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Uma análise sobre o campo da interação humano-computador (hci) e usabilidade, incluindo modelos mentais de usuários, interação humano-computador, efetividade e eficiência de sistemas, e a importância da usabilidade em produtos interativos. O texto também discute as diferenças entre usuários e a importância de considerar as necessidades individuais.
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A Usabilidade é considerada tanto como um campo de estudo como também um atributo usado para definir a facilidade de uso de um Sistema de Interação Humano-Computador. Neste capítulo veremos cada um desses itens.
O interesse em Interação Humano-Computador tem crescido na mesma proporção que amplia o número de pessoas que utilizam computadores para realizar as mais diversas tarefas. Segundo HELANDER et al (1997), “IHC tem sido, por alguns anos, a maior área de pesquisa em ciência da computação, ergonomia, psicologia da engenharia, e outras disciplinas relacionadas.”(...) Os autores acreditam que pesquisas neste campo possuem efeitos significativos no design, por revelar aspectos de tarefas e atividades humanas em termos de argumentação e descoberta de caminhos efetivos que o provem e justifiquem. O desenvolvimento de aplicações em computador não pode ocorrer simplesmente por intuição ou tentativa e erro. Os autores prevêem que “a facilidade e a qualidade de uso individual à rede, frente à quantidade crescente de acessos, talvez seja o grande desafio da pesquisa de Interação Humano-Computador no futuro próximo. Esse estudo passará a ser fundamental e surgirá inicialmente como grande diferencial em sites de diversos tipos e finalidades. Análises de modelos mentais de usuários, através de pesquisas com grupos afins com aplicações de testes de usabilidade, tornam-se ferramentas indispensáveis no desenvolvimento de produtos”. Para PADOVANI (2002), “Interação Humano-Computador é um campo de estudo interdisciplinar que tem como objetivo geral entender como e porque as
pessoas utilizam (ou não utilizam) a tecnologia da informação”. A autora nos lembra que o termo surgiu na década de 80 para descrever um novo campo de estudo “cuja principal preocupação era como o uso de computadores poderia enriquecer a vida pessoal e profissional de seus usuários”. A autora destaca duas definições para IHC:
A Figura 01 apresenta o modelo de MAYHEW (1992) de um sistema interativo baseado em computadores, composto pelo homem, pelo computador e pelos limites do sistema. A interseção dos dois círculos representa a interface humano-computador: “os meios pelos quais cada um
que as forças e fraquezas relativas de cada subsistema tenham sido levadas em conta.” Para a autora, qualquer plano para um novo sistema que envolva a Interação Humano-Computador, deve começar com uma definição do próprio sistema interativo do qual ele faz parte como um todo. “Decisões com respeito à funcionalidade devem ser baseadas numa clara e completa idéia dos objetivos da organização, do usuário e do trabalho e tarefas dele. Similarmente, qualquer decisão que diga respeito ao design da interface que especifica a funcionalidade deve ser baseada no conhecimento do usuário. Isso inclui um entendimento das forças e fraquezas gerais do sistema humano de processamento da informação, assim como um perfil geral do nível médio de habilidade, conhecimento específico e nível de educação do grupo usuário intencionado.” Além de apontar para os conhecimentos ergonômicos da psicologia cognitiva (Capítulo 4), a autora aborda o ramo da Ergonomia que estuda a facilidade de uso de um produto ou sistema: a Usabilidade.
No início do uso de computadores, o termo utilizado para avaliação de um sistema era “amigável” ( user friendly ). NIELSEN (1993) considera esse termo inapropriado por dois motivos: “primeiro, porque os usuários não precisam de máquinas que sejam amigáveis com eles, eles apenas necessitam de máquinas que não atrapalhem a realização de uma tarefa; e segundo, essa classificação simplista implica que as necessidades do usuário podem ser descritas ao longo de uma única dimensão por sistemas que são mais ou menos amigáveis. Na verdade, usuários diferentes possuem necessidades diferentes e um sistema que seja amigável com um pode ser muito tedioso para outro”. Como pode ser visto na Figura 02, o autor destaca a Usabilidade e a Utilidade como atributos de qualidade, igualmente importantes dentro do atributo maior de Proveito ( Usefulness ) do sistema. A Utilidade então responderia a questão que se refere à funcionalidade: o sistema faz o que o usuário necessita? NIELSEN (1993 e 2003) resume o gráfico afirmando que
pouco importa se um sistema é fácil de usar, se ele não é o que o usuário quer. Por outro lado, de nada adianta se é o que o usuário quer, mas a interface é extremamente complicada.
Figura 02: Modelo de atributos de acessibilidade do sistema de NIELSEN (1993)
NIELSEN (1993) afirma que, “com o objetivo de definir o conceito abstrato de “usabilidade” em termos de seus componentes mais precisos e mensuráveis, nós podemos chegar a uma disciplina de engenharia, onde a usabilidade não é simplesmente discutida, mas é sistematicamente aproximada, aperfeiçoada e avaliada (possivelmente mensurada)”. A usabilidade é normalmente medida através de um número de testes com usuários (os selecionados devem ser os mais representativos dos usuários pretendidos possíveis) que usem o sistema para desempenhar uma seleção de tarefas pré-determinada. Pode também ser mensurada através da execução de qualquer tarefa no ambiente da performance. Em ambos os casos, um ponto importante é saber que a usabilidade pode obter medidas relativas para certos usuários e certas tarefas. Segundo NIELSEN (1993) e SHNEIDERMAN (1998), para se chegar ao fácil uso de um sistema de Interação Humano-Computador, é importante considerar as diferenças individuais e as categorias de usuário. Na opinião de NIELSEN é importante considerar cada usuário não apenas na situação bipolar comumente empregada: experiente x iniciante, mas em algum ponto em três dimensões ao longo do qual a experiência dos usuários difere: com o sistema, com os computadores em geral e com o domínio da tarefa (Capítulo 3).
Os autores acrescentam ainda a definição de BEVAN (1997, apud JOKELA et al, 2003): “Usabilidade é a respeito de apoiar os usuários em alcançar seus objetivos em seu trabalho, e não apenas uma característica da interface do usuário.” Sendo um atributo de qualidade, usado para estimar o quão fácil de usar é uma interface, NIELSEN (2003) aponta seus 5 componentes:
Numa visão complementar à de NIELSEN (2003), MORAES (2003) destaca Stanton e Baber, que sugerem os seguintes fatores que servem para explicitar o conceito de usabilidade e definir seu escopo: a. Fácil aprendizagem: o sistema deve permitir que os usuários alcancem níveis de desempenho aceitáveis dentro de um tempo especificado; b. Efetividade: um desempenho aceitável deve ser alcançado por uma proporção definida da população usuária, em relação a um limite de variação de tarefas e em um limite de variação de ambientes; c. Atitude: um desempenho aceitável deve ser atingido considerando custos humanos aceitáveis, em termo de fadiga, stress, frustração, desconforto e satisfação;
d. A utilidade percebida do produto: EASON (1995) observou que “o maior indicador da usabilidade de um produto é se ele é usado”. BOOTH (1992) destaca que pode ser possível projetar-se um produto considerando todos esses critérios, mas que simplesmente não seja usado; e. Adequar-se à tarefa: um produto “usável” deve também apresentar uma adequação aceitável entre as funções oferecidas pelo sistema e as necessidades e requisitos dos usuários; f. Características da tarefa: a freqüência com que uma tarefa pode ser desempenhada e o grau no qual a tarefa pode ser modificada, em termos da variabilidade dos requisitos de informação; g. Características dos usuários: conhecimento, habilidade e motivação da população usuária; h. Flexibilidade: o produto deve ser capaz de lidar com um limite de variação de tarefas além daquelas inicialmente especificadas.
MORAES (2003) questiona por que separar ergonomia e usabilidade:
“Alguns pesquisadores e profissionais mencionam os métodos de avaliação de usabilidade em produtos inteligentes ou não e em software - web, hipertextos, etc - e não dizem uma única palavra sobre ergonomia. Usabilidade é parte dos objetivos e da metodologia ergonômica de adequação das interfaces tecnológicas às características e capacidades humanas físicas, cognitivas e emocionais.” Anamaria de Moraes, 2003
PEARROW (2000 apud MORAES, 2003) sumariza a importância da ergonomia ( human factors ) para a interação humano-computador, para o design de interfaces e para a usabilidade da WEB:
BOOTH, Paul. An Introduction to Human-Computer Interaction. 3a Ed. LEA Ltd. 1992, 268p.
EASON, Keneth D. User-centred design: for users or by users. In: Ergonomics: Iea´94 Special Issue. London, Taylor & Francis, 1995.
HELANDER, Martin G.; LANDAUER, Thomas K.; PRABHU, Prasad V. Handbook of Human-Computer Interaction. 2 nd^ edition. Elsevier, North-Holland. 1997, 1.582p.
JOKELA, Timo; Iivari, Netta; MATERO, Juha and KARUKKA, Minna. The Standard of User-Centered Design and the Standard Definition of Usability: Analyzing ISO 13407 against ISO 9241-11. In: Proccedings of CLIHC 2003, PUC- Rio, Rio de Janeiro, Brasil, 2003, 53—60.
MAYHEW, Deborah J. Principles and Guidelines in Software User Interface Design. Englewood Cliffs (New Jersey), PTR Prentice Hall. 1992. 619p.
MORAES, Anamaria de e MONT´ALVÃO, Claudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. 2a Ed. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 2AB – Série Oficina, 2000. 132p.
MORAES, Anamaria de. Ergonomia: Usabilidade de Interfaces, Interação Humano-Computador, Arquitetura da Informação. In: Anais 2º USIHC 2003, junho de 2003.
MORAES, Anamaria e FRISONI, Bianka Cappucci. Ergodesign: produtos e processos. Rio de Janeiro, 2AB, 2001. 206p.
NIELSEN, Jakob. Usability Engineering. San Francisco (California), Morgan Kaufmann, 1993. 362p.
___. NIELSEN, Jakob. Usability 101. August 2003. Useit.com. Disponível em: http://www.useit.com/alertbox/20030414.html. Acesso em 25 ago. 2003.
PADOVANI, Stephania. Avaliação Ergonômica de Sistemas de Navegação em Hipertextos Fechados. In: MORAES, Anamaria de. Design e Avaliação de Interface. Rio de Janeiro, iUsEr, 2002. 27-58.
PADOVANI, Stephania. Avaliação ergonômica de sistemas de navegação em hipertextos fechados. Dissertação de Mestrado, PUC-Rio, 1998.
SHNEIDERMAN, Ben. Designing the User Interface. 3a Ed. Reading (Massachusetts), Addison-Wesley, 1998. 639 p.
WINOGRAD, Terry. Computers Connecting People. In: Proccedings of CLIHC 2003, PUC-Rio, Rio de Janeiro, Brasil, p. 3.