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2 Modelagem da casca cilíndrica, Notas de estudo de Energia

As cascas cilíndricas podem ser definidas como um corpo cuja distância de ... descrever os deslocamentos da casca cilíndrica, por exemplo, Donnell (1934),.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tiago22
Tiago22 🇧🇷

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Modelagem da casca cilíndrica
As cascas cilíndricas podem ser definidas como um corpo cuja distância de
qualquer ponto interno deste corpo a uma superfície de referência (usualmente a
superfície média da casca) é pequena se comparada com as dimensões que
definem a superfície de referência. Assumindo que a espessura da casca é bem
menor que as demais dimensões, as teorias de casca reduzem o problema
tridimensional a um problema bidimensional. Para isso, descrevem-se os
deslocamentos de um ponto qualquer da casca em função dos deslocamentos
da superfície média. diversas teorias não-lineares na literatura para
descrever os deslocamentos da casca cilíndrica, por exemplo, Donnell (1934),
Donnell-Mushtari-Vlasov (Donnell, 1976), Koiter (1959) e Budiansky-Sanders
(1963).
Neste trabalho, as equações não-lineares de movimento são obtidas
considerando o campo de deformações proposto na teoria não-linear de Donnell
para cascas abatidas. Pela sua simplicidade e precisão essa teoria é a mais
utilizada para o estudo de problemas não-lineares. A precisão da teoria o-
linear de Donnell para cascas esbeltas, isto é com espessura h muito inferior ao
raio R (
R
h
<<
), é satisfeita para modos com um grande número de ondas
circunferenciais n, onde a relação 1/n2 << 1 deve ser satisfeita. Para garantir
uma boa precisão deve-se considerar n > 5.
Nesta teoria, os principais termos não-lineares são obtidos, mas outros
efeitos de segunda ordem, como a não-linearidade na mudança de curvatura,
são negligenciados, pois se desconsideram as rotações em torno da normal à
superfície média e os efeitos das deformações axiais e circunferenciais na
rotação da tangente à superfície média são descartados.
2.1.
Campo de deformações
Considera-se uma casca cilíndrica de raio R, espessura h e comprimento
L, de material elástico linear com módulo de elasticidade E, coeficiente de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410740/CA
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Modelagem da casca cilíndrica

As cascas cilíndricas podem ser definidas como um corpo cuja distância de qualquer ponto interno deste corpo a uma superfície de referência (usualmente a superfície média da casca) é pequena se comparada com as dimensões que definem a superfície de referência. Assumindo que a espessura da casca é bem menor que as demais dimensões, as teorias de casca reduzem o problema tridimensional a um problema bidimensional. Para isso, descrevem-se os deslocamentos de um ponto qualquer da casca em função dos deslocamentos da superfície média. Há diversas teorias não-lineares na literatura para descrever os deslocamentos da casca cilíndrica, por exemplo, Donnell (1934), Donnell-Mushtari-Vlasov (Donnell, 1976), Koiter (1959) e Budiansky-Sanders (1963). Neste trabalho, as equações não-lineares de movimento são obtidas considerando o campo de deformações proposto na teoria não-linear de Donnell para cascas abatidas. Pela sua simplicidade e precisão essa teoria é a mais utilizada para o estudo de problemas não-lineares. A precisão da teoria não- linear de Donnell para cascas esbeltas, isto é com espessura h muito inferior ao raio R ( h << R ), é satisfeita para modos com um grande número de ondas circunferenciais n , onde a relação 1/ n^2 << 1 deve ser satisfeita. Para garantir uma boa precisão deve-se considerar n > 5. Nesta teoria, os principais termos não-lineares são obtidos, mas outros efeitos de segunda ordem, como a não-linearidade na mudança de curvatura, são negligenciados, pois se desconsideram as rotações em torno da normal à superfície média e os efeitos das deformações axiais e circunferenciais na rotação da tangente à superfície média são descartados.

Campo de deformações

Considera-se uma casca cilíndrica de raio R , espessura h e comprimento L , de material elástico linear com módulo de elasticidade E , coeficiente de

Poisson ν e densidade ρ. A geometria e o campo de deslocamentos estão

ilustrados na Figura 2.1.

Figura 2.1 – Geometria e campo de deslocamentos da casca cilíndrica.

As deformações específicas de um ponto da superfície média da casca, segundo a teoria não-linear de Donnell para cascas abatidas, são dadas por:

( )

θ^ (^ θ θ )

θ θ θ

, , , ,

,^2 , 2

, ,^2

u w w R

v

w R

v w R

u w

x x x

x x x

(2.1)

onde ε x , ε θ e γ x θ são as deformações específicas de um elemento da

superfície média e u , v e w são as componentes dos deslocamentos axiais, circunferenciais e radiais. As mudanças de curvatura, segundo a mesma teoria, são dadas por:

θ θ

θ θθ

x x

x xx

R^ w

w R

w

,

2 ,

,

(2.2)

Definem-se as deformações específicas de um ponto qualquer da casca, ( ε (^) x ,ε (^) θ ,γ x θ), localizado a uma distância z da superfície média, ( − h 2 ≤ zh 2 ),

por:

− − −

− − −

= = =

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2 h

h

x x

h

h

h

h

x x

h

h

x x

h

h

h

h

x x

M z dz M z dz M z dz

N dz N dz N dz

θ θ θ θ

θ θ θ θ

σ σ τ

σ σ τ (2.6)

onde Nx , N θ e Nx θ são os esforços de membrana e Mx , M θ e Mx θ são os esforços de flexão.

Funcionais de energia da casca cilíndrica

Para a formulação das equações não-lineares de movimento da casca cilíndrica, descrita na Figura 2.1, foi considerada que a mesma é perfeita, que suas extremidades estão simplesmente apoiadas, que há um fluido não-viscoso e incompressível em seu interior que gera uma a pressão hidrodinâmica ( PH ) sobre as paredes da casca e que ela está submetida a um carregamento axial periódico uniformemente distribuído ao longo da borda, P, e uma pressão lateral, p. A Figura 2.3 ilustra o carregamento atuante na casca cilíndrica.

P

p

PH

P

p

PH

Figura 2.3 – Representação do carregamento aplicado à casca.

As equações não-lineares de movimento são obtidas partindo dos funcionais de energia do sistema e, posteriormente, aplicando-se o princípio de Hamilton. A energia interna de deformação ( UI ) para uma casca cilíndrica pode ser escrita, em função das tensões e das deformações em um ponto qualquer ao longo da espessura da casca, da seguinte forma (Brush e Almroth, 1975):

U I = R 2 ∫ ∫ ∫ ( σ x ε x +σθεθ+τ x θγ x θ) dxd θ dz (2.7)

Substituindo as equações (2.1)-(2.5) em (2.7), observa-se que a energia interna de deformação é descrita como uma soma de duas parcelas de energias. Uma delas é a energia de membrana ( UB ) que reúne apenas os termos de deformação da superfície média casca e a outra é a energia de flexão ( UF ) que apresenta apenas os termos de mudança de curvatura da mesma superfície média. Após a substituição indicada, a parcela relativa à energia de deformação de membrana é dada por:

= ^ ε +ε + υε ε + −υγ θ

θ θ θ dxd

U KR

M x^22 x 2 x^2

(2.8)

sendo K = Eh ( 1 − υ^2 ) a rigidez de membrana. A parcela relativa à energia de

flexão é dada por:

U F = DR ∫∫ ( χ x^2 +χθ^2 + 2 υχ x χθ+ 2 ( 1 −υ)χ x^2 θ ) dxd θ

(2.9)

onde D = Eh^312 ( 1 − υ^2 )é a rigidez a flexão.

Para o carregamento considerado, Figura 2.3, o trabalho das forças externas ( VE ) é dado por:

V E =− R ∫ ∫ ( PH + p ) wdxd θ − P 2 R ∫ u , xd θ (2.10)

sendo a primeira parcela referente ao fluido interno e à pressão lateral aplicada e a segunda parcela à carga axial. A energia cinética para uma casca cilíndrica é definida como (Kraus, 1967):

T = ρ hR ∫∫ ( u^2 + v^2 + w^2 ) dxd θ

Neste trabalho não se considera a inércia relativa às velocidades axial ( u &^ ) e circunferencial ( v &^ ). Essa consideração não insere erros significativos, pois a vibração no sentido radial da casca é bem superior às demais. Por último, o trabalho das forças de dissipação ( RE ) é escrito da seguinte forma (Popov et al. 1998):

RE = β 1 R ∫∫ w^2 dxd θ β 2 R ∫∫ ( ∇^2 w )^2 dxd θ

O primeiro termo da equação (2.12) representa o amortecimento viscoso que considera a dissipação uniformemente distribuída entre os modos naturais

com um coeficiente β 1. O segundo termo segue o modelo de amortecimento de

Voigt que representa o amortecimento viscoelástico do material com um

coeficiente de amortecimento β 2. A combinação linear desses dois tipos de

( )

( )

,

Fx F x F

xF

F

xF x

E h

p PR R

w

Eh u P pR

θ θ

θ

θ

χ χ χ

γ

ε υ

ε υ

(2.17)

onde o índice F refere-se à configuração fundamental de equilíbrio. O efeito da pressão hidrostática é desprezado tendo por hipótese que sua magnitude é pequena quando comparada à pressão hidrodinâmica e à parcela constante da pressão lateral. Ao substituir o campo de deformação fundamental, equação (2.17), na equação (2.5), obtêm-se as tensões para o estado fundamental. Essas tensões fundamentais ao serem integradas, equações (2.6), fornecem as resultantes dos esforços de membrana e de flexão no estado fundamental de equilíbrio, a saber:

Fx Fx F x F

F

Fx

N M M M

N pR

N P

θ θ θ

θ (2.18)

Assim, as tensões resultantes de membrana e de flexão, bem como as componentes do campo de deslocamento, atuantes na casca cilíndrica em sua configuração final de deformação podem ser escritas da seguinte maneira (Brush e Almroth, 1975):

x Fx Ix x Fx x^ I

F I F I

x xF Ix x Fx xI

N N N M M M

N N N M M M

N N N M M M

θ θ θ θ θ θ

θ θ θ θ θ θ = + = +

(2.19)

o índice I refere-se à configuração incremental de equilíbrio. Substituindo as equações (2.18) e (2.19) no sistema de equações (2.16), chega-se, finalmente, ao sistema de equações não-lineares de movimento a ser utilizado neste trabalho, a saber:

( ) ( ) 1 2 w 0

, , , x

, , , 2 1 2 4

, ,

, ,

+ − + + ^ −

θ θθ θ θ

θ θ θθθ

θ θθ

θθ

β β

Ix xx I Ix

I I H Ix^ xx x x

I I x x

I Ix xx

R N P w N p wR N

R

RM M M

R

phw w w P

R

N N

R

N N

(2.20)

onde^4 ,^22 , θθ 14 w , θθθθ R

w R

w &^ = w & xxxx + & xx + & é o operador bi harmônico.

O problema proposto deve satisfazer:

  • A condição de antimetria do campo de deslocamentos axiais: u ( L 2 , θ) = (^0) (2.21)
  • A condição de continuidade dos deslocamentos circunferenciais: v ( x , 0 ) = v ( x , 2 π) (2.22) Além das seguintes condições de contorno:
  • Deslocamentos circunferenciais nulos nas extremidades da casca: v ( 0 , θ ) = v ( L , θ) = (^0) (2.23)
  • Deslocamentos radiais nulos nas bordas da casca: w ( 0 ,θ ) = w ( L , θ) = (^0) (2.24)
  • Momento axial incremental nulo nas extremidades da casca: M (^) xI ( 0 , θ ) = MIx ( L , θ) = 0 (2.25)
  • Esforço axial incremental nulo nas bordas da casca: N Ix ( 0 ,θ ) = NIx ( L , θ) = 0 (2.26) A condição de contorno (2.26) é escrita em termos dos deslocamentos da seguinte forma:

= 2 , ,^2 , ,^2

1 θ^ θ

υ υ

w R

v w R

N Ix Eh ux wx (2.27)

que constitui um condição de contorno não-linear. O sistema de equações não-lineares, (2.20), permite a análise dinâmica não-linear de cascas cilíndricas submetidas inicialmente a um estado de tensões iniciais. Esta análise pode ser feita tanto no domínio do tempo quanto no domínio da freqüência. Na literatura é comum substituírem-se os esforços de membrana da casca por uma função de tensão ( f ) que obedece às relações:

N Ix = f ,θθ N θ I = R^2 f , xx NIx θ=− Rf , x θ (2.28) A equação (2.28) atende as duas primeiras equações do sistema não- linear (2.20) e o reduz à seguinte equação:

( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )] [ ( ) ( )

2 (^ )^ [^ (^1 ) ]^ (^13 )^0

2 , ,^2 , ,^2 , ,

(^2) , , , , , (^2) , , 2

, , , , , ,^4

, , , , , , ,^2 ,^2

02 , 1 0 ,^2404 ,

2 2

+ + − −^ =

− ^ − + + − − +

θθ ξ ξξ θ ξξ θθ

ξθ ξ θ ξξ ξ θθ θ

θθ ξξ θθ θ ξ θ ξ

ξθ θ ξ ξξ ξ θ θ ξ

ττ τ τ

W W W W W W p

W W W W W W W

W W W W V U W V U W

W U V W U V W W

h

W P

R

R (^) Eh h W W H

(2.34)

onde∇ 4 W = W ,ξξξξ + 2 W ,ξξθθ+ W , θθθθ.