 90 minutos. Local: na sala de aula. Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, organizados grupos. Recursos e/ou material necessário: lousa, lápis, caderno, borracha, cópia do texto 1 para cada aluno, computador com acesso à Internet, áudio da música “Saudosa maloca” e recurso para reproduzir a música. Sugestão de texto e áudio:
Explique que a concordância nessa variedade se baseia em uma regra de economia: não são flexionados todos os termos (como prevê a norma-padrão), mas apenas o primeiro termo da expressão nominal. Chame a atenção para o fato de se tratar de uma canção escrita por um autor que certamente conhecia a norma-padrão, e não de um registro genuíno de um falante dessa variedade. Por isso, em alguns versos, como no 22, o autor mescla variedades: “Os homens tá”, em vez de “os homem/hômi tá”. Comente que é comum falantes utilizarem concordâncias diferentes da norma-padrão somente em algumas situações, de acordo com o contexto social. Quando o falante é alguém com prestígio social ou econômico, muitas vezes essas construções divergentes passam despercebidas. Estimule os alunos a transcrever as falas deles em situações de descontração e juntos analisem a concordância nessas falas. Faça o mesmo com a sua fala, mencionando exemplos que também fogem à norma-padrão: “ As encomendas que você pediu ontem chegou tudo hoje”, ou “ Esses menino aparece aqui correndo, falando rápido”. Coloque na lousa outros exemplos que podem ser encontrados no dia a dia e que refletem a regra de economia. Pergunte aos alunos se eles têm outros para acrescentar. Depois, pergunte como ficariam essas construções de acordo com as regras da norma-padrão. Regra de economia Norma-padrão Os menino dormiu. Os meninos dormiram. Nós gostamo de Matemática. Nós gostamos de Matemática. Explique que na frase “Os menino dormiu” o artigo definido já apresenta a marca de plural; em “Nós gostamo de Matemática”, o pronome nós indica que o sujeito é plural. Nesses exemplos há uma regra de economia, por isso flexiona-se apenas o primeiro termo da expressão nominal. Ao falar das frases que estão de acordo com as regras da norma-padrão, leve-os a perceber que, nessa variedade, todos os termos vão para o plural. É o que chamamos de plural redundante. A partir dos casos estudados, conduza uma discussão a respeito e não deixe de valorizar todas as formas de falar dos alunos. Leve-os a perceber que mesmo as variedades fora do padrão seguem regras não aleatórias. Acrescente ainda que a fala deve estar adequada ao contexto, à situação de comunicação; nesse sentido, as diferentes formas de concordância verbal são legítimas. Atividade 3 – Combatendo o preconceito linguístico (20 minutos) Converse com os alunos sobre as diferentes formas de falar (e/ou escrever) dos falantes da língua portuguesa, para que eles percebam que isso não é um problema, pois a variação é um fenômeno natural da língua, já que ela é viva, sendo constantemente (re)construída e modificada por esses mesmos falantes.
Após essa conversa, faça questionamentos que os levem a perceber que há preconceito linguístico, que ele não é legítimo e que devemos combatê-lo. Por exemplo: Os falantes que usam um tipo de construção que não segue a norma-padrão são respeitados ou vistos frequentemente de forma preconceituosa? Explique que, sem nenhum embasamento científico, há quem associe essas formas de concordância, as mais econômicas, à deficiência intelectual, considerando-as inaceitáveis ou mesmo erradas. É importante descontruir esse tipo de preconceito, pois, como foi visto nas análises, construções como essas podem ocorrer na fala de muitas pessoas, sejam elas menos ou mais escolarizadas, não tendo nenhum tipo de relação com capacidade intelectual. Ao entender que há mais de uma forma de falar e escrever e que todas essas formas são legítimas e relacionadas aos contextos de uso, os alunos perceberão que não deve haver espaço para o preconceito linguístico. Para concluir, pergunte aos alunos por que é importante valorizar as variedades linguísticas usadas por cada um. Entre outros motivos, porque as variantes têm relação com a história, a família e a identidade de cada pessoa. Nesse sentido, mobilize-os a combater o preconceito linguístico, assim como combatem outras formas de preconceito. Ressalte também a importância de conhecer a norma-padrão e, principalmente, saber adequar o texto ao contexto de comunicação, percebendo quando pode ser interessante usar uma variedade mais próxima da padrão e quando isso não é necessário. Assim, dependendo da situação, devemos adequar nossa linguagem a um registro mais formal (em palestras e apresentações orais ou na redação de artigos) ou a um registro menos formal (em conversas com um amigo ou em uma mensagem de texto para os pais ou responsáveis).
A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento de cada aluno. Espera-se que os alunos conheçam algumas regras de concordância verbal em diferentes variedades linguísticas e que, por meio da análise da música “Saudosa maloca” e das falas que utilizam no cotidiano, reflitam sobre o uso da língua, percebendo a variação como um fenômeno natural. É importante que eles sejam avessos ao preconceito linguístico.