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Um estudo sobre as principais barreiras enfrentadas pelo empreendedor preston tucker, como ampla concorrência, dificuldade na obtenção de recursos, estrutura inadequada e mão de obra escassa, represálias de grandes empresas e políticas desfavoráveis, baseado no filme 'tucker: um homem e seu sonho'. O objetivo é identificar as características do processo empreendedor desenvolvido por tucker e investigar os impactos gerados pelas barreiras no empreendimento criado por ele.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Diego de Queiroz Machado
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Diego de Queiroz Machado
Aprovada em: //______.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Diego de Queiroz Machado (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC)
Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo Universidade Federal do Ceará (UFC)
Profa. Ma. Sônia Regina Amorim Soares de Alcântara Universidade Federal do Ceará (UFC)
A Deus, por Ele e para Ele são todas as coisas.
“Não há nada tão inútil quanto fazer eficientemente o que não deveria ser feito” Peter Drucker
O presente estudo teve como objetivo geral, analisar as principais barreiras ao empreendedorismo enfrentadas no filme "Tucker, um homem e seu sonho". Como objetivos específicos, o trabalho se propõe a apresentar as características do processo empreendedor, identificar as barreiras e investigar os impactos gerados por elas para o empreendimento. Pesquisa documental, realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, a partir de uma análise fílmica com abordagem qualitativa. O filme selecionado para análise foi “Tucker: um homem e seu sonho”. Sua análise foi subsidiada por referencial teórico e literatura vigente.Os resultados encontrados conforme os objetivos estabelecidos foram: a identificação da oportunidade, quando Tucker se interessa pelo ramo automobilístico e faz parcerias comprofissionais do ramo, obtenção de financiamento,fabricação do protótipo de automóvel, e fabricação de 50 automóveis. As barreiras encontradas foram: a ampla concorrência com grandes empresas automobilísticas, dificuldade na obtenção de recursos,estrutura inadequada e mão de obra escassa,represálias de grandes empresas e políticas governamentais desfavoráveis. Devido às barreiras apresentadas, estas geraram impacto direto no empreendimento, tais como necessidade de realização de venda antecipada do produto para se adquirir capital. O protótipo do produto foi finalizado com o tempo quase esgotado, pondo em risco todo o planejamento. Entretanto, a despeito das barreiras, os automóveis foram entregues, tal como planejado, tendo o empreendimento um início, meio e fim. Considerou-se assim, que Preston Thomas Tucker perpassou todas as etapas necessárias para a consecução do empreendimento. As barreiras enfrentadas no filme vão ao encontro das apresentadas no referencial teórico deste estudo, podendo então ser ponderadas como barreiras reais a serem enfrentadas pelo empreendedor.
Palavras-chave : Empreendedorismo.Processo Empreendedor. Barreiras. Estudo observacional. Análise fílmica.
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O tema empreendedorismo vem se tornando cada vez mais relevante na conjuntura econômica contemporânea. As novas formas de organização empresarial buscam, incessantemente, a redução de seus custos de produção. Essa busca afeta, diretamente, os postos de trabalho, gerando desemprego. Diante dessa realidade, ex-funcionários, trabalhadores com poucas habilidades técnicas, jovens em busca do primeiro emprego e outros perfis, não possuem alternativa senão tentarem empreender seu próprio negócio. Mas, o ato de empreender pode não ser tão simples quanto parece. Em uma análise externa e generalista, a autonomia que o empresário possui sobre o seu negócio pode trazer uma visão distorcida da realidade. Na verdade, a escolha por empreender acarreta em dificuldades encontradas, muitas vezes, letais para o empreendimento. As estatísticas comprovam essa realidade. Nas sociedades abertas, onde o sistema econômico preponderante é voltado para o direito de propriedade privada e na organização empresarial da produção, os bens de capital devem ser alinhados e mobilizados pelos agentes privados, para produzirem bens e serviços direcionados a demanda da população (GRECO et al ., 2009). Ainda mencionando Greco et al. (2009), somente empresários com espírito de iniciativa e ousadia para o risco se tornam empreendedores que responderão pelos investimentos nos setores primário, secundário e terciário da economia. É nesse cenário que emergem uma diversidade de empresas que fazem o Produto Interno Bruto (PIB). Um país somente irá se inserir como um capitalismo de mercado se houver liberdade de iniciativa e pessoas “com iniciativa”, preparadas para compor o conjunto de titulares dos meios de produção. Em uma pesquisa nacional realizada em 2014, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicada em 2016, das 694,5 mil empresas que nasceram em 2009, 536,6 mil (77,3%) sobreviveram em 2010; 452,5 mil (65,2%), até 2011; 387,4 mil (55,8%), até 2012; 339,1 mil (48,8%), até 2013; e 275,0 mil (39,6%) sobreviveram até 2014. Assim, após cinco anos da entrada no mercado, verifica-se que menos de 40% das empresas entrantes em 2009 sobreviveram até 2014. Dificuldades como falta de capital, alta carga tributária, juros abusivos, forte concorrência, ausência de planejamento, necessidade de retirada imediata de recursos financeiros, falta de experiência no ramo, dentre outros fatores, impõem sérios desafios para quem deseja trilhar esse caminho de ter seu próprio negócio (IBGE, 2016).
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Para endossar o escopo do estudo, é apresentado a seguir, o empreendedorismo em seus conceitos e características, as etapas do processo empreendedor, bem como, as barreiras existentes. Tais explanações contribuirão para um melhor entendimento das análises extraídas do filme em questão.
2 .1 Empreendedorismo: conceitos e características
Apesar de o empreendedorismo ter sido abordado desde séculos passados, a sua importância foi ressaltada na década 80, período que se tornou objeto de estudos em quase todas as áreas do conhecimento na maioria das nações. O empreendedorismo, em suas mais diversas vertentes, ocupa posição de destaque nas políticas econômicas dos países desenvolvidos e em desenvolvimento (BAGGIO; BAGGIO, 2014). A palavra empreendedorismo vem do latim imprehendere , que teria surgido na língua portuguesa do século XVI. Entretanto, a expressão empreendedorismo parece ter surgido da tradução da expressão entrepreneurship da língua inglesa que, por sua vez, é composta da palavra francesa entreprenuer e do sufixo inglês ship , que denota, grau, relação, estado, qualidade, habilidade e/ou perícia (SANTOS,2008). Acerca da palavra entreprenuer , Alfredo (2009) descreve que ela foi utilizada pela primeira vez em 1725, pelo economista irlandês Richard Cantillon, para definir o indivíduo que assumia riscos. O empreendedor é o agente com habilidades para gerar conexões, fazendo com que os recursos valiosos sejam aproveitados sinergicamente. Tal incumbência não é simplista, pois requer a capacidade de mobilizar recursos sociais mediante redes de solidariedade e de obrigações. Somente onde há diferenciação no interior da estrutura social é que se torna possível o surgimento do empreendedor, visto que compete a ele captar e conectar recursos produtivos socialmente dispersos (VASCONCELOS; WILKINSON; AMÂNCIO, 2008). Quando se considera o empreendedor e o crescimento econômico, pode-se remeter a dois pressupostos teóricos, quais sejam o de Joseph Schumpeter e Israel Kirzner, em que no primeiro o empreendedor é visto como alguém que agrega, equilibra e aproveita as oportunidades e no outro se vê o empreendedor como um agente de disrupção ou inovação (VASCONCELOS; WILKINSON; AMÂNCIO, 2008).As descrições a seguir retratam a essência dessas duas correntes na interpretação do empreendedorismo e as oportunidades do mercado.
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Para Schumpeter o empreendedor é fundamentalmente um agente de mudança e de inovação (Hagedoorn, 1996). A sua acção, designadamente através do desenvolvimento de novas informações e conhecimentos e da obtenção de novas combinações, gera desequilíbrios e rupturas face à situação existente. Neste sentido, o que caracteriza o empreendedorismo é a descontinuidade no sistema económico e a constante introdução de desequilíbrios no mercado. Ao procurar novas combinações, a vários níveis, o empreendedor põe em causa os quase-equilíbrios já existentes e cria novas oportunidades de desenvolvimento”.(...) Kirzner (1973, 1997), por seu turno, põe o acento tónico na descoberta das oportunidades. Esta resulta do espírito de alerta dos empreendedores e não envolve necessariamente a criação de novas informações ou conhecimentos. Enquanto para Schumpeter o empreendedorismo tem uma função de ruptura de equilíbrios, para Kirzner ele funciona como um equilibrador do sistema, no sentido em que erros ou desfasamentos anteriores criam incentivos para que se tomem decisões correctivas (Kirzner, 1997) (SIMÕES; DOMINGUINHOS, 2006,p.5-6). As argumentações de Kizner e Schumpeter recebem também outra terminologia, a saber: a teoria comportamentalista e a teoria econômica. A teoria econômica ou schumpeteriana expõe que os primeiros a atinarem para a importância do empreendedorismo foram os economistas. Estes estavam fundamentalmente voltados para a compreensão do papel do empreendedor e o impacto da sua atuação na economia. Três nomes destacam- se nessa teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpeter. Por sua vez, a teoria comportamentalista, se volta aos estudiosos do comportamento humano: psicólogos, psicanalistas, sociólogos, entre outros. O alvo desta abordagem do empreendedorismo foi de aperfeiçoar o conhecimento sobre motivação e o comportamento humano (BAGGIO; BAGGIO, 2014). Corroborando com a teoria comportamentalista, Silva, Chagas e Siqueira (2012) descrevem que o sucesso é precedido por elementos psicológicos, tais como: motivação para realização ou impulso para melhorar. Posto isso, pode-se afirmar que há um perfil de comportamento característico dos empreendedores, que possibilitam a obtenção de sucesso quando há iniciativa para um empreendimento. Considerando o contexto empresarial, fica claro que, conforme os negócios vão se globalizando, as empresas necessitam formular “um modelo” diferenciado quando se considera os recursos empresariais. A forma como esses recursos vão ser organizados e distribuídos dependerá do papel exercido pelo empreendedor dentro da empresa. Desse modo, o trabalho do empreendedor pode vir a definir a habilidade da empresa, como objetivo de adquirir, avaliar e operacionalizar seus recursos, influenciando assim o desempenho empresarial (SILVA; CHAGAS; SIQUEIRA, 2012). Independente da teoria que se irá seguir, o empreendedor deve deter características que o forjem como tal, tais como:
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empresas que oferecem novas soluções contribuem para a reversão do quadro de instabilidades do país (NIBO, 2016).
2 .2 Etapas do processo empreendedor
O processo empreendedor abrange todas as atividades referentes à criação de um novo negócio, desde a concepção da ideia até o sustento e continuidade do mesmo. Ele fornece ao empreendedor, informações e planos de ação que o direcionarão a tomar decisões assertivas, frente aos desafios que, certamente, surgirão nessa trajetória (RUPPENTHAL; CIMADON,2012). Segundo Dornelas (2001), o processo empreendedor pode ser compreendido a partir de quatro etapas que estão listadas no Quadro 1 :
Quadro 1 - Etapas do processo empreendedor ETAPAS DESCRIÇÃO Identificação e avaliação a oportunidade
É a fase na qual uma oportunidade é identificada e analisada para poder avaliar sua viabilidade no tangente a: concorrências, necessidade de mercado e ciclo de vida do produto. Desenvolvimento do plano de negócios
O plano de negócios engloba todos os processos da empresa. Ele irá auxiliar na busca por informações sobre os produtos ou serviços a serem ofertados, pontos fortes e fracos da empresa, bem como a identificação de possíveis clientes, fornecedores e concorrentes, contribuindo para a análise da viabilidade do negócio e para a gestão da empresa em seu funcionamento. Captação de recursos
Auxiliado pelo plano de negócios, o empreendedor deve analisar as melhores alternativas de financiamento para seu negócio. Essa captação pode se dar através de diversas formas; desde financiamentos bancários até empréstimos de familiares ou amigos.
Gerenciamento
Após a oportunidade ter sido identificada e viabilizada pelo plano de negócios, cabe ao empreendedor, o gerenciamento do negócio, quando este estiver em pleno funcionamento. Essa etapa se configura como fundamental para o sucesso do negócio, pois o empreendedor precisará de várias habilidades para lidar com situações diversas, como: relacionamento com clientes, formação e capacitação de equipe, gestão financeira, dentre outras. Fonte: Dornelas (2001)
Baron e Shane (2007) também analisam o processo empreendedor englobando-o em várias fases distintas (Quadro 2), embora não seja tão simples distingui-las pela complexidade do processo. Mas a tendência é que tais fases acabem ocorrendo naturalmente ao longo do tempo.
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Quadro 2- Etapas do processo empreendedor ETAPAS DESCRIÇÃO Identificação e avaliação a oportunidade
Quando empreendedor consegue enxergar algo que tenha o potencial de gerar lucro.
Coletas de informações úteis ao negócio e captação de recursos financeiros
Informações sobre mercado, concorrência, fornecedores, bem como, na capacitação da equipe de trabalho e captação de recursos financeiros para viabilizar a ideia em questão. Elevação da idéia a um patamar tátil
Ocorre o desenvolvimento do produto/serviço, a definição das responsabilidades da equipe, definição de metas e objetivos, dentre outras tomadas de decisões que irão estabelecer o elo entre o produto/serviço e o mercado. Caminho percorrido ao encontro do sucesso
Esta é uma fase contínua, pois as tomadas de decisões, estratégias e ações corretas são constantemente requeridas para que a empresa possa estar sempre bem contextualizada em seu meio de atuação e caminhando a frente de seus concorrentes. Fruto do trabalho bem executado
Após todo o planejamento, estratégias, dedicação, comprometimento e muitos esforços realizados, o empreendimento recompensará o empreendedor com o lucro almejado. Fonte: Elaborado a partir de Baron e Shane (2007).
Corroborando ao que afirma Baron e Shane (2007), no processo de empreendedorismo deve-se buscar ou estar atento à oportunidades de negócios, em uma sociedade onde há busca por inovações, e, justamente por ser inovações, assume-se o risco em dar prosseguimento com a intenção de obtenção de renda. (CUSTÓDIO, 2011). Analisando os dois modelos expostos, percebe-se que o modelo apresentado por Dornelas (2001) segue uma linha mais metódica com as etapas mais fragmentadas. O autor inicia o processo com a identificação e avaliação da oportunidade, para no segundo passo, citar o desenvolvimento do plano de negócios. Após esse segundo passo, o empreendedor deve viabilizar a captação de recursos, o que possibilitaria o início das suas atividades, e após esse terceiro passo, dar-se-ia início ao próximo, que seria o gerenciamento de seu negócio. Baron e Shane (2007) tratam o processo do empreendedor de um modo menos fragmentado, como se as etapas estivessem entrelaçadas umas às outras, sendo mais difícil de identificar, com exatidão, onde termina uma e começa a outra. Por conta disto, as etapas enumeradas por ele são mais abrangentes. Enquanto Dornelas (2001) cita a criação de um Plano de Negócios como uma etapa do processo, Baron e Shane (2007) não deixam claro em qual fase esse passo se encaixaria. Da mesma forma como Baron e Shane classifica o processo chamado de “Gerenciamento” por Dornelas (2001) como “Caminho Percorrido ao Encontro do Sucesso”. Percebe-se que Baron e Shane (2007) enxergam o processo de uma maneira mais consubstanciada, enquanto Dornelas (2001) o cita de uma forma mais sistêmica.
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empreendedorismo, políticas governamentais, fomento financeiro, educação e capacitação para o empreendedorismo, e infraestrutura de apoio técnico-gerencial para a atividade. O Brasil apesar de estar em desenvolvimento quanto empreendedorismo, ainda tem um grande caminho a percorrer (PEREIRA; VERRI, 2014). Além disso, a constituição de uma equipe, a mão de obra preparada e a precisão de credibilidade para o desenvolvimento da organização surgiram e permanecem, assim como a questão financeira e a concorrência. As empresas precisam se aprimorar e se inovar para sua manutenção no mercado. A importância dada pelas organizações à inovação se configura como um fator importante, sendo necessária uma contínua análise das tendências (PEREIRA; VERRI, 2014). Malheiros (2001) apresenta diversos fatores que podem influir negativamente nas ações empreendedoras, as quais descrevem: demanda para a produção final; oferta de recursos necessários à formação de novos negócios; a inflação, tributação, barreiras regulamentares restritivas, crise política. A autora ainda considera e destaca as dificuldades enfrentadas por pequenas e médias empresas, como a limitação de capital de giro e financiamento, falta de matéria prima e oscilações do mercado consumidor interno e externo. O financiamento é uma variável muito importante para o processo empreendedor, por isso os fatores que o dificultam podem também se constituir em barreiras para o empreendedorismo, em que são postos altas taxas de juros e excesso de burocracia. Ainda, o excesso de taxas e a limitação de garantias bancárias se constituem em barreiras para o financiamento. Segundo Aguiar (2012), as várias dificuldades enfrentadas para a obtenção do financiamento conduzem os empreendedores a iniciar o arranque da empresa com meios próprios. O financiamento é fundamental para a criação de empresas. As opções de financiamento existentes deveriam ser mais promovidas e acessíveis aos empreendedores para estes sentirem-se orientados a escolherem pela melhor modalidade para seus percursos como empresários. Outro empecilho para o empreendedor está na concorrência enfrentada. Se deparar com empresas estabelecidas no mercado há mais tempo, com mais experiência no ramo e já estáveis em sua área de atuação, certamente não é uma tarefa das mais fáceis. Fora esse aspecto, muitas vezes, a entrada de um produto inovador pode não ser bem quisto pelos seus concorrentes. No caso de produtos concentrados no mercado corporativo, há uma resistência natural às mudanças, quando os produtos reformulam a maneira como as pessoas trabalham e, especialmente nas empresas de clientes que não estão expostas à concorrência internacional, não há uma busca por produtos e outros processos eficientes, e há pouca
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receptividade aos produtos inovadores, mesmo que esses gerem um lucro de produtividade significativo e competitivo. (FELDENS, 2012, p 14).
Segundo Rocha (2016), as principais barreiras declaradas para o empreendedorismo foram a ausência de formação e competência dos recursos humanos, o não reconhecimento e recompensa, a falta de condições de trabalho no que tange a instalações e meios materiais. Os facilitadores mais citados foram comunicação, participação e espaço, recursos humanos formados por pessoas mais jovens, em maior quantidade, com mais formação e competência. O Quadro 3 sumariza barreiras apontadas pelos autores acima citados. Quadro 3 – Principais barreiras ao processo empreendedor AUTORES BARREIRAS Rocha (2016) Falta de preparo dos recursos humanos e materiais técnico-gerencial para a atividade. ,^ infraestrutura^ de apoio Malheiros (2001) Escassez de recursos, normas políticas e econômicas restritivas. Aguiar (2012) Obtenção de financiamento. Pereira e Verri (2014)
Ausência de programas orientados ao desenvolvimento do empreendedorismo, de políticas governamentais e fomento financeiro. Limitação na educação e capacitação para o empreendedorismo, e infraestrutura de apoio técnico-gerencial para a atividade. Souza (2014) Receio em assumir riscos. Feldens (2012) Resistência à inovação por parte da concorrência. Fonte: Elaborado pelo autor.
Frente ao exposto, se apreende que as barreiras ao empreendedorismo perpassam por um contexto multifacetado, que engloba aspectos atitudinais, políticos, econômicos, sociais e estruturais. No entanto, podem-se apontar algumas congruências ao se remeter ao Quadro 3: a escassez de recursos, capacitação de recursos humanos e falta de subsídios para o financiamento são impasses frequentes.