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01. (Enem) Toca a sirene na fábrica, Notas de aula de Construção

(Efomm) À falta de certa precisão quanto aos tempos, utilizam-se algumas locuções ... ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Carioca85
Carioca85 🇧🇷

4.5

(406)

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01. (Enem) Toca a sirene na fábrica,
e o apito como um chicote
bate na manhã nascente
e bate na tua cama
no sono da madrugada.
Ternuras da áspera lona
pelo corpo adolescente.
É o trabalho que te chama.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira
teu filho de mãe solteira.
Levas ao lado a marmita,
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
De tudo quanto ele pede
dás só bom-dia ao patrão,
e recomeças a luta
na engrenagem da fiação. MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais
a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.
b) auxilia na caracterização física do personagem principal.
c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.
02. (Enem) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi
humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão.
Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo,
retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que
sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso
tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas?
Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.
Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para
despertar o interesse do leitor pelo filme?
a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”.
b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”.
c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias.
d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”.
e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista
“João/Zero”.
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01. (Enem) Toca a sirene na fábrica, e o apito como um chicote bate na manhã nascente e bate na tua cama no sono da madrugada. Ternuras da áspera lona pelo corpo adolescente. É o trabalho que te chama. Às pressas tomas o banho, tomas teu café com pão, tomas teu lugar no bote no cais do Capibaribe. Deixas chorando na esteira teu filho de mãe solteira. Levas ao lado a marmita, contendo a mesma ração do meio de todo o dia, a carne-seca e o feijão. De tudo quanto ele pede dás só bom-dia ao patrão, e recomeças a luta na engrenagem da fiação. MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. b) auxilia na caracterização física do personagem principal. c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens. d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto. e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.

02. (Enem) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.

Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme? a) O emprego do verbo haver, em vez de ter , em “há 20 anos atrás foi humilhado”. b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”. c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias. d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”. e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Crianças brincando

Uma psicóloga da PM-SP defende que crianças de oito anos podem manusear armas de fogo, “desde que acompanhadas pelos pais”. É normal, diz ela, que o filho de um policial tenha curiosidade sobre o instrumento de trabalho de seu pai, “assim como o filho do médico tem sobre o estetoscópio”. A recente tragédia em São Paulo, envolvendo o menino Marcelo Pesseghini, 13, suspeito de matar seus pais (ambos, policiais militares), a avó e a tia-avó, e que se matou em seguida, tudo a tiros, não abalou sua convicção. Vejamos. É normal que o filho de oito anos de um piloto de aviação tenha curiosidade sobre o instrumento de trabalho do pai - o avião. Isso autoriza o piloto a pôr o filho na cadeira do copiloto e “acompanhá-lo” enquanto ele pousa o aparelho levando 300 passageiros? O filho de um madeireiro, apenas por ser quem é, estará autorizado a brincar com uma motosserra? E o filho de um proctologista estará apto a manipular o instrumento de trabalho de seu pai? (...) A professora Maria de Lourdes Trassi, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, rebate o argumento da psicóloga da PM, dizendo: “O cirurgião pode até dar o estetoscópio ou a luva [para o filho brincar]. Mas não vai lhe apresentar o bisturi”. Também acho. E há muitas coisas com que o filho de um PM pode brincar - gás de mostarda, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha -, sem ter de apelar para armas de fogo. (Ruy Castro, Folha de S. Paulo , 19.08.2013)

03. (Espm) Levando em conta o aspecto do verbo na frase: “crianças de oito anos podem manusear armas de fogo”, afirma-se que a forma verbal está no Presente: a) momentâneo, pois se refere ao manuseio de armas no momento da fala. b) histórico, pois se refere a fatos sobre crimes ocorridos nos passado. c) frequentativo, pois se refere a um fato que se repete ao longo do tempo no noticiário criminal. d) universal, pois se refere à permissão do manuseio tida como uma verdade supostamente aceita por todos. e) no lugar do futuro, pois a permissão para o manuseio de armas se dará em época próxima.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Não era feio o lugar, mas não era belo. Tinha, entretanto, o aspecto tranquilo e satisfeito de quem se julga bem com a sua sorte. A casa erguia-se sobre um socalco, uma espécie de degrau, formando a subida para a maior altura de uma pequena colina que lhe corria nos fundos. Em frente, por entre os bambus da cerca, olhava uma planície a morrer nas montanhas que se viam ao longe; um regato de águas paradas e sujas cortava-as paralelamente à testada da casa; mais adiante, o trem passava vincando a planície com a fita clara de sua linha campinada [...]. BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras. p.175.

04. (Ueg) Com relação ao tempo narrativo, nota-se que a utilização do pretérito imperfeito a) aproxima o material narrado do universo contemporâneo do leitor. b) confere ao texto um caráter dual, que oscila entre o lírico e o metafórico. c) faz com que o tempo da narrativa se distancie, até certo ponto, do tempo do leitor. d) torna o texto mais denso de significação, na medida em que institui lacunas temporais.

Apesar de primatas aventureiros, éramos muito mais apegados à terra natal nessa época em que as viagens precisavam ser feitas a pé; a maioria de nossos antepassados passava a existência no raio de alguns quilômetros ao redor da aldeia natal. 9 Como descendemos de um pequeno grupo de hominídeos africanos e o isolamento favorece o acúmulo de semelhanças genéticas, traços externos como a cor da pele, dos olhos e dos cabelos tornaram-se característicos de determinadas populações. Mas seria possível estabelecer critérios genéticos mais objetivos para definir o que chamamos de raça? Em outras palavras: além dessa meia dúzia de aspectos identificáveis externamente, o que diferenciaria um negro de um branco ou de um asiático? (^6) Para determinar o grau de parentesco entre dois indivíduos, os geneticistas modernos fazem comparações

entre certos genes contidos no DNA de cada um. Lembrando que os genes nada mais são do que pequenos fragmentos da molécula de DNA; 13 a tecnologia atual permite que semelhanças e disparidades porventura existentes entre dois genes sejam detectadas com precisão. (^5) Tecnicamente, essas diferenças recebem o nome de polimorfismos. É na análise desses polimorfismos que

se baseia o teste de DNA para exclusão de paternidade, por exemplo. Na Universidade de Stanford, Noah Rosemberg e Jonathan Pritchard testaram 375 polimorfismos genéticos em 52 grupos de habitantes da Ásia, África, Europa e das Américas. 4 Através da comparação, 8 conseguiram dividi-los em cinco grupos étnicos cujos ancestrais estiveram isolados por barreiras geográficas, como desertos extensos, montanhas intransponíveis ou oceanos: os africanos da região abaixo do deserto do Saara, os asiáticos do leste, os europeus e asiáticos que vivem a oeste dos Himalaias, os habitantes da Nova Guiné e Melanésia e os indígenas das Américas. No entanto, quando os autores tentaram atribuir identidade genética aos habitantes do sul da Índia, verificaram que seus traços eram comuns a europeus e a asiáticos, observação consistente com a influência exercida por esses povos naquela área do país. A conclusão é que 16 só é possível identificar grupos de indivíduos com semelhanças genéticas ligadas a suas origens geográficas quando descendem de populações isoladas por barreiras que impediram a miscigenação. Mas o conceito popular de raça está distante da complexidade das análises de polimorfismos genéticos: para o povo, raça é questão de cor da pele, tipo de cabelo e traços fisionômicos. Nada mais primário! (^7) Essas características sofreram forte influência do processo de seleção natural que, no decorrer da evolução

de nossa espécie, eliminou os menos aptos. Pessoas com mesma cor de pele podem apresentar profundas divergências genéticas, como é o caso de um negro brasileiro comparado com um aborígene australiano ou com um árabe de pele escura. (^3) Ao contrário, indivíduos semelhantes geneticamente, quando submetidos a forças seletivas distintas,

podem adquirir aparências diversas. Nos transplantes de órgãos, 11 ninguém é louco de escolher um doador apenas por ser fisicamente parecido ou por ter cabelo crespo como o do receptor. Excluídos os gêmeos univitelinos, entre os 6 bilhões de seres humanos não existem dois indivíduos geneticamente idênticos. Dos 30 mil genes que formam nosso genoma, os responsáveis pela cor da pele e pelo formato do rosto não passam de algumas dezenas. (^2) Como as combinações de genes maternos e paternos admitem infinitas alternativas, teoricamente pode

haver mais identidade genética entre dois estranhos do que entre primos consanguíneos; entre um negro brasileiro e um branco argentino, do que entre dois negros sul-africanos ou dois brancos noruegueses. Dráuzio Varela. Folha de S. Paulo , 1º de abril de 2006.

06. (Ufu) No primeiro período do 5^0. parágrafo, o pretérito imperfeito do indicativo é usado para indicar que os fatos a) eram permanentes. b) aconteciam habitualmente. c) ocorreram antes dos outros fatos relatados. d) foram concluídos no passado.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O homem deve reencontrar o Paraíso... Rubem Alves

Era uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que tinham, compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver tempestades. Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. São muitos os saberes necessários para se navegar. Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o motor, o radar, o rádio, as ligações elétricas, os mares, os mapas... Disse cero o poeta: Navegar é preciso , a ciência da navegação é saber preciso, exige aparelhos, números e medições. Barcos se fazem com precisão, astronomia se aprende com o rigor da geometria, velas se fazem com saberes exatos sobre tecidos,

Exercícios Complementares

cordas e ventos, instrumentos de navegação não informam mais ou menos. Assim, eles se tornaram cientistas, especialistas, cada um na sua – juntos para navegar. Chegou então o momento de grande decisão – para onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile, outro os canais dos fiordes da Noruega, um outro queria conhecer os exóticos mares e praias das ilhas do Pacífico, e houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o assunto era a escolha do destino, as ciências que conheciam para nada serviam. De nada valiam, tabelas, gráficos, estatísticas. Os computadores, coitados, chamados a dar seu palpite, ficaram em silêncio. Os computadores não têm preferências – falta-lhes essa sutil capacidade de gostar , que é a essência da vida humana. Perguntados sobre o porto de sua escolha, disseram que não entendiam a pergunta, que não lhes importava para onde se estava indo. Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se com sonhos. Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber como as coisas funcionam , tudo ignora sobre o coração humano. É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação. Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa preciosa. Disse certo poeta: Viver não é preciso. Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa ciência de navegar. Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia seus Cânticos dizendo: E pois com a nau no mar/ assestamos a quilho contra as vagas ... Cecília Meireles: Foi, desde sempre, o mar! A solidez da terra, monótona/ parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar / multiplicada em suas malhas de perigo. E Nietzsche: Amareis a terra de vossos filhos, terra não descoberta, no mar mais distante. Que as vossas velas não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos conduz para a terra dos nossos filhos... Viver é navegar no grande mar! Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que navega pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem novos, mais perfeitos. O ritmo da remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez mais rápido. Mas, perguntados sobre o porto do destino, respondem os remadores: O porto não nos importa. O que importada é a velocidade com que navegamos. C Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa civilização por meio duma imagem plástica: multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um ponto inatingível que indica uma direção. Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as coisas são inatingíveis... ora!/ não é um motivo para não querê-las... Que tristes os caminho, se não fora / A mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo sábio que poucos leem, já na década de 1920 diagnosticava a doença da nossa civilização: Não temos consciência de direções, não escolhemos direções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o destino. Hoje, ele dizia, as únicas perguntas que são feitas, determinadas pelo pragmatismo da tecnologia (o importante é produzir o objeto) e pelo objetivismo da ciência (o importante é saber como funciona), são: Como posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema concreto em particular? E conclui: E em todas essas perguntas sentimos o eco intimista: não preciso de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo. Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a forma de peste epidêmica: cada especialista se dedica com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o seu parafuso, sua polia, sua vela, seu mastro. Dizem que seu dever é produzir conhecimento. Se forem bem-sucedidas, suas pesquisas serão publicadas em revistas internacionais. Quando se lhes pergunta: Para onde seu barco está navegando? , eles respondem: Isso não é científico. Os sonhos não são objetos de conhecimento científico. E assim ficam os homens comuns abandonados por aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão das escolas, começando com as crianças e continuando com os cientistas, como outra que não a da realização do dito poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso. É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. Mas é necessário apontar com imprecisos sinais para os destinos da navegação: A terra dos filhos dos meus filhos, no mar distante... Na verdade, a ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação. É inútil ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas. O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard: O universo tem um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é o jardim, lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e mulheres. Mas há um pesadelo que me atormenta: o deserto. Houve um momento em que se viu, por entre as estrelas, um brilho chamado progresso. Está na bandeira nacional... E, quilha contra as vagas , a galera navega em direção ao progresso, a uma velocidade cada vez maior, e ninguém questiona a direção. E é assim que as florestas são destruídas, os rios se transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se enche de gases, os campos se cobrem de lixo – e tudo ficou feio e triste. Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do ensino – psicologias e quinquilharias – e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso.

Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico.

Exercícios Complementares

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Sons que confortam Martha Medeiros

(^1) Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. 2 Só estavam os três na casa: o pai, a

mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da família. 3 E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. 4 Até que o garoto escutou um barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: 5 Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio. (^6) Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria

seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros: 7 o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou. E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima vez 8 o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu. Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos. (^9) O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar. O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. 10 Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante. O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama. Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim. (^11) O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada da

pizza. O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular. (^12) A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho. (^13) O sinal da hora do recreio. (^14) A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume. O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos. (^15) O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar. E o mais raro de todos: o silêncio absoluto. MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. São Paulo: L&PM Editores, 2011.

09. (Uece) A respeito do verbo flexionado em “Nunca na vida ouvira um som mais lindo [...]” (ref. 5), é correto dizer que a) assinala um tempo passado semelhante ao do verbo conjugado no enunciado “Até que o garoto escutou um barulho lá fora”. (ref. 4) b) está sendo utilizado no mesmo tempo e modo do verbo destacado na oração “Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos.” (ref. 2) c) pode perfeitamente ser substituído pela forma composta tinha ouvido. d) está indicando uma ação passada que ocorreu antes de outra, também no passado, idêntico ao sentido do uso do verbo em destaque na oração “Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco”. (ref. 1)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Gabriel, o Pensador

Que tiro foi esse? Não, não vou cair no chão, pelo menos agora Eu também sou brincalhão, mas brincadeira tem hora Lá fora, no meu Rio, cada vez mais gente chora E cada vez mais gente boa tem vontade de ir embora O Rio que a gente adora comemora o carnaval E a violência apavora, ou você acha normal? A boca que explode, o silêncio do medo O suspiro da morte banal O lamento de um povo que implora Por uma vitória do bem sobre o mal Atenção: confusão, invasão Tiroteio fechando a avenida outra vez Muita bala voando e acertando Até mesmo as crianças; às vezes, bebês Criança, meu irmão, não é estatística, é gente

E os valores são invertidos Se o desonesto é malandro O menor também quer ser bandido Alguns, né, a minoria. (...) A mãe desmaiou no enterro Você não desmaiaria? Que força você teria pra enterrar o seu garoto? Que forças ainda temos Pra nos amar uns aos outros? E nos armar de indignação por justiça e educação (...) Pra que essas crianças não tenham morrido em vão Sofia, Maria Eduarda, Caíque, Fernanda Arthur, Paulo Henrique, Renan Eduardo, Vanessa, Vitor Esses foram ano passado Quem será que vai ser amanhã? (https://genius.com/13846436. Acesso em 24 de fevereiro 2018)

10. (Epcar (Afa)) Analise as afirmativas abaixo sobre a canção-protesto de Gabriel, o Pensador. I. É possível depreender da leitura do texto a existência de dois Rios de Janeiro, que se contrapõem. II. A valorização da malandragem é apontada como um dos fatores responsáveis pela disseminação da violência em nossa sociedade. III. Verbos no futuro do pretérito do indicativo são utilizados, para apresentar suposições – que dependem de outro fato que talvez nem aconteça – com o objetivo de criar empatia no leitor com a dor das famílias das vítimas. IV. A força expressiva dos versos “A boca que explode, o silêncio do medo / O suspiro da morte banal” consiste na utilização concomitante da metáfora, da metonímia e da personificação numa mesma imagem de violência e dor.

Estão corretas as proposições a) I e II apenas. b) I, III e IV apenas. c) II e III apenas. d) I, II, III e IV.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Becos de Goiás

Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calçando de ouro a sandália velha, jogada no teu monturo.

Amo a prantina silenciosa do teu fio de água, descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce na frincha de teus muros empenados, e a plantinha desvalida, de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra úmida e calada.

Amo esses burros-de-lenha que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, no range-range das cangalhas.

Becos da minha terra... Becos de assombração. Românticos, pecaminosos... Têm poesia e têm drama. O drama da mulher da vida, antiga, humilhada, malsinada. Meretriz venérea, desprezada, mesentérica, exangue. Cabeça raspada a navalha, castigada a palmatória, capinando o largo, chorando. Golfando sangue.

(ÚLTIMO ATO)

Um irmão vicentino comparece. Traz uma entrada grátis do São Pedro de Alcântara. Uma passagem de terceira no grande coletivo de São Vicente. Uma estação permanente de repouso - no aprazível São Miguel.

Cai o pano.

CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. 21ª ed. - São Paulo: Global Editora, 2006.

11. (Ime) O poema se inicia em um processo descritivo e passa para o descritivo-narrativo. Isso se confirma pelo(a) a) contraste entre o uso abundante de adjetivos concomitante ao parco uso de formas verbais nas primeiras estrofes em relação à recorrência de formas verbais indicativas de ação conjugadas, predominantemente, no pretérito imperfeito do modo indicativo nas estrofes finais. b) uso de verbos conjugados na primeira pessoa do singular do modo indicativo nas primeiras estrofes em contraste com os verbos conjugados em terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo nas estrofes finais. c) frequência com que aparecem, no início do poema, palavras cujos significados estão associados à tristeza e ao abandono dos becos em contraste com o final do poema em que comparecem forças preocupadas em garantir ordem na vida pública. d) fato de que a escritora se conforma ao processo mais tradicional na construção dos poemas. e) necessidade de dar ao poema um tom realista, afastando-o do romantismo tradicionalmente associado às formas poéticas como um todo. 12. (Ime) “E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja .“ (verso 23) O modo em que se encontra o verbo ser na forma verbal acima destacada, em contraste com o modo de todas as outras formas verbais do poema, evoca a) um indício de certeza, característico do modo indicativo das formas verbais em português, pois é certo que a vida do menino é amarga. b) algo irreal, hipotético, expresso pelo modo subjuntivo, que aponta, no entanto, para um desejo, uma possibilidade, no caso, de que o menino seja resgatado daquele cotidiano que lhe rouba a infância. c) um anúncio, um sinal pertinente ao modo indicativo, de que o menino será salvo de sua realidade tão dura. d) a certeza, expressa pelo modo verbal, de que a existência do menino é atravessada pelo trabalho infantil. e) o tom imperativo da voz poética que está presente não apenas nesse verso, mas ao longo de todo o poema.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Princesa Arabela, mimada que só ela! Mylo Freeman

Era uma vez uma princesinha chamada Arabela. Ela morava num grande palácio com seu pai e sua mãe: o rei e a rainha. O dia do seu aniversário estava chegando. Mas o que se pode dar a uma princesinha que tem tudo?

  • Minha querida Arabelinha, o que você quer ganhar de presente? – perguntou o rei. A princesa Arabela pensou... Pensou... (^1) – O que você acha de um par de patins com rubis nas rodas? – sugeriu a rainha.
  • Eu já tenho – respondeu a princesa Arabela.
  • E uma bicicleta dourada?
  • Eu já tenho – respondeu a princesa.

Exercícios Complementares

  • E um ratinho de pelúcia gostoso de abraçar?
  • Eu já tenho – respondeu a princesa.
  • E uma zebra de balanço?
  • Já tenho.
  • E um joguinho de chá? E um carrinho de boneca? E um... (^2) – Eu já tenho tudo isso! – exclamou a princesa. – Agora eu quero uma coisa diferente. Eu quero... Um

elefante!

  • Um elê o quê? – gritou a rainha.
  • Xiiii... Murmurou o rei. – Onde vamos encontrar um animal desses?
  • E quem vai deixar que ele fique conosco? A princesa Arabela nem quis saber das dificuldades. Ela queria um elefante. No dia seguinte, o rei ordenou a seus servos que fossem procurar um elefante. Os servos procuraram por sete dias e sete noites. Voltaram no oitavo dia. Com um elefante. Finalmente chegou o grande dia do aniversário da princesa Arabela. (^3) Quando ela abriu os olhos de manhã, seu presente já estava lá. Arabela dançou de alegria em volta do

elefante.

  • Eu vou brincar com ele agora mesmo! – ela disse, toda contente. Venha, Elefante, sente-se aqui! Elefante ficou parado, triste, olhando para frente. (^4) – Ei, você é o meu presente, tem que brincar comigo! – gritou Arabela, impaciente. Mas Elefante nem se mexeu. Uma grande lágrima escorreu devagar pela sua tromba. E mais uma, e mais outra. Não demorou muito, e a princesa Arabela estava num lago de lágrimas que alcançava seus tornozelos. (^5) – Pare com isso, senão eu acabo me afogando! – ela disse.
  • Quero ir pra casa! – soluçava Elefante. – Por favor, leve-me de volta.
  • Não posso, você é meu presente – protestou a princesa. Mas quando Elefante começou a soluçar de novo, ela gritou depressa: – Por favor, pare de chorar. Eu vou levar você de volta agora mesmo! Pelo caminho, a princesa Arabela viu uma porção de bichos diferentes. (^6) – Eu quero este, e aquele, e aquele outro também! – Elefante foi andando depressa... Quando finalmente

chegaram ao lugar onde Elefante morava, 7 uma elefantinha correu em direção a eles. (^8) – Mamãe! Você chegou bem na hora! E trouxe meu presente com você!

  • Sim, filhinha – Elefante respondeu.
  • E é justamente o que você sempre quis: uma princesinha de verdade! FREEMAN, Mylo. Princesa Arabela, mimada que só ela! Tradução Ruth Salles. Coleção Giramundo. São Paulo: Editora Ática, 2008. 13. (G1 - cmrj) No trecho, “– Ei, você é o meu presente, tem que brincar comigo! – gritou Arabela, impaciente.” (ref. 4), Arabela mostra-se autoritária. A opção que pode substituir o que está sublinhado acima, mantendo o mesmo tom autoritário expresso pela princesa é a) ... deveria brincar comigo. b) ... prefere brincar comigo! c) ... poderia brincar comigo! d) ... pode brincar comigo. e) ... brinque comigo!

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Sem limites, chatas e mandonas: as crianças que sofrem da Síndrome do Imperador Se o comportamento de birra, agressividade e desrespeito não forem ajustados ainda na infância, na vida adulta será ainda pior, de acordo com a especialista Lilian Zolet

Exercícios Complementares

Admirou-a: os 12 cabelos soltos, caídos no rosto, escondiam os olhos _____2_____, azuis ou verdes, conforme o reflexo da roupa. De que cor estariam hoje 13 seus olhos? Ema aprumou o corpo.

  • Pensava que se nós morássemos numa casa grande, vocês e nós... Bárbara sorriu. Também ela uma vez tivera a 14 ideia. – As crianças brigariam o tempo todo. (^15) Novamente a amiga tinha razão. 16 Os filhos não se suportavam, discutiam por qualquer motivo, ciúme

doentio de tudo. 17 O que sombreava o relacionamento dos casais.

  • Pelo menos podíamos morar mais perto, então. Se o marido estivesse em casa, 18 seria obrigada a assistir à televisão, _____3_____, ele mal chegava, ia ligando o aparelho, ainda que soubesse que ela detestava sentar que nem múmia diante do aparelho – levantou-se, repelindo a lembrança. Preparou uma jarra de limonada. _____4_____ todo aquele interesse de Bárbara na revista? Reformulou a pergunta em voz alta.
  • Nada em especial. Uma pesquisa sobre o comportamento das crianças na escola, de como se modificam (^19) as personalidades longe dos pais.

Adaptado de: VAN STEEN, Edla. Intimidade. In: MORICONI, Italo (org.) Os cem melhores contos brasileiros do século. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 440-441.

15. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações sobre a temporalidade e suas relações de sentido expressas no texto. I. Os empregos do pretérito perfeito na narrativa situam as ações da personagem Ema no dia em que recebe a visita de sua amiga Bárbara, enquanto o presente faz parte do diálogo das personagens nesse passado narrado. II. A palavra depois (ref. 2) expressa o tempo posterior à Ema descobrir um sapato sob a poltrona, auxiliando na marcação de início e término das ações na narrativa. III. Os usos do pretérito imperfeito na passagem Os filhos não se suportavam, discutiam por qualquer motivo (ref. 16) descreve as ações continuadas dos filhos das personagens no passado narrado para caracterizar o relacionamento das crianças.

Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo.

(^1) Recebi consulta de um amigo que tenta 2 deslindar segredos da língua para estrangeiros que querem

aprender português. 3 Seu problema: “se digo em uma sala de aula: ‘Pessoal, leiam o livro X’, como explicar a concordância? 4 Certamente, não se diz 5 ‘Pessoal, leia o livro X’". Pela pergunta, vê-se que não se trata de fornecer regras para corrigir eventuais problemas de padrão. Trata-se de entender um dado que ocorre regularmente, mas que parece oferecer alguma dificuldade de análise. Em primeiro lugar, é óbvio que se trata de um pedido (ou de uma ordem) mais ou 6 menos informal. Caso contrário, não se usaria a expressão “pessoal”, mas talvez “Senhores” ou “Senhores alunos”. Em segundo lugar, não se trata da tal concordância ideológica, nem de silepse (hipóteses previstas pela gramática para explicar concordâncias mais ou menos excepcionais, que se devem menos a fatores sintáticos e mais aos semânticos; 7 exemplos correntes do tipo “A gente fomos” e “o pessoal gostaram” se explicam por esse critério). Como se pode saber que não se trata de concordância ideológica ou de silepse? A resposta é que, (^8) nesses casos, o verbo se liga ao sujeito em estrutura sem vocativo, diferentemente do que acontece 9 aqui. E

em casos como “Pedro, venha cá”, “venha” não se liga a “Pedro”, 10 mesmo que pareça que sim, porque Pedro não é o sujeito. (^11) Para tentar formular uma hipótese 12 mais clara para o problema apresentado, 13 talvez 14 se deva admitir

que o sujeito de um verbo pode estar apagado e, mesmo assim, produzir concordância. O ideal é que se mostre que o fenômeno não ocorre só com ordens ou pedidos, e nem só quando há vocativo. Vamos por partes: a) 15 é normal, em português, haver orações sem sujeito expresso e, mesmo assim, haver flexão verbal. 16 Exemplos (^17) correntes são frases como “chegaram e saíram em seguida”, que todos conhecemos das gramáticas; b)

sempre que há um vocativo, em princípio, o sujeito pode não aparecer na frase. É o que ocorre em “meninos, saiam daqui”; mas o sujeito pode aparecer, pois 18 não seria estranha a sequência “meninos, vocês se comportem”; c) 19 se 20 forem aceitas as hipóteses a) e b) (diria que são fatos), não 21 seria estranho que a frase “Pessoal, leiam o livro X” pudesse ser tratada como se sua estrutura fosse “Pessoal, vocês leiam o livro x”. Se a palavra “vocês” não estivesse apagada, a concordância se explicaria normalmente; d) assim, o problema 22 real não é a concordância entre “pessoal” e “leiam”, mas a passagem de “pessoal” a “vocês”, que não aparece na superfície da frase.

Este caso é apenas um, dentre tantos outros, que nos obrigariam a considerar na análise elementos que parecem não estar 23 na frase, mas que atuam como se 24 lá estivessem.

Adaptado de: POSSENTI, Sírio. Malcomportadas línguas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p. 85-86.

16. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações acerca dos usos verbais no texto e assinale a alternativa correta. a) O verbo Recebi (ref. 1), no pretérito perfeito, faz referência a um dizer do amigo do autor no momento em que ensinava língua portuguesa para estrangeiros e buscava deslindar os segredos da língua. b) O uso predominante de verbos no presente diz respeito ao fato de que o texto aborda uma questão atual sobre a língua portuguesa, que precisa ser discutida em sala de aula. c) A expressão se deva (ref. 14), no presente do subjuntivo, possibilita ao autor apresentar certeza em sua argumentação diante de um caso problemático no uso da língua portuguesa. d) A locução verbal forem aceitas (ref. 20) vincula-se ao verbo seria (ref. 21) para o autor situar a sua argumentação como possibilidade. e) Os empregos de formas infinitivas do verbo, no decorrer do texto, estão ligados ao fato de que o autor se vale de verbos auxiliares para expressar modo e tempo, com o propósito de criar um estilo mais informal.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto com atenção e, em seguida, responda à(s) questão(ões) a seguir.

Por que temos poucos memoriais de abolição da escravidão? Lilia Schwarcz

Lembrar é uma forma de não deixar esquecer. O Brasil foi destino de mais de 40% de africanos e africanas por aqui escravizados, e precisa cuidar, de maneira crítica, da sua memória. Bem no meio da pacata cidade de Nantes, na França, uma calçada reluz estranhamente ao Sol. São centenas de pequenas placas retangulares, feitas de um vidro translúcido e de cor azul celeste, espalhadas por uma via onde passam mães levando seus carrinhos de bebê, rapazes andando de bicicleta, moços e moças fazendo 1 jogging, senhores e senhoras apressados a caminho do trabalho. Somente apurando bem os olhos é possível notar que há sempre um título gravado por debaixo desses delicados sinais brilhantes, dispostos simetricamente ao chão. Le Saint Jean Baptiste, Le Juste, L’Union, La Valeur, La Felicité, Le Bien Aimée e Brásil^2 são alguns dos muitos nomes de navios negreiros que, desde o século 16 e até o final do 19, partiram de porto de Nantes ou lá aportaram. Os apelidos dados aos barcos parecem denotar uma certa culpa, tamanha a desproporção entre eles e a tarefa que buscavam descrever. Essas eram embarcações que transportavam de tudo um pouco: tecidos, produtos agrícolas, azulejos, minérios, especiarias, mas, acima de tudo, pessoas. Eles eram tumbeiros, navios negreiros que faziam o comércio de almas no contexto moderno, quando o mundo ocidental reinventou uma nova escravidão; uma escravidão mercantil. Os navios vinham e voltavam cheios de “mercadorias”. Não havia espaço ocioso ou lugar nas embarcações que deixassem de auferir lucro: de uma ponta saíam produtos agrícolas, de outra, metais preciosos, de outra, ainda, africanos e africanas transformados em valiosos objetos de comércio. Foram recenseadas mais de 27.233 expedições marítimas que partiram de portos europeus durante esses quatro longos séculos em que perdurou o sistema escravocrata. No total, mais de 12 milhões e meio de mulheres, homens e crianças foram arrancadas à força da África e deportados para as Américas e para o caribe. Mais de um milhão e meio dessas pessoas morreram durante a travessia. Só de Nantes saíram em torno de 1.800 expedições negreiras, tendo elas apresado mais 550 mil africanos e africanas. Os números são fortes, definitivos, e explicam o motivo da criação, em Nantes, de um impressionante “Memorial da abolição da escravidão”, inaugurado no dia 25 de março de 2012. A edificação é discreta e ao mesmo tempo tocante. Na verdade, é preciso conhecer o lugar, ou ser previamente informado, para saber que na cidade existe um memorial e, ademais, um museu basicamente dedicado ao tema. Andar por aquela estranha calçada, agachar para ler os nomes dos navios, observar as datas em que cada uma destas embarcações circulou, olhar para o mesmo mar, acaba sendo um exercício muito doloroso. Difícil sair de lá da mesma maneira como se chegou. É impossível deixar de anotar a inacreditável quantidade de naus dedicadas a esse comércio de almas, que gerou a maior 3 diáspora desde a época romana. Mais difícil ainda é tentar visualizar a maneira como se “armazenavam” os bens importados, sem discriminação de pessoas ou produtos. Esse talvez seja o motivo de o memorial continuar numa espécie de subsolo, onde se encontra uma cronologia da escravidão e um a série de frases retiradas de textos de ativistas, literatos e filósofos que lutaram pela abolição desse sistema. [...] Memória e história nem sempre andam juntas. Afinal, muitas vezes, quando é difícil lembrar, o melhor caminho parece ser ignorar. Fico me perguntando, no entanto, se esquecer ou descuidar não são maneiras de dar espaço à incredulidade e de construir o pouco caso diante de uma realidade tão brutal e tão presente em nossa história nacional contemporânea. Em maio de 2018 faremos 130 anos de abolição da escravidão mercantil no Brasil. Que a data vire cicatriz. Como escreveu Caio Fernando Abreu: “Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Chiquinho Azevedo (Gilberto Gil)

Chiquinho Azevedo Garoto de Ipanema Já salvou um menino Na Praia, no Recife Nesse dia Momó também estava com a gente

Levou-se o menino Pra uma clínica em frente E o médico não quis Vir atender a gente Nessa hora nosso sangue ficou bem quente

Menino morrendo Era aquela agonia E o doutor só queria Mediante dinheiro Nessa hora vi quanto o mundo está doente

Discutiu-se muito Ameaçou-se briga Doze litros de água Tiraram da barriga Do menino que sobreviveu finalmente

Muita gente me pergunta Se essa estória aconteceu Aconteceu minha gente Quem está contando sou eu Aconteceu e acontece Todo dia por aí Aconteceu e acontece Que esse mundo é mesmo assim (GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.)

19. (Ufjf-pism 1) No verso “Aconteceu e acontece”, no texto, a repetição do verbo indica que a conclusão do texto se faz por uma transição entre: a) A memória de um fato específico do passado e a afirmação de um conhecimento geral sobre o presente. b) A possibilidade de um acontecimento do passado e a esperança de que ele não se repita no presente. c) A dúvida sobre a comprovação de um fato no passado e a certeza de que ele acontece no presente. d) A distância entre um episódio que ficou na memória e a proximidade de sua repetição no presente. e) A confirmação, através do testemunho, de um fato passado e a hipótese de que ele se repetirá no presente.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A um passarinho

Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa Não sou Anchieta Nem venho de Assis. Deixa-te de histórias Some-te daqui! (Vinicius de Moraes)

Exercícios Complementares

20. (Espm) Os dois últimos versos trazem a forma verbal no Imperativo Afirmativo, na segunda pessoa do singular (tu). Se estivessem na segunda pessoa do plural (vós), teríamos: a) Deixai-vos de histórias/Sumi-vos daqui! b) Deixe-vos de histórias/Suma-vos daqui! c) Deixeis-vos de histórias/Sumais-vos daqui! d) Deixemo-nos de histórias/Sumamo-nos daqui! e) Deixais-vos de histórias/Sumis-vos daqui! 21. (Enem) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.

Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é indicado a) pela a alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo. b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados. c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados. d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados. e) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A CONDIÇÃO HUMANA A Vita Activa e a Condição Humana

Com a expressão vita activa , pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra. (^1) O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos crescimento

espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição humana do labor é a própria vida. O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é compensada por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. 2 Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual, embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição humana do trabalho é a mundanidade. (^3) A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da

matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio sine qua non , mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar entre os homens” ( inter homines esse ), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” ( inter homines esse desinere ). 4 Mas, em sua forma mais elementar, a condição humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da multiplicação^5. 6 A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis gerais do

Exercícios Complementares

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.

MÚSICA, DIVINA MÚSICA!

Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada. Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som. O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com o respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra. Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula, do último animal - um tigre. Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música - e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos:

  • Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que você fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou:
  • Ahn? O quê, o quê? Fala mais alto, pô! FERNANDES, M. Fábulas fabulosas. Disponível em: http://www2.uol.com.br/millor/fabulas/055.htm. Acesso em: 03 out. 2017. 23. (G1 - ifpe) Analise as afirmativas abaixo sobre as formas verbais empregadas no terceiro parágrafo do texto. I. No primeiro período, “O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões”, os verbos “continuar” e “abrir”, embora conjugados em tempos diferentes, estabelecem ações concomitantes, relação estabelecida pela conjunção “enquanto”. II. Em “Os leões, também hipnotizados, foram saindo [...]”, a locução verbal grifada indica uma ação passada prolongada, repetida e com limites imprecisos. III. Em “o respeito que só têm os grandes aficionados da música”, o verbo “ter” marca uma ação pontual ocorrida no passado contínuo das ações descritas no terceiro parágrafo. IV. A forma verbal “acompanhavam” em “os animais o acompanhavam” indica uma ação consumada, momentânea e delimitada temporalmente e sem qualquer relação com outro tempo do passado. V. No final do parágrafo, “os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra”, a forma verbal grifada foi escolhida para retomar a previsão feita pelo músico no início da história, indicando, assim, uma ação anterior a todas as outras já narradas. São verdadeiras, apenas, as afirmativas a) II, III e IV. b) I, III e V. c) I, II e V. d) III, IV e V. e) I, II e IV.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A voz subterrânea

Às vezes ouvia-se um canto surdo, que parecia vir debaixo da terra. Até que os homens da superfície, para desvendar o mistério, puseram-se a fazer escavações. Sim! eram os homens das minas, que um desabamento ali havia aprisionado.

E ninguém suspeitava da sua existência, porque já haviam passado três ou quatro gerações! Mas a luz forte das lanternas não os ofuscou: eles estavam cegos

  • todos, homens, mulheres, crianças. Eles estavam cegos... e cantavam! QUINTANA, Mario. Baú de espantos. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.

24. (Pucpr) Os acontecimentos descritos por Quintana em seu texto podem ser postos em ordem cronológica pelo leitor: “havia aprisionado” > “ouvia-se” > “puseram-se”. Sobre os tempos verbais dessa relação, é CORRETO afirmar que a) o pretérito imperfeito do indicativo é o evento mais recente, uma vez que descreve um evento pontual no passado sem duração de tempo. b) o pretérito perfeito do indicativo representa o evento intermediário, já que denota uma ação cujo acontecimento é duradouro no passado. c) o pretérito imperfeito do indicativo descreve a ação mais passada em relação às outras duas, porque é o tempo verbal dos eventos contínuos. d) o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo tem o mesmo valor do pretérito perfeito do indicativo, dado que indicam simultaneidade. e) o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo veicula o evento mais anterior, pois se refere a uma ação que acontece antes das outras.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Envelhecer Arnaldo Antunes

(^1) A coisa mais moderna que existe nessa vida

é envelhecer A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer

Não quero morrer pois quero ver Como será que deve ser envelhecer Eu quero é viver pra ver qual é E dizer venha pra o que vai acontecer

(^2) Eu quero que o tapete voe

No meio da sala de estar (^3) Eu quero que a panela de pressão pressione

E que a pia comece a pingar (^4) Eu quero que a sirene soe

E me faça levantar do sofá (^5) Eu quero pôr Rita Pavone

No ringtone do meu celular (^6) Eu quero estar no meio do ciclone

Pra poder aproveitar E quando eu esquecer meu próprio nome Que me chamem de velho gagá

(^7) Pois ser eternamente adolescente nada é

mais démodé Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr Disponível em https://www.vagalume.com.br/arnaldoantunes/envelhecer.html. Acesso: 22/9/17.

25. (Uece) Sobre as locuções verbais presentes na primeira estrofe da canção (“vai descendo”, “vão caindo”, “vão crescendo”, “vai dizendo”, “vão morrendo”), NÃO é lícito afirmar que a) nestas locuções verbais formadas com o verbo “ir”, é comum que elas expressem algo que ocorrerá antes do momento da fala. b) são locuções formadas pelo verbo auxiliar “ir” somado a um verbo principal no gerúndio. c) o último verbo destas locuções representa a ação que se quer expressar, enquanto o primeiro verbo exprime o modo e o tempo em que ela se realiza. d) o verbo auxiliar, além de expressar o modo e o tempo em que a ação se realiza, faz também referência à duração da ação verbal.