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Guias e Dicas
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Desempenho Agronômico de Cultivares de Salsa em Ambiente Protegido, Notas de aula de Cultura

Um estudo sobre a avaliação do desempenho agronômico de três cultivares de salsa (petroselinum crispum) produzidas em canteiro, sob ambiente protegido. O objetivo principal do trabalho foi verificar as diferenças na produção e qualidade entre as cultivares lisas e crespas. Além disso, foram realizadas medidas de comprimento de parte aérea e raiz, massa fresca e seca da parte aérea e raiz. Os resultados mostraram que a cultivar graúda portuguesa apresentou melhores resultados para o desenvolvimento agronômico, enquanto que a cultivar crespa teve os menores resultados.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Florentino88
Florentino88 🇧🇷

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
CURSO DE AGRONOMIA
ENSAIO DE CULTIVARES DE SALSA (Petroselinum crispum)
EM CANTEIRO SOB AMBIENTE PROTEGIDO
CAMILA BEATRIZ DA SILVA OLIVEIRA
BRASÍLIA - DF
2016
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

CURSO DE AGRONOMIA

ENSAIO DE CULTIVARES DE SALSA ( Petroselinum crispum)

EM CANTEIRO SOB AMBIENTE PROTEGIDO

CAMILA BEATRIZ DA SILVA OLIVEIRA

BRASÍLIA - DF

CAMILA BEATRIZ DA SILVA OLIVEIRA

ENSAIO DE CULTIVARES DE SALSA ( Petroselinum crispum) EM CANTEIRO SOB AMBIENTE PROTEGIDO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária como exigência final para obtenção do título de Engenheiro(a) Agrônomo(a).

Orientador: Profa. Dra. Michelle Souza Vilela

BRASÍLIA – DF

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me iluminar e guardar, todos os dias. À minha família, pela educação e o apoio incondicional que sempre recebi. Aos antigos amigos e aos novos, que fiz durante essa fase. À Universidade de Brasília, pela oportunidade. À Professora Dra. Michelle Souza Vilela, pela orientação e o carinho que sempre demonstrou.

RESUMO

Diante do atual cenário alimentar, caracterizado pela busca por produtos mais saudáveis, o mercado de hortaliça vem potencializando sua produção frente à demanda do consumidor. A salsa tem se destacado como uma importante hortaliça condimentar, não em termos de volume de produção, e sim pela ampla aplicação no mercado gastronômico e de fitoterápicos. As pesquisas relacionadas buscam definir plantas e sementes com maior qualidade, de acordo com as condições ambientais encontradas nas diferentes regiões, visando menores riscos e maiores retornos ao produtor. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho agronômico de três cultivares de salsa ( Petroselinum crispum) , em canteiro, sob cultivo protegido. O experimento foi implantado em casa de vegetação, localizada na Estação Biológica da Universidade de Brasília-UnB, no ano de 2016. Para tal, foram utilizadas as cultivares Lisa, Crespa e Graúda Portuguesa, que receberam os mesmos tratos culturais. Na semeadura, realizada em canteiro, foram utilizadas sementes em linhas simples, espaçadas a 25 centímetros, totalizando três linhas por tratamento. Desta forma, o experimento constituiu-se de um delineamento em blocos ao acaso, com três repetições. As avaliações foram realizadas cinco meses após o plantio, a partir de cinco plantas escolhidas aleatoriamente, das quais se verificou o comprimento das partes aérea e radicular, e as suas massas fresca e seca. Realizadas as análises estatísticas, observou-se que a cultivar Graúda Portuguesa apresentou os melhores resultados para o desenvolvimento agronômico em canteiros, sob ambiente protegido, enquanto que a cultivar Crespa foi a que obteve os menores resultados de desenvolvimento de planta.

Palavras-chave : hortaliça folhosa; canteiro; olericultura; salsa; ambiente protegido

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Canteiro cultivado com as três cultivares de salsa. Brasília-DF, 2016….

Figura 2: Mensuração de comprimento de parte aérea e raiz das cultivares de salsa. Brasília-DF, 2016…………………………………………………………………………. 24

Figura 3 : Estufa de ventilação forçada, onde se realizou o processo de secagem – 70 °C ± 2 °C – , por 24 horas. Brasília-DF, 2016……………………………………....

Figura 4: Mensuração da massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) de cultivares de salsa. Brasília-DF, 2016 .....................................................

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumo da análise de variância das características avaliadas na comparação de três cultivares de salsa. Brasília-DF, 2016.......................................

Tabela 2: Resultado do teste de comparação de médias Tukey (5% de probabilidade) para as características avaliadas nas três cultivares testadas no presente trabalho. Brasília-DF, 2016..........................................................................

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1. INTRODUÇÃO

Na agricultura brasileira, o cultivo de hortaliças apresenta-se com expressivo destaque. Influenciada pelas preferências dos consumidores, a horticultura tem buscado oferecer produtos diferenciados nos últimos anos, com o propósito de manter e ampliar a demanda, investindo na busca permanente por inovação tecnológica que propiciou uma formidável segmentação varietal no setor olerícola (CARVALHO; KIST; POLL, 2013). A salsa ( Petroselinum crispum ) é uma hortaliça folhosa de origem européia e pertencente à família botânica das Apiáceas, cujo potencial aromático é bastante conhecido. Apresenta em sua composição química as vitaminas A e C; niacina e riboflavina, vitaminas pertencentes ao complexo B; e minerais como cálcio, potássio, fósforo, enxofre, magnésio e ferro (FACTOR et al., 2008). Segundo Rodrigues e colaboradores (2008), o que confere importância à cultura da salsa não diz respeito ao volume produzido ou valor de comercialização, mas à sua ampla utilização comercial como condimento, além da sua relevância para fins terapêuticos Presente na cultura de quase todos os povos, a grande aceitação das ervas condimentares no mundo se deve ao gosto requintado e aroma diferenciado, embelezando os pratos e tornando-os apetitosos e nutritivos, além de eficientes para uso medicamentoso (PEREIRA; SANTOS, 2013). Os objetivos da produção dessas plantas apontam para a qualidade de produção, buscando alcançar teores ideais dos princípios ativos e enriquecer o óleo essencial (GUALBERTO; OLIVEIRA; GUIMARÃES, 2009) Os produtos da horticultura são os mais sensíveis a interferências climáticas. No verão, a grande quantidade de chuva danifica as hortaliças e cria condições favoráveis para o aparecimento de doenças. Por outro lado, o frio e os ventos do inverno acabam prolongando o ciclo dessas culturas (FIGUEIREDO, 2011). A cultura da salsa, por sua vez, se adapta melhor a temperaturas amenas e altas altitudes, podendo ser cultivada durante todo ano, mas preferencialmente semeada nas estações outono-inverno (FILGUEIRA, 2008). O desenvolvimento das plantas de salsa e a qualidade do produto final, além de associar-se às propriedades genéticas da cultura, estão diretamente relacionados ao ambiente de cultivo. Sendo assim, o cultivo protegido, onde se pode realizar o controle das condições edafoclimáticas,

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tem viabilizado um aumento na produtividade, com efetivo aproveitamento dos fatores de produção e produtos de melhor qualidade (REZENDE et al., 2005). Nesse sentido, esse trabalho teve como objetivo central avaliar agronomicamente diferentes cultivares de salsa, produzidas em canteiro, sob ambiente protegido.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Olericultura

Atualmente, a olericultura é considerada, em conjunto, uma atividade agrícola de destaque, dentro da agricultura brasileira. Evoluindo a partir da horta caseira até as grandes culturas anuais, verificou-se não só uma grande expansão na área cultivada, como um aprimoramento técnico notável (FILGUEIRA, 1981). Como ramo da horticultura, a olericultura remete ao cultivo de hortaliças: determinadas plantas de consistência essencialmente herbácea, geralmente de ciclo curto e intensivos tratos culturais, cujas partes comestíveis não exigem processamento industrial prévio, podendo ser diretamente utilizadas na alimentação humana (BEVILACQUA, 2016). No Brasil, o despontar da olericultura recebeu influências desde a chegada dos portugueses e posteriormente africanos, até a vinda dos imigrantes japoneses, por volta de 1900, evoluindo de forma mais acentuada durante e após a Segunda Guerra Mundial. Do cultivo doméstico, de fundo de quintal, a exploração de hortaliças evoluiu para as culturas maiores, porém ainda muito diversificadas, nos chamados ―cinturões verdes‖, especialmente ao redor de grandes cidades. Com a evolução dos centros urbanos e o aprimoramento tecnológico, a olericultura partiu para áreas com melhores condições edafoclimáticas e economicamente viáveis (FILGUEIRA, 2008; BEVILACQUA, 2016). De acordo com Melo e Vilela (2007), a cadeia produtiva das hortaliças apresenta características específicas e representativas do ramo. Diferente da produção de grãos, caracterizada principalmente pela monocultura, a olericultura apresenta segmentação de cultivo, constituindo um grupo diversificado de plantas. Outro fator simbólico desse setor do agronegócio é a alta pulverização das propriedades rurais produtoras, cuja exploração é 60% familiar. A olericultura ainda constitui uma atividade econômica de alto risco, frente aos problemas fitossanitários, maior sensibilidade às condições climáticas adversas, maior vulnerabilidade à sazonalidade da oferta, gerando instabilidade de preços. Por

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outro lado, rende grande número de empregos devido à elevada exigência de mão- de-obra em todas as fases de produção, o que tende a ser problemático em algumas regiões (MELO; VILELA, 2007).

3.1.1. Exploração de hortaliças

As orientações recentes do sistema agroalimentar caracterizam-se principalmente pelas tendências de diferenciação no consumo dos alimentos, cujos reflexos estão em todas as etapas da produção agrícola. Gradativamente, a valorização de produtos com diferentes atributos de qualidade cria novas oportunidades de mercado, acessíveis aos diversos agricultores (ALMEIDA, 2012). O agronegócio da produção de hortaliças tem como característica mais marcante o seu caráter intensivo, no que se refere à utilização do solo, aos tratos culturais, à mão-de-obra e aos insumos agrícolas. De fato, isso equivale a empregar quantias elevadas por hectare cultivado. Contudo, a exploração de hortaliças possibilita alto potencial de renda líquida ao produtor, maior até que na produção de grãos, cuja natureza é extensiva (FILGUEIRA, 2008). Ainda de acordo com Filgueira (2008), outro aspecto do setor é o ciclo cultural das oleráceas, bem mais curto que o das demais culturas, permitindo uma exploração mais proveitosa do solo e alcançando retorno mais rápido. A atividade também se caracteriza por uma menor ocupação de área, o que aprimora os tratos culturais. Um dos grandes gargalos da cadeia produtiva de hortaliças está nas perdas em pós-colheita. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) apontam que o impressionante volume de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos é perdido ou desperdiçado anualmente em todo o mundo. As estatísticas de perdas na América Latina (incluindo o Brasil) e na Europa são semelhantes, mas nas etapas de processamento, especialmente de manuseio e armazenamento, as perdas são bem maiores no Brasil (ANDRADE et al., 2015). Diante dessa problemática, medidas de controle devem ser adotadas da perspectiva do produtor, por meio de técnicas pós-colheita adequadas, programas de conscientização, melhoria das instalações de armazenamento e cadeia do frio (SPRICIGO, 2016).

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produção de especiarias. Ainda de acordo com eles, em se tratando de produção mundial, sabe-se que a Ásia detém a maior área cultivada e o mercado consumidor mais expressivo. Por outro lado, a produtividade das lavouras asiáticas está entre as mais baixas do mundo, sendo superada, neste quesito, pela América do Sul, cuja área cultivada é menor que a da Ásia e da Europa. De acordo com os poucos dados mundiais consolidados sobre o assunto, é na Europa que se encontram as produções mais eficientes, com grandes volumes sendo colhidos em áreas bastante reduzidas.

3.2.2. Particularidades da produção

A demanda pelas ervas condimentares, aromáticas e medicinais vem crescendo continuamente, em função da eficácia, dos efeitos colaterais de medicamentos quimio-sintéticos e até mesmo pela tendência de redução no consumo de produtos industrializados. Com a maior demanda, os produtores têm se esforçado em manter o fornecimento de hortaliças, em quantidade e qualidade, durante todo o ano (CARVALHO; COSTA; CARNELOSSI, 2010). Tal qual afirmaram Gualberto e colaboradores (2009), a etapa do cultivo é considerada como limitante quanto à qualidade e quantidade do condimento, as quais configuram a característica peculiar da produção de especiarias e condimentos que, além de envolver o suprimento de biomassa vegetal, têm objetivos voltados à qualidade da produção, a fim de garantir teores ideais dos princípios ativos do óleo essencial. Assim sendo, fatores ambientais como altitude, latitude, temperatura, umidade relativa do ar, duração do dia, solo, disponibilidade de água e nutrientes influenciam na produção de princípios ativos pelas plantas. Os elementos do solo e do clima não podem ser controlados, mas podem ser utilizados em favor do cultivo de plantas aromáticas, aplicando-se as práticas agrícolas adequadas, especialmente no que diz respeito à seleção das espécies indicadas, época de plantio, correção e adubação de solo. A forma de plantio, os tratos culturais e os aspectos fitossanitários determinam o estado geral de desenvolvimento da planta e, consequentemente, sua produtividade (SOUZA et al., 2006).

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Dentre os insumos que maximizam a produção das culturas, a adubação é uma das responsáveis pela elevação da produtividade e qualidade dos produtos obtidos. As plantas medicinais e aromáticas, como qualquer outra cultura, dependem de suprimento adequado de nutrientes para boas produtividades agrícolas. Nesse sentido, a adubação orgânica é uma fonte de nutrientes para as plantas que, além de permitir suprimento adequado, contribui para a melhoria das qualidades físicas, químicas e biológicas do solo (CORRÊA, 2014). Quanto às etapas finais da produção de plantas condimentares, Souza e colaboradores (2006) afirmam ainda que fatores como colheita no estágio de maior teor de princípios ativos, correto manuseio durante pós-colheita, beneficiamento adequado e armazenagem apropriada são primordiais para manutenção da qualidade. Salienta-se que a colheita deve ser realizada quando as plantas apresentarem a melhor qualidade possível. Nessa perspectiva, evidencia-se que o início da fase reprodutiva, em geral, marca uma alteração na composição das substâncias produzidas, especialmente a do óleo essencial. Um exemplo clássico é a hortelã ( Mentha arvensis ), na qual a porcentagem máxima de mentol, componente de maior interesse no óleo, é atingida quando a planta está florida. Na prática, porém, é necessário compatibilizar a época com os aspectos práticos e econômicos da colheita (SOUZA et al., 2006).

3.3. Salsa ( Petroselinum crispum )

3.3.1. Origem e descrição

A espécie Petroselinum crispum , comumente conhecida como salsa ou salsinha, é um condimento apreciado por mais de dois mil anos, e faz parte da popular combinação ―cheiro-verde‖. Originária de regiões rochosas da bacia do Mediterrâneo, no sul da Europa, hoje é cultivada em todo o mundo (LORENZI & MATOS, 2002). O uso da salsa como erva já fazia parte do conhecimento dos gregos desde o terceiro século antes de Cristo. O nome Petroselinum é derivado do grego petrus, que significa pedra, pois a planta nascia entre rochas do Mediterrâneo, o que evidencia sua origem (GIACOMETTI, 1989; CHAVES, 2006).

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3.3.3. Aspectos agronômicos

A salsa ( Petroselinum crispum ) é um arbusto anual ou bianual, de pequeno porte antes da floração. Essa espécie adapta-se melhor a temperaturas amenas, numa faixa de 10 a 24°C. A sua capacidade de rebrotar é aproveitada para novos cortes, o que possibilita explorar o cultivo por dois ou até três anos (ZÁRATE et al., 2003; FILGUEIRA, 2007). A salsa é propagada por sementes, apesar de sua emergência em campo ser relativamente longa e irregular, podendo levar mais de quatro semanas, dependendo da temperatura e da umidade do solo. Um fator que influencia a qualidade fisiológica dessas sementes refere-se ao tempo de armazenamento, podendo haver redução linear na porcentagem de emergência com o tempo de armazenamento, constatada por Rodrigues et al., (2011) em trabalho a respeito de armazenamento de sementes de salsa. A fim de que a germinação ocorra de forma ideal, faz-se necessário alcançar um nível adequado de hidratação, para que o metabolismo da semente seja reativado, resultando no crescimento do eixo embrionário. Entende-se então que quanto maior a quantidade de água disponível, mais rápida será a absorção pela semente (RODRIGUES et al., 2008). Segundo Minami (1995, apud BEZERRA et al., 2005), a utilização de mudas apresenta-se como uma alternativa, proporcionando economia de sementes, principalmente quando essas são menos vigorosas e necessitam de maiores cuidados na fase de germinação e emergência. Apesar do exposto, Filgueira (2008) afirma que a salsa pode ser semeada diretamente em sulcos, com disposição longitudinal, distanciados 25 cm nos canteiros. Para tal, despeja-se um filete contínuo de sementes, na profundidade de 5-10 mm. Quando as plântulas apresentam duas folhas definitivas, recomenda-se o desbaste, deixando as remanescentes à distância média de 10 a 15 cm. A síntese de princípios ativos nas plantas aromáticas provém do metabolismo secundário, podendo sofrer interferência tanto por fatores genéticos quanto ambientais. Entre os fatores de estresse que incidem na composição química da planta, a nutrição merece destaque, uma vez que a deficiência ou o excesso de

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nutrientes pode interferir na produção de biomassa e na quantidade de princípio ativo (MAPELI et al., 2005). A adubação orgânica das plantas aromáticas fornece nutrientes para as plantas, proporciona benefícios na estrutura física dos solos, favorece a retenção de água, diminui perdas por erosão, beneficia o controle biológico de pragas e doenças (COSTA et al., 2008), além de corrigir possíveis deficiências em macro e micronutrientes (SARTÓRIO et al.,2000). Outro fator que corrobora o uso da adubação orgânica é a velocidade em que a matéria orgânica é degradada nos solos tropicais, em comparação com os de clima temperado, exercendo grande potencial e importância ao uso, principalmente nos cultivos de hortaliças condimentares (SWIFT; WOOMER, 1993). A salsa, por sua vez, alcança uma maior produtividade quando cultivada em solos areno-argilosos, com alto teor de matéria orgânica e boa fertilidade. Apesar disso, a cultura é considerada pouco exigente, adaptando-se bem na faixa de pH 6, a 6,5 (HEREDIA et al., 2003). Em relação à adubação, Vaz e Jorge (2007) recomendam aplicar esterco de gado bem curtido, esterco de galinha ou composto orgânico, quando necessário, enquanto que para Filgueira (1981), a cultura responde bem à aplicação de 50 g/m² de canteiro de superfosfato simples, bem como a coberturas nitrogenadas leves, periodicamente. Uma técnica agrícola utilizada e que produz resultados satisfatórios é a incorporação, semanas antes da semeadura, de esterco de aviário. Sugere-se que seja aplicado entre 100-180 kg/ha de P2O5 juntamente com 60-80 kg/ha no plantio (FILGUEIRA, 2008). No momento em que as plantas atingem cerca de 15 cm, o que ocorre por volta de 50 e 70 dias, tem-se a época da primeira colheita. O corte realizado deve ser feito um pouco acima da superfície do solo. A colheita pode se prolongar por 90 dias ou mais, devido à capacidade de rebrotamento da cultura, devendo sempre atentar-se a presença de invasores que, quando presentes junto ao maço de salsa, fazem-no perder valor comercial (HEREDIA et al., 2003). Predominantemente, a salsa é cultivada em pequenas propriedades, assim como a maioria das hortaliças, destacando-se em uma importante alternativa para a agricultura familiar (GARCIA JUNIOR; TOMAZ, 2009 apud CARVALHO, 2011).